A Embrapa Milho e Sorgo abriu inscrições para seleção de candidatos a bolsistas do Programa Institucional de Bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
As vagas devem ser preenchidas por especialistas sem vínculo empregatício com a Embrapa e por estudantes de graduação e de pós-graduação, que venham contribuir para a execução de projetos de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação e para atividades de extensão tecnológica, de proteção da propriedade intelectual e de transferência de tecnologia.
As inscrições acontecem de 11 a 25 de agosto pelo link
Os dados mostraram que a cor, a firmeza e os compostos voláteis são importantes para fornecer algumas informações sobre as alterações fisiológicas causadas pelo distúrbio
Colapso interno da manga é um sério problema da cultura que causa prejuízos a produtores e comerciantes e desperdício do alimento.
Descoberta irá subsidiar ferramentas para a detecção precoce do problema sem precisar abrir os frutos.
Cientistas descobriram que, entre mais de 100 compostos voláteis da manga, oito estão relacionados ao colapso do fruto
Estudo também ajudará a entender as causas do distúrbio.
Pesquisadores de cinco instituições públicas do País deram um passo importante para entender o chamado colapso interno, um grave problema que afeta os frutos de manga e causa prejuízos econômicos a produtores e comerciantes. O grupo observou que aromas e compostos voláteis podem servir como marcadores para diferenciar, entre os frutos saudáveis, aqueles que estão com o problema.
Conhecido como um distúrbio fisiológico, o colapso interno é responsável pelo amadurecimento prematuro, aspecto gelatinoso na polpa da fruta, cor mais escura, sabor mais adocicado, amolecimento sob a casca e de difícil detecção externamente. O problema é observado apenas no momento do consumo, quando os frutos são geralmente descartados, gerando desperdício.
Baseado inicialmente em uma pesquisa de mercado e, posteriormente, em modelos estatísticos, o estudo identificou diferença no aroma, além de detectar, qualificar e quantificar uma série de compostos voláteis na casca e no fruto, que se revelaram como indicativos de marcadores de colapso interno.
Os dados mostraram que a cor, a firmeza e os compostos voláteis são importantes para fornecer algumas informações sobre as alterações fisiológicas causadas pelo distúrbio, que ainda não são totalmente conhecidas. Mas é de ocorrência tanto no mercado nacional como no internacional.
Por isso, o estudo dos pesquisadores da Embrapa Instrumentação (SP), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp), com a colaboração da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), é fundamental para ajudar a entender o problema. Os resultados podem apoiar a elaboração de estratégias de identificação do distúrbio fisiológico futuramente, antes do consumo, e manejo para reduzir as perdas dos frutos causadas pelo colapso.
O estudo foi conduzido pela engenheira-agrônoma Fernanda Campos Alencar Oldoni, para a obtenção do título de doutora em Alimentos e Nutrição pela Unesp, campus Araraquara. De acordo com ela, o problema do colapso interno é abordado pela comunidade científica desde a década passada.
Sob a orientação de Marcos David Ferreira (foto à direita e vídeo abaixo) e coorientação de Luiz Alberto Colnago, pesquisadores da Embrapa, Oldoni fez primeiramente uma pesquisa de mercado com o objetivo de investigar e explorar o distúrbio fisiológico por meio da percepção de atacadistas da Ceagesp.
Essa etapa identificou, pelo aroma, que as variedades de manga Palmer e Tommy Atkins são as mais suscetíveis ao distúrbio fisiológico. Já em experimentos realizados em laboratórios, com métodos avançados de análise, os pesquisadores encontraram mais de 100 compostos voláteis diferentes nos frutos, dos quais oito estão relacionados ao colapso interno.
O pesquisador Marcos David Ferreira fala sobre o processo de detecção do colapso interno em frutos de manga
Aromas reveladores
A pesquisa de prospecção foi realizada com 30 atacadistas da Ceagesp por meio de questionários, cujas respostas a ajudaram compreender melhor as causas e traçar um perfil para caracterização do colapso interno e planejamento do estudo.
O questionário levantou informações sobre as percepções dos atacadistas quanto à maturação e refrigeração dos frutos, as reclamações sobre o colapso interno e percentual do distúrbio nas cargas comercializadas, variedades mais sujeitas ao distúrbio, além de possíveis sinais externos indicativos do colapso e fatores causais associados.
