Medicina e Enfermagem atuam com crianças em hospitais da capital para reduzir o medo e promover segurança no ambiente cirúrgico
A proposta busca acolher os pequenos pacientes, diminuir a ansiedade e estimular sua participação no próprio cuidado. A entrega dos livros aos pequenos pacientes segue até agosto, com previsão de atender cerca de 200 crianças no total.
Como o projeto funciona
A ação acontece desde maio de 2025, em parceria com a Policlínica Oswaldo Cruz, o Centro Cirúrgico do Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro e o Hospital Infantil Cosme e Damião, todos em Porto Velho (RO). Ao chegar para a cirurgia, as crianças recebem um livro ilustrado e educativo, produzido pela própria equipe, que explica as etapas do procedimento – do pré ao pós-operatório – em linguagem simples e acolhedora.
A criança é convidada a preencher, com o apoio de seus cuidadores, etapas fundamentais da chamada “cirurgia segura”, como: identificação com nome e tipo de procedimento, pulseira de identificação, confirmação de jejum, verificação do lado do corpo a ser operado (lateralidade) e checagem de alergias.
Ao final do atendimento, cada criança recebe uma medalha simbólica como forma de reconhecimento e valorização de sua coragem e colaboração no processo.
“O material é muito lúdico e tem um apelo fotográfico que faz com que os pacientes se sintam incluídos na história. O conjunto desse trabalho acaba transformando o processo cirúrgico em uma experiência menos dolorosa para as crianças, pois desmistifica o ambiente hospitalar e a internação. Elas entendem que as equipes estão lá para acolher e não para assustar ninguém”, comenta Horácio Tamada, um dos coordenadores do projeto.
Formação, pesquisa e impacto
O projeto conta com 37 participantes, entre docentes e estudantes, sob coordenação dos professores doutores Horácio Tamada (cirurgião pediátrico) e Rodolfo Luis Korte (cirurgião plástico), ambos da UNIR, e da professora colaboradora Maria Paula de Oliveira Pires (Unicamp), especialista em Saúde da Criança e do Adolescente.
A proposta surgiu a partir de uma revisão integrativa da literatura científica, realizada em 2024, que evidenciou a importância de incluir estratégias educativas e afetivas para além dos protocolos técnicos. Os resultados foram submetidos para publicação em periódico científico.
Além do impacto direto na saúde das crianças, o projeto também proporciona uma rica vivência para os estudantes universitários, que atuam na prática com temas como humanização, empatia, responsabilidade social e comunicação em saúde.
O Projeto de Extensão foi institucionalizado pela Procea/UNIR e segue em execução até fevereiro de 2026. Após a fase de distribuição do material e acolhimento, os dados coletados serão organizados e utilizados em artigos, apresentações e outras produções científicas.
Segurança, humanização e protagonismo infantil
Mais do que uma ação educativa, o projeto extensionista da UNIR representa um investimento direto na segurança do paciente pediátrico e na humanização do cuidado. Crianças bem informadas tendem a colaborar melhor com os cuidados de saúde, o que contribui para um ambiente cirúrgico mais tranquilo, empático e seguro.
Além disso, a interação com o livro fortalece o vínculo de confiança entre pacientes, seus familiares e as equipes médicas. “A participação ativa das crianças e dos familiares em todas as fases da cirurgia é uma inovação que transforma o cuidado em saúde”, afirma Gisele Souza, estudante de Medicina e integrante do projeto.
Como apoiar o projeto
Como o livro foi inteiramente custeado pela própria equipe e por apoiadores do projeto, a quantidade de livros impressos depende de recursos limitados. Quem quiser contribuir com a publicação de novos exemplares ou participar das atividades pode entrar em contato pelos seguintes canais: instagram @cirurgia_pediatrica.unir e e-mail [email protected].
