Início Site Página 48

COP30: MPF apresenta iniciativa que reduz a pegada de carbono e protege vias com o combate ao transporte com excesso de peso

0

Acordos e ações judiciais garantem o cumprimento das normas de trânsito e a proteção do patrimônio público, além de gerar benefícios ambientais e sociais

Foto de caminhão na balança de pesagem de uma rodovia

Foto: ANTT, com adaptações

Com a proximidade da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que acontecerá em Belém (PA) em novembro de 2025, o Ministério Público Federal (MPF) destaca uma atuação pioneira e multifacetada. A iniciativa, que combate transporte rodoviário com excesso de peso, alinha-se diretamente com temas centrais da conferência, como a redução da emissão de gases de efeito estufa e a promoção da sustentabilidade.

A ação demonstra como o trabalho jurídico pode gerar resultados concretos na proteção do patrimônio público, na competição econômica, na segurança viária e, principalmente, na redução do impacto ambiental e da pegada de carbono.

O problema do excesso de peso no transporte rodoviário é complexo e causa danos em inúmeras esferas. Vai além do desgaste das estradas, impactando o patrimônio público, a concorrência (ordem econômica) e gerando riscos difusos à vida e à segurança viária.

Para o meio ambiente, essa prática agrava a crise climática ao aumentar o consumo de combustíveis fósseis – especialmente o diesel, considerado o mais poluente – elevando significativamente a liberação de fumaça e gás carbônico (CO2) na atmosfera.

Além disso, a deterioração precoce das rodovias exige o consumo prematuro de novos materiais para sua recuperação, gerando uma pegada ecológica significativa e elevando os custos de recuperação para os cofres públicos. Para o MPF, enquanto o transporte com excesso de carga maximiza os lucros da iniciativa privada, ele impõe danos e riscos a toda a coletividade.

Atuação ampliada para alcançar mais resultados

A atuação do MPF nesse campo teve início em Uberlândia (MG) há cerca de 20 anos, com o procurador da República Cléber Eustáquio Neves. Inicialmente focada em ações de dano ao patrimônio público, a estratégia evoluiu. Percebendo a limitação da jurisprudência, o procurador da República Onésio Soares Amaral ampliou o escopo das ações para incluir o dano à concorrência (ordem econômica) e o risco difuso (à vida e à segurança viária), bem como o dano ambiental (maior emissão de gases poluentes e precoce necessidade de utilização de mais material para a reconstrução do pavimento).

Os resultados dessa atuação são concretos e demonstram a capacidade do MPF de gerar transformações significativas:

  • Inúmeras empresas (e inclusive setores econômicos inteiros) alteraram suas formas de trabalho no cotidiano para se adequar à legislação;

  • Houve uma alteração do cenário de atuação no respectivo ramo econômico;

  • As ações resultaram em acordos firmados que destinaram compensações para obras e serviços públicos importantes;

  • Foram estabelecidos Termos de Ajuste de Conduta (TACs) e Acordos em Autos Judiciais para ressarcir os danos causados aos cofres da União e para mitigar a pegada de carbono.

Com essa atuação, o MPF protege uma série de direitos fundamentais da coletividade: o direito à vida, à integridade física e à saúde dos usuários das rodovias, a segurança patrimonial, a proteção do patrimônio público federal, a garantia da ordem econômica e a defesa do meio ambiente.

Retorno para a sociedade em diversas áreas

Foto de caminhão numa balança de rodovia
Foto Ilustrativa: Dnit

Como resultado das ações e acordos firmados, diversas entidades e órgãos públicos foram beneficiados com destinação de verbas que já passam dos R$ 50 milhões. Entre os beneficiários, destacam-se a Universidade Federal de Uberlândia (UFU), incluindo sua Faculdade de Engenharia Civil, os setores de Oftalmologia e Urologia, e o Hospital de Clínicas. A Fundação de Apoio Universitário (FAU) da UFU foi uma entidade chave na gestão de recursos para beneficiar diversas entidades estatais, as quais vão desde entidades educacionais, até aquelas de prestação de serviços de saúde e de educação.

 

No âmbito da segurança, foram beneficiadas algumas unidades da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) em Araguari e Uberlândia, bem como os Conselhos Comunitários de Segurança Pública (Consep) de Araguari, do Triângulo Mineiro e da Zona Rural de Unaí (Consep Rural), que direcionaram recursos para as Polícias Civil de Araguari e Unaí, respectivamente.

Além disso, recursos significativos foram encaminhados para a segurança pública, incluindo a instalação de equipamentos de videoconferência no Centro Socioeducativo de Uberlândia, de Unaí, e de toda a região Triângulo Noroeste. As penitenciárias da região também receberam recursos para a instalação de videoconferências. Este investimento destacou Minas Gerais como pioneira no aparelhamento de penitenciárias e centros socioeducativos com sistemas de videoconferência antes mesmo da pandemia, período em que essa tecnologia se nacionalizou no Poder Judiciário.

