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MPF e Ministério Público de Contas exigem plano de ação imediato para resgatar a Lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte (MG)

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Instituições cobram que a prefeitura de Belo Horizonte invista em medidas eficazes para impedir o acúmulo de sedimentos na Lagoa

Vista diurna e panorâmica da Lagoa da Pampulha em Belo Horizonte. A lagoa de água calma preenche o centro, com margens arborizadas e palmeiras altas à direita. Ao fundo, visíveis acima da vegetação, estão o Mineirão (Estádio Governador Magalhães Pinto) e, à esquerda, o Mineirinho (Ginásio Jornalista Felippe Drummond).

Foto: Matt Kieffer/Flickr

Após deflagração da Operação Otacílio, o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público de Contas do Estado de Minas Gerais (MPC/TCE-MG) recomendaram à prefeitura de Belo Horizonte e aos seus órgãos de meio ambiente a elaboração urgente de um plano de ação para impedir a degradação da Lagoa da Pampulha, um dos principais cartões-postais da capital mineira. O documento também foi enviado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e ao Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG).

Segundo os Ministérios Públicos, a lagoa sofre há décadas com assoreamento, despejo de esgoto e poluição por sedimentos e resíduos sólidos. A situação compromete não apenas o patrimônio cultural e paisagístico projetado por Oscar Niemeyer e Burle Marx, mas também o direito da população a um meio ambiente equilibrado.

O acúmulo de sedimentos, agravado por esquema de aterramento intencional noticiado em ação civil pública, “está, silenciosamente, diminuindo a amplitude da lâmina d’água, ameaçando a integridade do espelho d’água”, alerta trecho da recomendação.

Entre as soluções técnicas sugeridas pelos órgãos estão o uso de jardins filtrantes, flotação a ar dissolvido, bacias de sedimentação e outras tecnologias de contenção e tratamento da poluição antes que chegue à lagoa. O plano recomendado deve detalhar cronograma, responsáveis por cada uma das etapas e medidas de monitoramento contínuo. As autoridades notificadas devem enviar relatórios mensais aos membros do Ministério Público informando sobre o integral cumprimento de todos os itens.

“Enquanto não forem adotadas medidas definitivas que impeçam o aporte de sedimentos e poluentes na Lagoa da Pampulha, as medidas administrativas tomadas, mediante sucessivas ações, seja de desassoreamento, seja de limpeza das águas, constituem afronta à eficiência, à efetividade e ao interesse público, porque não resolvem o problema e alimenta círculo vicioso de contratos irregulares e desvio de verbas”, afirmam no documento a procuradora da República Silmara Cristina Goulart, e a procuradora do Ministério Público/TCE-MG Maria Cecília Borges.

O documento aponta que, apesar de sucessivos contratos de limpeza e dragagem, as medidas adotadas pela administração municipal não atacam a causa do problema. Investigações recentes, como a Operação Otacílio, revelaram fraudes em licitações, desvio de recursos públicos e ineficiência no tratamento das águas. Iniciada no último dia 23 de setembro, a operação revelou indícios de crimes, como organização criminosa, prevaricação, corrupção ativa e fraudes à licitação, em contratos relacionados ao tratamento da Lagoa.

Caso a Prefeitura não se manifeste dentro do prazo estabelecido de 15 dias, o MPF e o MPC-MG poderão adotar medidas judiciais e administrativas cabíveis, incluindo responsabilização civil, administrativa e criminal de agentes públicos e privados envolvidos.

Bem mundial em risco – A Lagoa da Pampulha, idealizada na década de 1930 para integrar natureza e espaço urbano, faz parte de um Conjunto Paisagístico e Arquitetônico de enorme valor, que inclui monumentos projetados para se refletirem no espelho d’água. Devido à sua importância histórica, paisagística e artística, a Lagoa é protegida por tombamento nos três níveis da federação (municipal, estadual e federal) e foi reconhecida pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade na categoria Paisagem Cultural, desde 2016.