As variedades Palmer e Tommy Atkins foram citadas por 93% e 76% dos entrevistados, respectivamente, como mais incidentes. De acordo com a pesquisadora, os atacadistas tiveram a percepção de que o tamanho do fruto e teor de fibras poderiam estar associados ao distúrbio, além de fatores externos, como a adubação.
O tamanho maior do fruto foi apontado por 80% dos entrevistados como sendo um dos responsáveis pelo aparecimento do colapso, enquanto 76,7% afirmaram que o teor de fibras é outro fator limitante.
Além de Fernanda Oldoni, pelo Departamento de Alimentos e Nutrição da Unesp, Marcos David Ferreira, Luiz Alberto Colnago e Camila Florencio, da Embrapa Instrumentação, assinam o artigo o professor Stanislau Bogusz Junior e as alunas Giovana Brait Bertazzo e Pamela Aparecida Grizotto, do Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP), e o professor Renato Lajarim Carneiro, do Departamento de Química da Universidade Federal de São Carlos (USFCar). O estudou recebeu apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoas de Nível Superior (Capes).
Na visão dos atacadistas, variedades com menos fibras, como a Tommy Atkins, costumam apresentar mais colapso. Mas 90% dos entrevistados acreditam que frutos maduros estão mais associados com o aparecimento do colapso, seguido de adubação (76,7%), tipo de solo (50%), região de produção/origem (46,7%), plantas mais velhas (30%), armazenamento refrigerado (26,7%), clima quente (23,3%), seguido de época de colheita e clima frio, ambos representando 20% das respostas.
De acordo com Oldoni, a percepção dos atacadistas diante de alguns destes fatores corroboram com estudos da literatura, tendo em vista que o baixo teor de cálcio, atraso na colheita e exposição de luz solar na pré-colheita podem estar associados ao aparecimento do colapso. Alguns estudos relacionam o distúrbio com o desequilíbrio nutricional das plantas no campo.
Segundo ela, 93% dos entrevistados afirmaram terem sido notificados sobre reclamações por colapso nas cargas comercializadas. As cargas não refrigeradas são comercializadas por 87% e refrigeradas por 70%, de acordo com os respondentes, sendo que 31% e 54%, respectivamente, relataram já terem apresentado perdas em cargas, por colapso, superiores a 5%.
Outro fato apontado por 27% dos entrevistados é a de que frutos colapsados apresentavam um odor diferenciado. A diferença de aroma entre frutos com o distúrbio fisiológico e frutos sadios foi constatado in loco na Ceagesp.
Ferreira lembra que a literatura científica é vasta sobre as capacidades distintas de humanos diferenciarem odores, inclusive, com implicações médicas. De acordo com cientistas internacionais, isso se deve ao fato de os corpos de seres humanos emitirem centenas de compostos orgânicos voláteis que podem afetar os odores pessoais.
Identificação de voláteis
Baseado no levantamento realizado na Ceagesp, a pesquisa seguiu com experimentos em mangas Palmer em laboratórios, utilizando técnicas avançadas para identificar os compostos voláteis. Os pesquisadores partiram da hipótese de que os frutos com ou sem colapso interno apresentavam características físicas e composição química diferentes. Determinado os parâmetros físico-químicos em triplicata para cada amostra, os pesquisadores caracterizaram e quantificaram os diversos compostos voláteis com a técnica de cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massa.
“Nós identificamos mais de uma centena de compostos voláteis diferentes nos frutos. Os voláteis de diversos frutos de manga foram extraídos, concentrados, separados e identificados, gerando uma quantidade enorme de informação”, conta o professor do Instituto de Química de São Carlos (IQSC-USP) Stanislau Bogusz Junior.
Quimiometria
Depois disso, com base nos resultados, os pesquisadores obtiveram uma tabela de dados com os compostos presentes em cada fruto e qual a concentração relativa de cada um em cada manga. A partir desse resultado, foi utilizada técnica multivariada de análise de dados, a quimiometria, para identificar quais os compostos voláteis eram capazes de distinguir um fruto com o distúrbio fisiológico entre os saudáveis.
A quimiometria consiste na utilização de modelos matemáticos, entre outros, para a conversão de dados numéricos em informações de caráter químico. O professor Renato Lajarim Carneiro, da UFSCar, explica que foram utilizadas as técnicas quimiométricas de análises de componentes principais (PCA) e a de regressão por quadrados mínimo parciais para análise descriminante (PLS-DA).