Outros acordos também viabilizaram uma Unidade de Perícia Criminal para a Polícia Federal em Uberlândia e reformas de unidades da Polícia Militar e Civil de Minas Gerais (PMMG e PCMG) em Uberlândia e região. Houve ainda reformas de postos da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na região, incluindo a instalação de cobertura no Posto da PRF em Paracatu. Recentemente, foi construído um auditório e um centro de treinamento balístico para a PRF em Uberlândia. Adicionalmente, no Centro Socioeducativo, houve apoios a projetos específicos voltados para crianças e adolescentes em conflito com a lei.

Na área de saúde, o Hospital das Clínicas e outros serviços de saúde, em especial os da UFU, como o Centro de Referência Nacional em Hanseníase e Dermatologia Sanitária (Credesh/UFU) de Uberlândia, também já receberam e recebem constantes recursos extras para iniciativas que revertem diretamente para melhorar o atendimento da população e minimizar as filas de espera por procedimentos cirúrgicos.

Na área de educação, já foram enviados recursos para iniciativas que vão de pequenas construções de muros em escolas e colocação de placas de sinalização na universidade até auxílio a grandes projetos da UFU, financiamento de custeio de projeto básico e executivo para a futura construção da Biblioteca de Obras Raras e melhoria da acessibilidade para deficientes visuais na Biblioteca Central, dentre outros.

Jurisprudência reconhece danos e fortalece atuação do MPF

Foto de caminhões na estradaA recente decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ao julgar o Recurso Especial 1908497/RN, reforçou as ações e acordos obtidos pelo MPF. O tribunal estabeleceu a tese jurídica de que o tráfego reiterado de veículos com excesso de peso em rodovias autoriza a imposição de medidas para impedir a prática e a responsabilização civil do infrator.

A decisão reconhece que essa conduta causa danos materiais e morais coletivos de forma notória e inequívoca, impactando a segurança viária, a infraestrutura das estradas, o meio ambiente e a concorrência leal. O STJ reafirmou que a sanção administrativa não impede a responsabilização civil ou a aplicação de multas, pois isso não configura bis in idem (a punição duas vezes pelo mesmo fato).

Para o MPF, esse entendimento ganha relevância no contexto da COP30, pois contribui para as metas globais de sustentabilidade e resiliência climática, mostrando um modelo aplicável e com resultados tangíveis para a redução do impacto ambiental do transporte, crucial para um país com vasta malha rodoviária como o Brasil.

“O controle do excesso de peso é uma iniciativa importante para o enfrentamento da crise climática, na medida em que atua também para a diminuição da pegada de carbono e da emissão de gases nocivos à atmosfera e à temperatura do planeta”, afirmam os procuradores da República Cléber Eustáquio Neves e Onésio Soares Amaral.

Contagem regressiva – Até o dia 9 de novembro, véspera do início da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em Belém, no Pará, serão publicadas 50 matérias sobre a atuação do Ministério Público Federal na proteção do meio ambiente, das populações mais vulneráveis e dos direitos humanos. A ação de comunicação faz parte da campanha MPF: Guardião do Futuro, Protetor de Direitos.

Acompanhe a contagem regressiva diariamente, no nosso site!

 

*Reportagem: Comunicação/MPF/MG

Ministro Luiz Fux palestra no Congresso de Direito Notarial e Registral no TJRO

0

O Ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), palestrou nesta sexta-feira, 10, no Congresso de Direito Notarial e Registral, realizado pela Corregedoria Geral da Justiça de Rondônia (CGJ-RO) em parceria com a Escola da Magistratura do Estado de Rondônia (Emeron). O evento aconteceu no auditório do edifício-sede do Tribunal de Justiça de Rondônia (TJRO), em Porto Velho, e reuniu espectadores de todo o estado.

A mesa de honra do evento foi composta pelo presidente do TJRO, desembargador Raduan Miguel Filho; pelo corregedor-geral, desembargador Gilberto Barbosa; o diretor da Emeron, desembargador Alexandre Miguel; e o presidente da Associação dos Notários e Registradores do Estado de Rondônia (Anoreg-RO), Eugênio Brügger.

O tema da palestra de Fux foi “Análise econômica do direito notarial”. Em entrevista à assessoria de comunicação do Judiciário rondoniense, o ministro destacou o papel inovador local: “O TJ de Rondônia tem sido um tribunal de vanguarda, de inovações. É um tribunal que está sempre voltado ao aperfeiçoamento da prestação da Justiça e, uma das finalidades, é que a Justiça seja mais eficiente e mais rápida. Então o tema [da palestra] visa justamente a eficiência do sistema de Justiça, não só o judicial, mas também o extrajudicial”, comentou.

Durante o dia, a programação incluiu, ainda, debates sobre o e-Notariado e inovações; usucapião e adjudicação compulsória; inteligência artificial nos cartórios; as novas ferramentas do protesto; e a atuação dos Operadores Nacionais junto ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), finalizando o evento com discussões de grande interesse para o setor.

O congresso contou com transmissão ao vivo pelo canal do TJRO no YouTube, com acessibilidade em Libras durante toda a programação, ampliando o acesso e promovendo a participação de profissionais de diversas regiões. Confira à íntegra do segundo dia:

O Congresso de Direito Notarial e Registral foi realizado em 9 e 10 de outubro, reunindo 15 palestrantes e painelistas de referência nacional e local. O evento proporcionou debates e ampla troca de experiências.