Assessoria de Comunicação Social
Ministério Público Federal em Minas Gerais

MPF recomenda aos Conselhos Municipais de Educação de Rondônia que capacitem conselheiros sobre Fundef e Fundeb

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Medida busca garantir o uso correto dos recursos da educação e evitar desvios

Arte retangular de uma pessoa escrevendo a palavra educação com giz em um quadro negro

Arte: Comunicação/MPF

O Ministério Público Federal (MPF) expediu recomendação a todos os Conselhos Municipais de Educação de Rondônia orientando a capacitação técnica dos seus conselheiros sobre as regras do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

A recomendação, assinada pelo procurador da República Raphael Bevilaqua, foi motivada pela constatação de que a falta de formação específica é o principal obstáculo para o desempenho efetivo da função fiscalizatória dos conselheiros de educação. O procurador também ressaltou que a correta aplicação dos recursos contribui para a efetivação do direito fundamental à educação.

No documento, o MPF destaca que, de acordo com a legislação, é proibida a utilização de recursos do Fundef e do Fundeb na realização de despesas não relacionadas à manutenção e desenvolvimento da educação básica de qualidade, sob pena da possível caracterização de ato de improbidade administrativa e mesmo de hipótese de intervenção nos municípios.

Capacitação – Para assegurar a lisura e a eficiência na gestão dos recursos, o MPF recomendou aos Conselhos que solicitem a participação de, pelo menos, dois dos seus conselheiros em cursos específicos sobre o funcionamento e a fiscalização do Fundef e do Fundeb. É crucial que a formação seja contínua, mantendo sempre ao menos dois membros ativos com a capacitação necessária.

Como apoio à medida, o MPF destacou o curso “Fundeb em Foco: Transparência, Governança e Controle Social”, que será oferecido pelo Tribunal de Contas do Estado de Rondônia (TCE/RO) na modalidade Ensino à Distância (EaD) assíncrono (autoinstrucional), com previsão de disponibilização em novembro de 2025.

Os Conselhos Municipais de Educação têm o prazo de 30 dias para informar sobre o acatamento ou não da recomendação e apresentar os documentos que comprovem a forma como as medidas serão implementadas. A omissão de resposta será interpretada como recusa e poderá levar o MPF a adotar as medidas judiciais cabíveis, visando garantir o efetivo respeito à legislação e a correta aplicação dos recursos da educação.

 

Íntegra da recomendação

Procedimento Administrativo nº 1.31.000.001358/2025-94

 

Assessoria de Comunicação

MPF obtém condenação de grupo que desviou R$ 348 milhões da Receita Federal e penas a líderes superam 26 anos de prisão

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Consultoria prometia serviços de inteligência tributária, garantindo restituição indevida de impostos

Foto: Receita Federal

O Ministério Público Federal (MPF) conseguiu a condenação de seis pessoas por fraude tributária e organização criminosa. Investigação revelou que o grupo, ligado à empresa de consultoria Correct Tax, desviou R$ 348 milhões em restituições indevidas e ainda tentou gerar R$ 3,69 bilhões em créditos falsos por meio de manipulação do sistema fiscal.

A apuração foi conduzida no âmbito da Operação Inflamável, pela Polícia Federal, Receita Federal e Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado do MPF (Gaeco/MPF/MG). Segundo o MPF, o esquema operou entre o fim de 2021 e outubro de 2022, explorando vulnerabilidades nos sistemas eletrônicos da Receita Federal, como o Pedido Eletrônico de Restituição (PER/DCOMP) e a Escrituração Fiscal Digital (EFD-Contribuições).

Os seis acusados foram condenados por estelionato majorado contra a União — sendo 196 crimes consumados e 1.085 tentados —, além de organização criminosa. As penas variam de 14 a quase 27 anos de prisão, todas em regime inicial fechado.

Os membros do Gaeco/MPF/MG consideraram as penas aplicadas bastante significativas para os líderes da organização criminosa. A Justiça Federal destacou a gravidade dos danos causados, não apenas aos cofres públicos, mas também aos empresários que foram enganados.

Na dosimetria, a Justiça levou em conta a alta reprovabilidade da conduta, a personalidade dos réus, marcada, segundo a sentença, por baixa sensibilidade ética e indiferença à sorte dos clientes, os motivos ligados à ganância e exploração do sistema da Receita Federal, e os impactos gerados: um desvio de R$ 348 milhões e o endividamento de contribuintes.