“A PCA possibilita analisarmos o quão similar são os perfis químicos dos voláteis quando comparamos diversos frutos, ou seja, possibilita enxergar se existe alguma diferença evidente entre os tipos de compostos voláteis ou mesmo diferença na concentração de um mesmo composto, quando comparamos uma manga colapsada e um fruto não colapsado. Já o PLS-DA permite que criemos um modelo matemático correlacionando a presença dos compostos e a concentração relativa deles com o colapso interno do fruto”, esclareceu o professor.
Segundo Carneiro, isso permite enxergar quais os compostos voláteis responsáveis por diferenciar frutos com ou sem colapso, o que torna possível a identificação de um fruto colapsado apenas analisando os compostos exalados pelo fruto. O ácido metacrílico, éster etílico, etanoato de isopentenila, óxido de limoneno, (E)-2-pentenal, tetradecano e γ-elemeno estão entre os principais marcadores voláteis do colapso interno encontrados nos frutos.
Oldoni concluiu que a avaliação quimiométrica foi adequada para identificar os parâmetros físico-químicos e os compostos voláteis relacionados ao distúrbio fisiológico. “Os frutos com colapso interno apresentaram aumento do índice de cor na casca e na polpa, amolecimento da polpa e realce do sabor”, relata a pesquisadora.
Bogusz Junior explica que os voláteis, assim como o hálito humano, podem mudar em função de diversos fatores, dependendo do que é ingerido ou até mesmo de acordo com a saúde de cada um. “Da mesma forma, frutos sadios e frutos com o colapso interno vão produzir e eliminar diferentes composições de voláteis. A aplicação prática desse estudo é fascinante, pois acreditamos que, em algum momento, poderemos diferenciar os frutos com colapso interno dos frutos sadios, sem a necessidade de cortar, fatiar ou abrir os frutos”, prevê o professor.
Além disso, ele diz que os estudos futuros sobre as rotas bioquímicas, que levam à formação desses marcadores, podem ser muito úteis para que as causas do colapso interno possam ser conhecidas e controladas.
Ferreira afirma que a identificação precoce de problemas fisiológicos internos contribui para o direcionamento desses frutos para outros fins, antes mesmo que cheguem ao consumidor. Segundo ele, isso evitaria o descarte, reduziria as perdas e desperdício e contribuiria para o uso racional de recursos.
“Muitas dessas frutas são exportadas ou transportadas internamente em grandes distâncias, com gastos desnecessários para um produto que não será consumido. Dessa forma, pode-se buscar aumentar a eficiência com impactos positivos para o ambiente, evitando que alimentem os lixões, e não pessoas”, afirma o pesquisador.
Manga é a fruta brasileira mais exportada
Considerada um produto de grande importância nutricional e econômica, além de ser a cultura mais difundida nas áreas tropicais e subtropicais do mundo, a qualidade dos atributos dos frutos de manga, de origem asiática, como cor, aroma, sabor, sabor e textura, é de grande importância comercial. Do ponto de vista nutricional é uma excelente fonte de antioxidantes e possui níveis significativos de betacaroteno e de vitaminas A e C.
De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas de Derivados (Abrafrutas), em 2021, foram exportadas 270 mil toneladas de mangas, a fruta brasileira mais embarcada para o exterior, tanto em quantidade como em valor agregado, cerca de US$ 248 milhões. O aumento foi de 12% em relação a 2020.
O consumo de manga vem crescendo juntamente com a exigência dos consumidores por frutos de qualidade. Contudo, o pesquisador Marcos David Ferreira lembra que o mercado nacional e internacional tem enfrentado diferentes questões relacionadas ao manejo de frutas na fase pós-colheita.
“A redução da qualidade dos frutos causa perdas econômicas significativas para produtores, comerciantes, distribuidores e exportadores, que têm seus lucros diminuídos e o prestígio de seu produto comprometido. Também é negativo para os consumidores, que irão ter à sua mesa menos produto disponível, maiores preços e mangas com qualidade mercadológica inferior”, afirma.
