Políticas públicas para a saúde dos povos indígenas são debatidas em congresso de medicina

A Secretaria de Saúde Indígena do Ministério da Saúde esteve presente no maior evento de medicina tropical da América Latina para apresentar medidas preventivas para os povos originários, diante das mudanças climáticas globais
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Foto: Zeca Bezerra/MS

Atemática “Mudanças climáticas e impactos nas doenças tropicais” recebeu um olhar voltado aos povos originários durante o congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT). O 60º MEDTROP promoveu um alerta sobre o clima e a justiça social e se consolidou como o maior evento multidisciplinar em medicina tropical da América Latina. A edição deste ano contou com mais de quatro mil inscrições e uma grade científica com 416 atividades. Em um debate que toca os povos indígenas, o Ministério da Saúde marcou presença, por meio da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai). O evento ocorreu entre os dias 2 e 5 de novembro, na capital paraibana, João Pessoa.

“As mudanças climáticas impactam a saúde de todos, mas evidentemente, em graus diferentes, dado os contextos das populações, como localização geográfica, clima predominante, estruturas locais, acesso à saúde, e outros”, afirmou o secretário de Saúde Indígena, Weibe Tapeba. O representante apresentou entregas da política pública do Governo Federal voltada aos povos indígenas, como a criação do Comitê de Respostas a Eventos Extremos na Saúde Indígena (CRESI) e a realização do primeiro Seminário Nacional de Saúde Indígena e Mudanças Climáticas.

“A Secretaria de Saúde Indígena tem se especializado por meio de ações estratégicas, com salas de situação, com o próprio CRESI, com as ações emergenciais realizadas a partir das enchentes no Rio Grande do Sul, das secas no Norte e das queimadas em diversos territórios ocupados pelos povos indígenas. Nós temos feito um trabalho forte, com articulações que promovem troca de informações diárias, monitoramento de áreas e povos, tomadas de decisões e realizações de ações que visam prevenir e combater os efeitos negativos das mudanças climáticas nas nossas populações”, destacou Weibe Tapeba.

A realização, pela atual gestão, de seminários regionais também foi lembrada pelo secretário. Os eventos  contemplaram as cinco regiões do Brasil, reunindo profissionais de saúde, lideranças indígenas, organizações e instituições parceiras, além da expressa participação de usuários do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS). A partir dos seminários, houve uma atualização da Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (PNASPI), que já apresenta novidades como as “medicinas indígenas”, que reconhece os conhecimentos ancestrais como tratamentos de saúde física, mental e espiritual, além de considerar o território e a comunidade de forma indissociável à saúde integral dos povos indígenas.

“Em um país tão diverso em biomas, climas, povos, línguas, tradições e costumes, discutir as mudanças climáticas na saúde indígena tem sido prioridade nesta gestão da secretaria, que tem contribuído com seus colaboradores desde o chão da aldeia até as instituições de ensino e pesquisa parceiras. Não é possível discutir mudanças climáticas e saúde sem ouvir os povos indígenas e o Ministério da Saúde está tendo um papel importantíssimo em tudo isso, atuando de forma respeitosa e necessária”, completou o secretário.

Durante o congresso, Weibe abordou as ações da secretaria e os avanços da pauta nos últimos anos, reforçando que uma gestão feita “por indígenas e para indígenas” tem apresentado ganhos significativos para o público atendido, ao compreender e gerir melhor as especificidades dos povos distribuídos nos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI), espalhados por todo o território nacional.

Sílvia Alves
Ministério da Saúde

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