Promessa enganosa – O esquema criminoso era dividido em etapas, começando pela captação de clientes, principalmente donos de postos de gasolina. A consultoria prometia a esses empresários a devolução de impostos (PIS/Cofins) com base em uma suposta “tese tributária” ou uma “fórmula secreta”. Essa “fórmula” era, na verdade, um segredo que a empresa se recusava a revelar, alegando ser a “expertise” do negócio.

A consultoria garantia que o procedimento era seguro, pois o pagamento dos honorários (geralmente 30% do valor restituído) só ocorreria após o cliente receber o dinheiro. Para reforçar a confiança, eles ofereciam um suposto seguro, mas o valor máximo de cobertura era extremamente baixo (cerca de 0,01% do dano potencial).

O “Código Secreto” – O cerne do golpe era a fraude técnica contra o Fisco. Os acusados usavam um software desenvolvido especificamente para lançar informações falsas em massa nas declarações fiscais dos clientes (EFD-Contribuições).

O artifício estava no uso de códigos de preenchimento incorretos nos formulários de declaração. Ao contrário dos códigos corretos, que exigem o detalhamento da base de cálculo, esses códigos fraudulentos impediam que o sistema da Receita detectasse a origem do crédito. Isso fazia com que os pedidos de restituição passassem pelos filtros de risco automáticos do sistema. A própria Receita Federal confirmou que, nos 196 casos em que houve pagamento, o processamento foi totalmente automatizado, sem intervenção de servidores.

A conduta criminosa se agravou mesmo após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitar definitivamente a tese tributária, em abril de 2022. O grupo ignorou a decisão e intensificou os pedidos de restituição, realizando mais de 82% das transmissões fraudulentas após o julgamento do STJ.

A terceira fase da fraude atingiu diretamente os clientes. Quando a Receita Federal começou a notificar os empresários, dando-lhes a chance de devolver os valores sem multa (os chamados termos de conformidade), os líderes da consultoria orientavam os empresários a não acatarem os avisos. Eles mentiam, alegando que a Receita queria apenas “amedrontar” ou prometendo defesa judicial por meio de juristas renomados (o que era falso).

O impacto prático dessa orientação foi severo. Os empresários, que já tinham pago 30% à consultoria, se viram obrigados a devolver o valor total à Receita, acrescido de multas e juros, culminando em dívidas enormes. Muitos tiveram que vender bens pessoais para cobrir os prejuízos.

Além de prisão, a decisão também fixou em mais de R$ 198 milhões o valor mínimo para reparação dos danos à União, a ser cobrado solidariamente dos condenados. Além disso, determinou o perdimento de bens apreendidos em contas bancárias, veículos e imóveis adquiridos a partir de novembro de 2021, bem como a manutenção de outros bens sob bloqueio para garantir o ressarcimento.

Assessoria de Comunicação Social
Ministério Público Federal

STF mantém número de deputados para 2026

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Ministro Fux manteve o mesmo número de deputados das eleições de 2022

Agência Brasil/Foto: © Marcello Casal Jr/Agência Brasil/Arquivo

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou nesta terça-feira (30) maioria de votos para referendar a liminar do ministro Luiz Fux que manteve o mesmo número de deputados das eleições de 2022 nas eleições de 2026.

Ontem (29), Fux atendeu ao pedido do presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União-AP), para que as alterações no número de deputados federais – de 513 para 531 – ou qualquer normatização que pudesse advir do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sejam aplicáveis somente a partir das eleições de 2030.

Após a decisão, Fux enviou ao plenário virtual da Corte sua decisão para ser referendada pelos demais ministros.

Até o momento, os ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Nunes Marques, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Flávio Dino e Dias Toffoli votaram para manter a decisão de Fux.

A votação virtual do caso será encerrada nesta quarta-feira (1°).

Polícia Civil realiza prisão por tráfico em operação conjunta

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O preso foi encaminhado às dependências do DENARC, onde foi apresentado à autoridade policial e permanece à disposição da Justiça

Assessoria/PC-RO

Polícia Civil do Estado de Rondônia, por meio do Departamento de Narcóticos (DENARC), em ação integrada com a Receita Federal, deflagrou uma operação que resultou na prisão de um investigado por tráfico de drogas. A ação compõe as atividades da Operação Protetor das Divisas e Fronteiras, coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública.