Dona de 23 títulos de Grand Slam, tenista passou pelo Brasil e deu uma entrevista exclusiva ao Esporte Espetacular
Maior vencedora da história do tênis, com 23 títulos de Grand Slam, Serena Williams passou pelo Brasil na última semana para dar uma palestra para investidores do setor financeiro. Aos 40 anos, a atleta está apostando numa carreira empreendedora, e falou sobre esse e outros assuntos ao Esporte Espetacular.
– A Serena Ventures é uma empresa que iniciei há vários anos. Estou investindo em tecnologia e estou gostando. Decidi ano passado levantar capital externo e através disso investimos em mulheres, em pessoas negras e eu realmente acredito na diversidade – muitas pessoas falam em diversidade, mas na verdade não fazem isso. Investimos em todos: em homens, mulheres, mas realmente nos certificamos de todas as empresas do portfólio – explicou Serena, que e
Serena Williams fala com exclusividade ao EE e abre o jogo sobre carreira e maternidade
Apesar de ressaltar o discurso sobre aposta na diversidade, Serena não se considera uma ativista.
– Nunca me defini como uma ativista. Mas pelo fato de ser quem eu sou, uma mulher negra que joga tênis, acredito que abri muitas portas para que outras pessoas também se vissem inseridas nesse esporte. Nunca foi sobre ativismo e sim sobre jogar tênis – emenda a tenista.
Bárbara Coelho entrevistou Serena Williams para o Esporte Espetacular — Foto: Ulisses Mendes
A dona de quatro medalhas olímpicas machucou a coxa em junho do ano passado, na estreia do Torneio de Wimbledon. Ficou um ano afastada das quadras. Voltou há 40 dias, de novo no torneio inglês, mas foi eliminada na primeira rodada.
Serena Williams Wimbledon 2022 torcida Grand Slam — Foto: Clive Brunskill/Getty Images
O tempo fora das quadras também fez com que Serena mostrasse nas redes sociais o tempo dedicado à filha, Olympia, de quatro anos. A garotinha é fruto do casamento com o empresário de tecnologia Alexis Ohanian e mostra que leva jeito para o esporte e a música.
– Quando fui mãe é que passei a admirar todas as mulheres que são mães. Não sei como elas fazem tanto e são tão incríveis. Tive que colocar ela no tênis porque é um esporte maravilhoso. Além disso, é importante que as meninas sejam ativas porque isso dá confiança. Esse mundo em que vivemos é muito complicado e quero ajudar minha filha a enfrentá-lo de todas as maneiras possíveis.
Família é um tema importante para Serena. O filme “King Richard: criando campeãs”, que conta a história do pai se Venus e Serena, estreou no início do ano e fez muito sucesso mundialmente. Serena garante que revisitou o passado com carinho ao assistir o filme, que foi indicado a cinco Oscar – e teve Will Smith como vencedor na categoria de melhor ator.
– É um filme maravilhoso. Poder assistir, estar no set de filmagens, tudo isso me fez reviver tantas coisas. Lembrava de tudo o que tinha acontecido. É muito legal ter todas essas memórias reunidas numa obra incrível. Foi muito bom
Em entrevista ao Esporte Espetacular, Anderson Daronco falou sobre o momento da arbitragem brasileira, que vem sendo muito questionada na temporada. O árbitro defendeu os colegas de profissão do país das críticas que vêm recebendo de clubes, imprensa e torcida. Definiu o trabalho como “excelente” e “um dos melhores do mundo”.
Crise do apito: CBF faz semana de treinos para árbitros e auxiliares
– A arbitragem brasileira é excelente, porque ela acompanha o nosso futebol. Eu não estou sendo corporativista, eu vivo isso há muito tempo e conheço a seriedade dos meus companheiros.
– A gente não apita um campeonato fácil. Nós temos o melhor futebol do mundo, então pode ter certeza de que a nossa arbitragem também faz parte das melhores do mundo. Desde o nosso processo de formação, somos forjados a lidar com tudo isso (comportamento de jogadores e pressão) – disse Daronco.
A entrevista ocorreu nesta semana, no Rio de Janeiro, em meio a uma espécie de intertemporada dos árbitros. A CBF decidiu levar 95 integrantes do quadro da confederação para trabalharem no Rio sob olhares e orientações do presidente da Comissão de Arbitragem, Wilson Seneme.