As equipes cumpriram mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão de forma simultânea nos municípios de Porto Velho e Ji-Paraná, durante as primeiras horas da manhã.

Na capital, o alvo foi localizado em sua residência e, no momento da abordagem, tentou inutilmente se desfazer de um aparelho celular. Contido pelos policiais civis, foi devidamente cientificado de seus direitos constitucionais e conduzido. Paralelamente, em Ji-Paraná, outra equipe cumpriu ordem judicial, realizando buscas em apoio à investigação.

Durante as diligências, foram apreendidos documentos, um veículo e outros objetos que reforçam os indícios da participação do investigado em um esquema de remessas de drogas para diferentes regiões do país. As investigações apontam que o suspeito utilizava transportadoras como estratégia para tentar burlar a fiscalização e facilitar o escoamento dos entorpecentes.

O preso foi encaminhado às dependências do DENARC, onde foi apresentado à autoridade policial e permanece à disposição da Justiça.

A Polícia Civil de Rondônia reafirma seu compromisso com o combate ao tráfico de drogas e a integração com outras instituições, atuando de forma firme para a proteção da sociedade rondoniense e nacional.

Desintrusão em RO: MPF age com foco nos direitos humanos

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Recomendações, parecer judicial e articulação interinstitucional asseguraram preservação ambiental e acolhimento de 180 famílias envolvidas

A Floresta Nacional (Flona) do Bom Futuro, em Rondônia, foi alvo de uma operação de desintrusão realizada nesta quarta-feira (24), cumprindo decisão da 5ª Vara Federal de Rondônia em ação de reintegração de posse ajuizada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A medida teve como objetivo retirar invasores de uma área de preservação permanente e restaurar a integridade da unidade de conservação.

O Ministério Público Federal (MPF) foi um dos órgãos que atuou para que a operação fosse realizada, conciliando a preservação do meio ambiente e a garantia dos direitos humanos das famílias ocupantes da área.

Desde dezembro de 2024, após pedido do ICMBio, o MPF manteve diálogo direto com associações de moradores da área, explicando que não há possibilidade legal de permanência em unidade de conservação e orientando sobre a saída voluntária. Em maio de 2025, o órgão concedeu prazo de 30 dias para que as famílias deixassem a área, comprometendo-se a avaliar benefícios em eventuais acordos penais para aqueles que colaborassem.

Recomendação e manifestação judicial – Ainda em maio, o MPF expediu uma recomendação ao ICMBio, à Polícia Federal e à Polícia Militar para que fosse elaborado um plano conjunto de desintrusão, com estratégias que assegurassem o respeito aos direitos humanos das famílias. O documento foi assinado pelos procuradores da República Raphael Luís Pereira Bevilaqua e Gabriel de Amorim Silva Ferreira.

Posteriormente, em 30 de julho de 2025, o MPF apresentou manifestação no Processo nº 1003273-47.2025.4.01.4100, em trâmite na 5ª Vara Federal de Rondônia. O parecer, subscrito pelo procurador da República Gabriel de Amorim Silva Ferreira, reforçou a urgência da retirada para evitar a consolidação da ocupação e danos irreversíveis à floresta.

O MPF destacou, no documento, que a continuidade da invasão colocaria em risco o projeto de concessão da Flona em andamento no governo federal, que prevê o reflorestamento da unidade por empresas privadas para exploração de créditos de carbono, ressaltando a relevância ambiental e econômica internacional da área.

Direitos humanos e articulação interinstitucional – Embora favorável à retirada, o MPF condicionou a execução da medida ao absoluto respeito aos direitos humanos. Em suas manifestações, exigiu que as Secretarias de Assistência Social (estaduais e municipais) cadastrassem as famílias e providenciassem apoio emergencial, inclusive acionando o Conselho Tutelar quando necessário.

O MPF agiu de forma incisiva para assegurar essa participação, especialmente após a Secretaria Estadual de Assistência Social sinalizar que não prestaria apoio à desintrusão. Dessa forma, o órgão requereu a intimação das secretarias e advertiu que a ausência de apoio social poderia gerar multa diretamente à pessoa do gestor responsável. Essa medida coercitiva buscou garantir que o cadastramento e o acolhimento das famílias fossem realizados, independentemente da apresentação do plano de desintrusão completo.

O órgão também participou de reuniões interinstitucionais com o ICMBio, a Polícia Federal e a Polícia Militar em março e maio deste ano, contribuindo para alinhar estratégias e dimensionar efetivos de forma a garantir uma ação coordenada e menos traumática. Além disso, recomendou que a Polícia Militar priorizasse o diálogo, aplicando o uso progressivo da força apenas em casos de estrita necessidade.

 

MPF/Foto: Rubem Jayron/Ibama

Voto do eleitorado 70+ é fundamental para a cidadania e a democracia brasileiras

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No Dia da Pessoa Idosa, Justiça Eleitoral celebra a participação eleitoral dos maiores de 70 anos

Dia Nacional e Internacional da Pessoa Idosa - 01.10.2025
Atualmente, 16.063.940 eleitoras e eleitores têm 70 anos ou mais, o que corresponde a 10,37% do eleitorado

No Dia Nacional e Internacional da Pessoa Idosa, celebrado anualmente no dia 1º de outubro, a Justiça Eleitoral (JE) reforça a importância da participação política e da inclusão eleitoral desse grupo, que representa quase 23% das eleitoras e dos eleitores brasileiros. A atenção é dada especialmente aos maiores de 70 anos, para os quais o voto é facultativo, uma vez que incentivar a participação dessas pessoas na democracia brasileira é uma forma de garantir o exercício da cidadania, a dignidade e a autonomia, como estimula a data desde 1990.

No Brasil, todas as pessoas acima de 16 anos têm o direito de participar das decisões democráticas do país por meio do voto. Aos 18 anos, esse direito se torna também um dever: a votação é obrigatória para todas as cidadãs e todos os cidadãos brasileiros entre 18 e 70 anos. A partir dos 70, o voto volta a ser facultativo, mas nunca deixará de ser um direito.

As mulheres conquistaram o direito de votar há 93 anos, com a promulgação do Código Eleitoral de 1932, e Diana Aires, aos 81 anos, afirma que não deixa de votar. Para ela, o dia de eleição é um dia especial. Em todo pleito, ela se arruma e sai de casa à tarde, normalmente, rumo à seção eleitoral, para garantir o exercício de sua cidadania. “Voto porque entendo o peso e o valor desse gesto e sei que minha voz tem importância. É um ato de consciência e de responsabilidade para exercer minha cidadania”, diz.

Dia Nacional e Internacional da Pessoa Idosa - 01.10.2025

Diana Aires, aos 81 anos, afirma que faz questão de votar. “Sei que minha voz tem importância”, destaca.

Compromisso mais importante do ano

“Enquanto eu tiver vida e saúde, faço questão de comparecer às urnas. O dia de eleição é muito importante para mim, o compromisso mais importante do ano. Voto e fico acompanhando a apuração ansiosa. Acho muito bom podermos escolher nossos representantes”, diz Erônia Francisca Rodrigues, de 77 anos. Para ela, a eleição é a festa da democracia.

Atualmente, até agosto de 2025, 16.063.940 eleitoras e eleitores têm 70 anos ou mais, o que corresponde a 10,37% dos 154.799.776 eleitores inscritos na JE. Veja as estatísticas do eleitorado brasileiro, inclusive por faixa etária.

Waldemar Hiroshi atua como mesário voluntário. Ele já passou dos 70 anos, mas faz questão de continuar votando. “O domingo de eleição é um dia de trabalhar pela democracia, seja atuando na mesa ou votando. Votar não é obrigação, mas um direito”, diz ele, aos 73 anos.

Dia Nacional e Internacional da Pessoa Idosa - 01.10.2025

Erônia Rodrigues, 77 anos, com o título eleitoral na mão. “Enquanto eu tiver vida e saúde, faço questão de comparecer às urnas”, diz.

Voto facultativo, direito do idoso

As eleitoras e os eleitores para os quais o voto é facultativo não precisam justificar a ausência a nenhuma eleição e não sofrem qualquer tipo de penalização pelo não comparecimento. Caso passem três eleições sem votar (cada turno conta como uma eleição), o título também não será cancelado, diferentemente do que acontece com aqueles que ainda têm a obrigação de votar.