Árbitros estudando em intertemporada promovida pela CBF — Foto: Esporte Espetacular
O objetivo foi estancar a crise do apito, que tomou conta do debate esportivo nas últimas semanas. Daronco comentou o momento da arbitragem e cobrou outros personagens do jogo:
– A arbitragem está fazendo a sua parte. A gente está procurando aproximar critérios, treinamentos, que é o que a gente precisa com uma frequência maior. Mas a gente também precisa que os outros envolvidos em todo esse contexto procurem ajudar. Que atletas e dirigentes procurem colaborar um pouco mais. O árbitro só é bom quando a equipe ganhou com aquele árbitro, quando perdeu deixou de ser bom. Um erro, quando é a seu favor, você se cala. Quando é contra, é a pior coisa do mundo.
Uma das principais críticas à arbitragem brasileira é o uso do VAR. A falta de critérios em lances capitais e a interpretação da cabine fazem parte das inúmeras perguntas que são feitas rodada a rodada. Anderson Daronco defendeu o uso da ferramenta e disse que há um desconhecimento do público geral sobre as orientações da Fifa.
– Não dá para atacar uma ferramenta que veio pra deixar o futebol mais justo. A gente percebe que muitas vezes o ambiente externo da arbitragem acaba fazendo questionamentos acerca do VAR até por desconhecimento. Durante a sua aplicação, a gente percebeu inúmeros debates, seja de torcedores, imprensa ou clubes, questionando a forma do uso da ferramenta. Só que isso não vai mudar. É a aplicação que a Fifa dá, vem de cima para baixo a forma como a Fifa quer que isso seja utilizado. Então a gente vê isso de desconhecimento, de cobrança – defendeu o árbitro.
Quando ir ao monitor?
– Por que nesse tipo de lance aqui não foi? Porque não tinha que ir. Vou citar um exemplo, uma falta dentro ou fora da área. O árbitro tomou a decisão ali e no fim das contas tinha que mudar a decisão. Isso protocolarmente o árbitro não precisa ir lá no vídeo olhar, mas as pessoas te cobram. Para esse tipo de lance, basta receber a informação. Em outros lances, no campo eu já tive a minha decisão, e a decisão do árbitro de vídeo, das pessoas que estão na cabine, é a mesma que a minha. Olhando o vídeo, eles pensam o mesmo que eu. Por isso eu não fui ver. Quando a gente vai, é porque existe essa discordância, porque eles estão vendo uma coisa além do que eu vi no campo – relatou o árbitro.
Debates na imprensa
Daronco afirmou que, quanto mais se fala em arbitragem, é pior para os árbitros. Para o árbitro, o debate do futebol brasileiro muitas vezes fica em cima de quem apita o jogo, e não do jogo em si.
– É muito mais fácil atacar a arbitragem, que os caras vão ficar 24 horas falando acerca de arbitragem e às vezes parece que chega a ser até falta de respeito com o próprio público, porque o público também quer ver um pouco mais de futebol, entender o futebol. Embora a gente saiba que o sangue vende, né. Essa questão muitas vezes de polêmica, até polêmicas onde não tem polêmica em decisões de arbitragem, a gente sabe que isso acaba gerando uma tensão muito maior – disse, para completar:
– A imprensa podia chegar mais junto e cobrar: por que que quando é aqui é de um jeito e quando vai jogar fora é de outro? Eles mudam. A gente consegue observar isso aqui. Muitas vezes as mesmas equipes daqui quando jogam o Brasileiro é um tipo de comportamento, quando vão jogar Libertadores é um outro comportamento, mas já é pré-condicionado, não é porque chega um árbitro ali no campo de jogo e faz milagre. Não tem isso. Já é um comportamento diferente.
Cera dos jogadores
O árbitro também questionou a cera exagerada que os jogadores fazem quando estão vencendo, principalmente a dos goleiros. Nos primeiros 100 jogos do Campeonato Brasileiro, o Espião Estatístico fez um levantamento que quase 90% dos atendimentos médicos aos goleiros aconteciam quando o time estava ganhando ou perdendo. Daronco criticou esse comportamento:
– Tem coisas que um jogador faz quando está vencendo o jogo e quando está perdendo é um comportamento diferente. Vou te dar um exemplo: a questão de tempo, de cera. Claro que a gente faz o máximo possível pra coibir. Só que eles aceitam. Quando eu estou ganhando eu acho bonito, é malandro fazer isso.
Lado pessoal dos árbitros
Embora exista uma grande pressão em cima dos árbitros, Daronco disse que o ambiente no estádio é mais hostil do que fora. Nas ruas, ele conta ser abordado como “ídolo”, com fotos e pedidos de cartões, mas afirmou “quantos menos tocarem no meu nome, melhor”.
– Muitas vezes parece que as pessoas pensam que o árbitro é de outro planeta. Parece que ele chega no campo de futebol, cai de paraquedas, apita e some. Eu tenho minha vida normal. Levo meu filho no colégio, vou ao mercado, muitas vezes acabo escutando. Mas na maioria dos locais a que eu vou, sou abordado como se fosse um ídolo. Não quero me equiparar a um grande jogador, mas os caras chegam pedindo pra tirar foto, pedem camisa no estádio, cartão, para ter uma recordação de ti. Acredito que conquistei isso no próprio campo com o respeito pelos atletas. Isso é muito bacana, porque acaba sendo um pouco conflitante com coisas que a gente acaba acompanhando na mídia.
Lutador multicampeão mundial de jiu-jítsu, de 33 anos, levou tiro na cabeça na madrugada deste sábado para domingo e foi levado para hospital, mas teve morte cerebral confirmada. Testemunhas apontam policial militar como autor
O mundo do jiu-jítsu acordou nesta manhã com uma notícia trágica. Leandro Lo, multicampeão mundial na arte suave e um dos maiores nomes da modalidade, foi baleado com um tiro na cabeça durante uma festa no Clube Sírio, em São Paulo, na madrugada deste sábado para domingo. O lutador chegou a ser levado ao Hospital Municipal Dr. Arthur Ribeiro de Saboya, mas teve morte cerebral confirmada.
O Combate.com teve acesso ao boletim de ocorrência, que identifica como autor do disparo o policial militar Henrique Otávio Oliveira Velozo e foi registrado como tentativa de homicídio. Confira a descrição do ocorrido feita pela Polícia Militar de São Paulo, ainda antes da confirmação da morte cerebral do atleta.
“Preliminarmente, trata-se de ocorrência envolvendo o multicampeão mundial de jiu-jítsu Leandro Ló Pereira do Nascimento e o policial Militar Henrique Otávio Oliveira Velozo. Conforme relatam as testemunhas, o policial Henrique, após breve discussão, se dirigiu à mesa da vítima Leandro, pegando uma garrafa da mesa, em ato contínuo a vítima se levantou, tirou a garrafa da mão do autor e, em golpe de luta, o derrubou e imobilizou. Neste momento, colegas da vítima separaram ambos e pediram “para deixar isso quieto”. O autor, após se levantar, deu a volta na mesa e, de fronte a vítima, sacou sua arma e desferiu disparo, o qual atingiu a região frontal da cabeça da vítima (testa, lado esquerdo). Vítima encontra-se em estado gravíssimo no Hospital Municial Dr. Arthur Ribeiro de Saboya.”
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo emitiu nota sobre o assunto:
“Um lutador de jiu-jitsu, de 33 anos, foi baleado por um policial militar de folga, de 30, na madrugada deste domingo (7), em um clube na Avenida Indianópolis, bairro da Saúde, zona sul da Capital. Testemunhas informaram que houve uma discussão entre os dois e o policial realizou um disparo contra a vítima. O lutador foi socorrido ao Hospital Saboya, permanecendo internado em estado grave. O caso foi registrado como tentativa de homicídio pelo 16º DP (Vila Clementino), que apura os fatos por meio de inquérito policial. A autoridade policial representou pela prisão preventiva do autor junto à Justiça. A Polícia Militar lamenta o ocorrido. A instituição instaurou uma apuração administrativa e colabora com as buscas para localizar o autor.”
O Esporte Clube Sírio, que sediou o show no qual ocorreu o incidente, emitiu nota de esclarecimento neste sábado.
“Nota de Esclarecimento
O ESPORTE CLUBE SIRIO se solidariza com a família do Sr. LEANDRO PEREIRA DO NASCIMENTO LO, pelo lamentável incidente ocorrido na madrugada do dia 7 de agosto de 2022, em um evento realizado por terceiros.
Informamos que estamos colaborando com as autoridades responsáveis pela investigação e esperamos que o incidente seja esclarecido o mais rápido possível.