O eleitorado 70+ que não coletou a biometria e deseja votar deve agendar atendimento no cartório eleitoral de seu município para realizar a coleta biométrica. Não há necessidade de nenhum comprovante de isenção em relação ao voto. Quem estiver nessa situação continuará com o título válido e poderá comparecer apenas às eleições em que quiser votar, sem que o documento seja cancelado por ausência a três turnos consecutivos, como ocorre com as pessoas obrigadas ao voto. O eleitor pode votar no 1º ou no 2º turno, de acordo com sua preferência.

As pessoas com 60 anos ou mais têm direito ao atendimento prioritário, assim como as pessoas com deficiência, gestantes, com criança de colo e lactantes, entre outras. Já aquelas com 80 anos ou mais têm prioridade absoluta, sendo sempre as primeiras da fila. A Lei Federal nº 14.364/2022 também garante prioridade aos acompanhantes.

Além disso, o eleitor com mobilidade reduzida poderá ser auxiliado por uma pessoa de sua confiança ao votar. Caberá ao presidente da mesa verificar a necessidade do acompanhante e autorizar o ingresso na cabina de votação.

Quem não fez a transferência para uma seção acessível poderá fazer a solicitação na página Autoatendimento Eleitoral ou de forma presencial, nos cartórios. As seções eleitorais para os idosos devem ser montadas de modo a facilitar o percurso da eleitora ou do eleitor, a fim de que as rotas de acesso ao local no dia da votação estejam livres de obstáculos, a exemplo de degraus, plantas, bancos e cones.

Campanhas

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) constantemente faz campanhas institucionais em rede nacional de rádio e televisão para incentivar o voto de pessoas com 70 anos ou mais. Para as Eleições Gerais de 2022, a JE preparou duas campanhas publicitárias que buscaram incentivar o voto de pessoas com esse perfil etário.

Em junho daquele ano, a primeira das campanhas, chamada “Todo voto importa”, produzida com o apoio do Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA), foi ao ar. O vídeo retrata a felicidade de Gracina do Rosário da Conceição Trindade, eleitora de 81 anos, que faz questão de votar e de incentivar filhos e netos a exercerem esse direito. A campanha “Todo voto importa” parte do princípio de que votar é um exercício de cidadania que concretiza o próprio sentido da democracia, ao possibilitar que o cidadão exerça a soberania popular pelo voto universal, direto e secreto na escolha dos representantes.

Pouco tempo depois, em agosto de 2022, foi lançada uma nova campanha do TSE para esse público, a “Voto 70+”. Nas duas, exibidas em emissoras de rádio e TV de todo o país, havia a mesma mensagem: a importância da participação do eleitorado da melhor idade nas eleições.

Dia Nacional e Internacional da Pessoa Idosa - 01.10.2025

Os eleitores para os quais o voto é facultativo não precisam justificar a ausência a nenhuma eleição

Voz no futuro do país

Nas Eleições Municipais de 2024, enquanto 93% dos jovens de 16 e 17 anos compareceram às urnas, a faixa etária de 70 a 74 anos registrou apenas 66,43% de comparecimento. No caso das idosas e dos idosos com idades de 75 a 79 anos, essa taxa caiu para 49,55%, de acordo com dados do TSE.

Segundo a presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, os idosos e as idosas enfrentam preconceito etário, sendo frequentemente desencorajados nas filas de votação. “Ouvi relatos de idosos sendo destratados, com pessoas dizendo ‘não precisava ter vindo votar’. É preciso convidar os mais velhos para participarem da democracia com o mesmo empenho que fazemos com os jovens”, disse a ministra, ao apresentar o Relatório de Avaliação das Eleições 2024.

Na opinião da presidente do TSE, “cada voto contribui para a construção de uma sociedade mais inclusiva, em que todas as gerações têm voz ativa no futuro do país”. “Lembrar que a experiência acumulada ao longo da vida é um patrimônio valioso para guiar escolhas conscientes é um grande motivo para que a terceira idade esteja presente nas urnas”, ressaltou.

Dia do Idoso

A Organização das Nações Unidas (ONU) institui o Dia Internacional da Pessoa Idosa com o objetivo de sensibilizar a sociedade para as questões do envelhecimento, para a proteção e os cuidados necessários à população idosa, bem como para a promoção da sua dignidade, autonomia, integração e participação efetiva na sociedade.