O relatório online serve não só para cumprir uma exigência legal, mas também ser instrumento de publicidade das ações e da atuação da Corte de Contas na área de sua competência
Em atendimento, entre outros objetivos, ao princípio da transparência, o Tribunal de Contas (TCE-RO) disponibiliza à sociedade o relatório consolidado de suas atividades, referentes ao segundo trimestre de 2022, o qual pode ser acessado no menu “Institucional”, aba “Transparência/Relatórios”, do portal da instituição – onde também estão disponíveis os demais relatórios.
O relatório trimestral (acesse aqui), que é enviado à Assembleia Legislativa conforme determina a Constituição Estadual e a Lei Orgânica do TCE, contém, entre outros elementos, um resumo das atividades feitas pelo Tribunal no período de abril a junho/2022, subdivididas em três grandes áreas: Governança, Resultados da Gestão e Conformidade e Eficiência da Gestão.
Nesse sentido, traz um conjunto de informações dispostas de forma explicativa e didática, adaptado, portanto, ao que determina as Leis da Transparência e de Acesso à Informação, as quais obrigam os órgãos públicos a divulgar seus atos ao cidadão em tempo real e da forma mais clara e precisa possível.
Desse modo, o relatório online serve não só para cumprir uma exigência legal, mas também ser instrumento de publicidade das ações e da atuação da Corte de Contas na área de sua competência, legitimando seus atos e informando sobre as ações realizadas e seus efeitos ao longo do referido período.
As vagas são destinadas a profissionais das áreas de Letras/Inglês (disciplina Inglês Básico), Direito (disciplina Direitos da Mulher), Administração, Gestão Pública e Processos Gerenciais (disciplina Empreendedorismo), e a remuneração será de R$ 50,00 hora/aula, de acordo com a carga horária ministrada em cada disciplina.
Os candidatos deverão realizar as inscrições até as 18 h do dia 12 de agosto de 2022, através de formulário próprio cujo link está disponível no edital, em que também estão dispostos os critérios de seleção, classificação, convocação e outros relativos ao processo.
No Instituto Federal de Rondônia (IFRO), Campus Vilhena, a estudante Rafaela Soares Pereira, matriculada no primeiro ano do curso técnico em Informática integrado ao ensino médio, foi selecionada para participar do programa Global STEM Accelerator School for Girls, oferecido pela Universidade da Pensilvânia (EUA) em parceria com a AFS Intercultural Programs.
Mais de duzentas meninas de todo o mundo, com idades entre 15 e 17 anos, foram selecionadas para participar do programa, que visa, segundo o site da organização, o desenvolvimento de habilidades STEM (acrônimo formado pelas iniciais das palavras ciências, tecnologia, engenharia e matemática, em inglês), oportunizando uma educação de competência global e impacto social especialmente para meninas, que ainda são minoria nas áreas STEM.
“Me inscrevi porque esse programa tem o objetivo de transformar a vida de meninas, dando condições para que elas possam se desenvolver e ver que elas são capazes de mudar o mundo. Nós somos o futuro do mundo e para que exista um futuro bom nós precisamos mexer no agora. Fazer com que o mundo fique mais sustentável, que todos possam ter uma existência de qualidade daqui pra frente. E o tema, o foco é justamente isso, fazer com que nós, meninas, nos sintamos capazes de realizar isso”, diz a estudante.
O programa está previsto para ser realizado ao longo de 12 semanas, através de atividades síncronas semanais e conteúdo individualizado assíncrono. “As aulas já começaram, e são realizadas on-line até o mês de setembro. Na plataforma disponibilizada pelo programa, as participantes realizam atividades, respondem questionários, realizam debates, expressam suas opiniões nas aulas. Alguns tópicos são apresentados, e nós, participantes, vamos esclarecendo e amadurecendo ideias”, explica Rafaela.
As mais de duzentas participantes neste programa estavam juntas no primeiro dia e foram agrupadas em turmas menores. “No meu grupo são seis meninas, uma de cada país. Percebi que na minha turma todas estamos em sintonia, então vamos conversando, trocando ideias, falando sobre a nossa realidade referente ao assunto do dia. Ao final do programa, vamos construir nossos próprios projetos que oferecem uma possível solução para os desafios do mundo real, e eu quero desenvolver o meu sobre igualdade de gênero, principalmente porque percebo que na região amazônica acontecem muitas coisas, vamos dizer… muito antiquadas, que nem parecem reais. Eu sempre tive vontade de fazer alguma diferença”, relata.