No Brasil, o dia 1º de outubro é também conhecido como o Dia Nacional do Idoso. A data é celebrada em um momento de crescente longevidade da população brasileira, tornando o tema do envelhecimento cada vez mais relevante.

MEC lança painel de monitoramento do Escolas Conectadas

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Em comemoração aos dois anos da Estratégia que visa garantir conectividade adequada para fins pedagógicos a todas as escolas públicas do país, MEC apresenta ferramenta e indicador de acompanhamento da política
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Foto: Reprodução/MEC

OMinistério da Educação (MEC) promoveu nesta terça-feira, 30 de setembro, webinário em comemoração aos dois anos da Estratégia Nacional de Escolas Conectadas (Enec). O evento on-line celebrou avanços e apresentou oficialmente o Painel de Monitoramento da Enec e o Indicador Escolas Conectadas (INEC).

Nesses dois anos, o percentual de escolas públicas com conectividade adequada para fins pedagógicos subiu de 45,4% para 65,9% — o que corresponde a 90.195 unidades conectadas—, beneficiando mais de 23 milhões de estudantes. Para isso, com a coordenação inédita entre diversos entes e ministérios, o governo federal investiu R$ 3 bilhões dos R$ 6,5 bilhões previstos para conexão de unidades escolares pelo Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC).

Na visão de Kátia Schweickardt, secretária da Secretaria de Educação Básica (SEB) do MEC, “além de comemorar esses dois anos da Estratégia Nacional de Escolas Conectadas, estamos aproveitando esse evento para reafirmar um grande compromisso com os próximos passos da política, que se referem à cidadania e inclusão digital”.

Criada em 2023, a Enec representa um progresso substancial na articulação das políticas de conectividade, infraestrutura e inovação pedagógica, em uma visão sistêmica. Mais do que conectar escolas, garante que a tecnologia esteja a serviço da aprendizagem, da equidade e da cidadania digital.

Em sua participação, a diretora de Apoio a Gestão Educacional do MEC, Anita Stefani, reforçou que a conectividade das escolas é considerada uma iniciativa estratégica para o governo federal e para o MEC e que, por isso, vem recebendo recursos de diferentes fontes.

“É fundamental que a internet não chegue somente na sala do gestor, que ela chegue de fato na sala de aula, por isso o monitoramento é importante, para vermos como está a distribuição do wi-fi dentro das nossas escolas, porque mais escolas conectadas significa mais equidade na educação”, explicou a coordenadora de Tecnologia e Inovação, Ana Dal Fabbro, ao apresentar o Indicador Escolas Conectadas e o Painel de Monitoramento.

Indicador – O Indicador Escolas Conectadas possui parâmetros exigentes, considerando três desafios para que a internet seja efetivamente considerada apta a ser usada em sala de aula — energia elétrica estável; velocidade mínima de 1 mbps por estudante no maior turno escolar; e rede wi-fi com cobertura nos espaços pedagógicos. Com base nisso, o indicador classifica as escolas de 0 a 5. A Enec considera como conexão adequada para uso pedagógico os níveis 4 e 5 dessa escala.

  • Nível 0 – Escola sem conexão à internet ou sem energia adequada;
  • Nível 1 – Escola com conexão à internet, com velocidade inadequada e sem rede wi-fi;
  • Nível 2 – Escola com conexão à internet, com velocidade e rede wi-fi inadequadas;
  • Nível 3 – Escola com conexão à internet, com velocidade adequada e sem rede wi-fi;
  • Nível 4 – Escola com conexão à internet, com velocidade adequada e rede wi-fi insuficiente;
  • Nível 5 – Escola com velocidade e rede wi-fi adequadas.

Assessoria de Comunicação Social do MEC, com informações da SEB  

Enamed 2025 será aplicado no dia 19/10 em todo o país

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Participante do Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica poderá utilizar o resultado individual como etapa de seleção para ingresso em programas de residência médica de acesso direto, por meio do Enare
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Foto: Divulgação/Gescom

A menos de um mês para o Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed) 2025, os estudantes concluintes de medicina de todo o país se preparam para as provas, que serão realizadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia vinculada ao Ministério da Educação (MEC). Mais de 96 mil participantes tiveram a inscrição confirmada para a edição deste ano, que será no dia 19 de outubro.

A prova será aplicada em todos os estados e no Distrito Federal (DF), com abertura dos portões às 12h, fechamento às 13h e início às 13h30, seguindo o horário de Brasília. O término está previsto para as 18h30, com cinco horas de duração.

O resultado individual do participante no Enamed poderá ser utilizado como etapa de seleção para ingresso em programas de residência médica de acesso direto, por meio do Exame Nacional de Residência (Enare). Além disso, os resultados servirão para orientar políticas públicas voltadas à formação médica.

A estrutura do exame inclui uma prova teórica composta por 100 questões de múltipla escolha, baseadas nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) do curso de medicina. Ela avaliará o desempenho dos estudantes em relação aos conteúdos programáticos, suas habilidades de adaptação às evoluções do conhecimento e competências para compreender temas da realidade brasileira e mundial, além de assuntos interdisciplinares.

Regularidade no Enade –O Enamed será realizado em consonância com os critérios estabelecidos para o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) específico para o curso de medicina, no âmbito do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). Os concluintes inscritos no Enade 2025 devem cumprir todas as regras previstas no edital e na Portaria Normativa Inep nº 359, de 29 de maio de 2025.

Para o dia da prova –Os participantes deverão apresentar documento de identificação oficial, original e com foto, emitido por órgãos brasileiros. Serão aceitos:

  • Cédula de identidade expedida por secretarias de segurança pública, Forças Armadas, polícia militar ou Polícia Federal;
  • Identificação fornecida por conselhos ou ordens de classe;
  • Passaporte;
  • Carteira Nacional de Habilitação (CNH);
  • Carteira de Trabalho e Previdência Social emitida após 27 de janeiro de 1997;
  • Carteira de Identificação Nacional (CIN);
  • Documento digital com foto (e-Título, CNH, RG e CIN) apresentado em aplicativo oficial ou no Gov.br.

Já os participantes estrangeiros deverão apresentar documento oficial, original e com foto, como passaporte; identidade expedida pelo Ministério da Justiça, inclusive para refugiados; Carteira de Registro Nacional Migratório (CRNM); Documento Provisório de Registro Nacional Migratório (DPRNM); cédula de identidade civil ou documento equivalente emitido por países do Mercosul e associados; ou, ainda, versões digitais do CRNM e DPRNM disponíveis no aplicativo Carteira Digital do Migrante.

Assessoria de Comunicação Social do MEC, com informações do Inep

Exportações de carne bovina alcançam recorde histórico em setembro/25

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As exportações brasileiras de carne bovina in natura, fresca e congelada bateram o recorde da série histórica até a quarta semana de setembro de 2025, com 294,7 mil toneladas embarcadas, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). O volume total do mês, que será divulgado em 6 de outubro, deve superar as 300 mil toneladas.

O desempenho representa um avanço de 17,1% em relação a setembro de 2024, quando foram exportadas 251,6 mil toneladas, e um crescimento de 9,8% frente ao total embarcado em agosto deste ano (268,5 mil toneladas). A média diária exportada atingiu 14,7 mil toneladas, aumento de 23% em relação ao mesmo período do ano passado.

No faturamento, a quarta semana de setembro trouxe receita de US$ 1,654 bilhão, já superando os US$ 1,136 bilhão arrecadados em todo o mês de setembro de 2024. O preço médio da tonelada chegou a US$ 5.613,2, alta de 24,4% em relação ao ano passado.

Analistas destacam que a China manteve papel central entre os compradores, apesar da investigação de salvaguardas sobre importações de carne bovina estrangeira, que foi prorrogada até o final de novembro. A proximidade da Semana Dourada, principal feriado prolongado do calendário chinês, também impulsiona a demanda, com importadores antecipando compras para abastecer estoques domésticos.

Além da China, a diversificação de destinos contribuiu para o recorde, com crescimento nos embarques para México, União Europeia e Oriente Médio. Especialistas avaliam que a combinação de demanda externa forte e preços elevados continuará sustentando o ritmo das exportações nas próximas semanas.

Fonte/Pensar agro