Rafaela conta que se inscreveu motivada pela sua professora de língua inglesa no Campus Vilhena, Maria Helena Ferrari, e que recebeu apoio da família e dos colegas: “Foi aí que eu me inscrevi, e quando eu vi que eu fui aprovada, eu me senti muito diferente, fiquei em choque, sabia que eram muitas pessoas querendo uma vaga, e quando caiu a minha ficha eu me senti a pessoa mais feliz do mundo”.
O Corregedor-Geral do Ministério Público de Rondônia e Presidente do Conselho Nacional de Corregedores-Gerais do Ministério Público dos Estados e da União (CNCGMPEU), Cláudio Wolff Harger, participou, na última quarta-feira (3/8), em Brasília (DF), de apresentação da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária (FTIP), sua atuação e resultados.
A iniciativa foi exposta durante a quarta edição do projeto Segurança Pública em Foco, promovido pela Comissão do Sistema Prisional, Controle Externo da Atividade Policial e Segurança Pública (CSP) do Conselho Nacional do Ministério Público, que teve a condução do diretor do Sistema Penitenciário Federal (SPF), José Renato Vaz. Também estiveram presentes a Presidente do Conselho Nacional de Procuradores-Gerais dos Ministérios Públicos dos Estados e da União (CNPG), Norma Angélica Reis, e a Procuradora-Geral de Justiça do MP do Rio Grande do Norte, Elaine Cardoso.
Após fazer um panorama do sistema penitenciário federal, Vaz abordou o conceito, as atribuições, o fluxo processual, os exemplos e os resultados obtidos pela força-tarefa em alguns estados, como a atuação em episódios de crises ocorridas em penitenciárias do Rio Grande do Norte, Roraima, Ceará, Pará e Rio Grande do Sul.
Entre outros pontos, o diretor destacou a redução dos índices de criminalidade extramuros em todos os casos em que as forças-tarefas retomaram o controle das penitenciárias. “A força-tarefa é uma política pública de retomada do controle de unidades prisionais rebeladas. É um apoio que prestamos aos estados e ao Distrito Federal em casos de crises”, disse Vaz, que complementou que todas as unidades da Federação possuem acordos firmados com o Ministério da Justiça e Segurança Pública para o acionamento da força-tarefa em caso de necessidade.
No debate, a Procuradora-Geral de Justiça do Ministério Público do Rio Grande do Norte, Elaine Cardoso, compartilhou a experiência no caso do episódio, ocorrido em 2017, na Penitenciária Estadual Dr. Francisco Nogueira Fernandes, no município de Nísia Floresta. O caso ficou conhecido como o massacre de Alcaçuz.
A Procuradora-Geral afirmou que, antes da atuação da força-tarefa, o cenário era de gestores sem habilidade técnica, falta de prioridade orçamentária e de protocolos carcerários, entre outras questões. Após a presença da FTIP, complementou Cardoso, um dos resultados obtidos foi a redução dos crimes violentos letais intencionais.
O evento foi mediado pelo presidente da CSP, conselheiro Jaime de Cassio Miranda.
Após a exposição do trabalho, o Corregedor do MP rondoniense elogiou a iniciativa, destacando o alcance positivo de objetivos para uma área de extrema relevância social.
Cerca de 600 pessoas são esperadas para participar do ‘Dia de Campo em PIsicultura‘ que acontecerá em Theobroma (RO), no dia 19 de agosto, das 8h às 16h. O evento está programado para acontecer em uma fazenda, dedicada a produção de peixes.
A inscrição é gratuita e os interessados podem se inscrever pela internet (clique aqui).
Segundo os organizadores do evento, o dia de campo promoverá palestras, debates, encontro entre piscicultores, técnicos e estudantes. Além disso, um dos objetivos é ‘discutir estratégias para promoção do pescado nativo rondoniense e apresentar pesquisas de melhoramento genético“.
Pesquisadoras da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) estão confirmadas entre os palestrantes, que de acordo com a organização, devem apresentar os avanços no projeto ‘Mais Amazônia’, que promove a inovação no cultivo e manejo do Tambaqui e do Pirarucu.