Assessoria de Comunicação Institucional

Prefeitura de Vilhena inicia preparação da Praça Nossa Senhora Aparecida para receber a decoração natalina

0

Limpeza e poda antecedem montagem da decoração de Natal; acender das luzes ocorrerá em 08 de novembro

A Praça Nossa Senhora Aparecida, localizada na região central de Vilhena, está recebendo serviços de limpeza e poda de árvores executados pelas equipes da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp). O objetivo dos trabalhos é preparar o espaço público para o início da montagem da decoração natalina deste ano.

A ação de revitalização da praça é a etapa inicial antes da instalação dos enfeites e luzes de Natal. A Fundação Cultural de Vilhena (FCV), responsável pela decoração, iniciará a montagem dos itens assim que a Semosp finalizar os trabalhos de preparo da praça.

A exemplo do sucesso da edição anterior, a FCV já definiu a data para a festa que marcará o acendimento das luzes de Natal. O evento está agendado para a noite de 8 de novembro, prometendo mais uma celebração que tradicionalmente atrai grande público para a Praça Nossa Senhora Aparecida, abrindo o período festivo na cidade.

Com show gratuito, Esquadrilha Fox se apresenta em Vilhena no dia 18 de outubro

0

Depois de 15 anos sem apresentações de acrobacias aéreas, a cidade volta a ter esse tipo de programação cultural

A Prefeitura de Vilhena por meio da Fundação Cultural, confirmou que no próximo sábado, 18, a Esquadrilha FOX se apresentará no município. Já são mais de 15 anos desde que os vilhenense puderam assistir esse tipo de show de acrobacia área.

Conforme a presidente da Fundação Cultural, Évilyn Medrado, esta será uma experiência única, repleta de emoção, adrenalina e arte nos céus. A Esquadrilha FOX, reconhecida nacionalmente por suas manobras precisas e impressionantes, promete encantar o público com acrobacias aéreas de tirar o fôlego.

A apresentação está marcada para às 15h, com ponto de concentração no aeroporto Brigadeiro Camarão. O evento é gratuito e aberto ao público.

Foto: Divulgação/FAB

Vilhena leva 230 atletas para a disputa dos Jogos Intermunicipais de Rondônia, em Ji-Paraná

0

Com equipe completa, município de Vilhena marca presença em todas as 15 modalidades dos JIR 2025

Centenas de atletas de 32 municípios de Rondônia se reúnem em Ji-Paraná entre os dias 9 e 22 para a edição 2025 dos Jogos Intermunicipais de Rondônia (JIR). O evento, considerado o maior do esporte no estado, contará com a expressiva participação de Vilhena, que enviará uma delegação completa, composta por 230 atletas, com representação em todas as modalidades em disputa.

A equipe vilhenense, que viaja com o apoio da Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Esportes (Semes), carregará a responsabilidade de defender o município em 15 modalidades: Atletismo, Basquete, Capoeira, Ciclismo, Futsal, Handebol, Jiu-Jitsu, Judô, Karatê, Futebol Society, Taekwondo, Tênis de Mesa, Vôlei de Praia, Voleibol e Xadrez.

A programação do JIR está dividida em duas semanas de intensa competição. Na primeira etapa, o foco estará no Handebol, Basquete, Vôlei de Praia e Futebol Society, além das provas de Ciclismo e das disputas de Capoeira, Taekwondo e Xadrez. Já na segunda semana, entram em cena o Atletismo, Jiu-Jitsu, Judô, Karatê, Tênis de Mesa, Voleibol e Futsal.

Com uma delegação abrangente, Vilhena se posiciona como um dos grandes destaques do JIR 2025, pronta para buscar resultados em todas as frentes da competição.

Abertura de mercado para sementes de beterraba do Brasil para a Nicarágua

0
Com este anúncio, o agronegócio brasileiro alcança 444 aberturas de mercado desde o início de 2023

Abertura de mercado para sementes de beterraba do Brasil para a Nicarágua

O governo brasileiro informa que as autoridades fitossanitárias da Nicarágua autorizaram a exportação de sementes de beterraba do Brasil para aquele país

A abertura reforça o compromisso do Brasil em diversificar parcerias comerciais e projetar internacionalmente os vários setores do agronegócio brasileiro. Com cerca de 6,9 milhões de habitantes, a Nicarágua importou mais de US$ 47 milhões em produtos agropecuários do Brasil em 2024, com destaque para cereais, farinhas e preparações.

Com este anúncio, o agronegócio brasileiro alcança 444 aberturas de mercado desde o início de 2023.

Esses resultados são fruto do trabalho conjunto entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e Ministério das Relações Exteriores (MRE).

Informações à imprensa
[email protected]

Brasil produziu 1,35 milhão de toneladas de pescado em 2024, mostra MPA

0

O Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) divulgou nesta semana o Boletim da Estatística Pesqueira e Aquícola 2023-2024, com dados atualizados sobre a produção nacional de peixes, crustáceos, moluscos e outros organismos aquáticos. Segundo o levantamento, o Brasil produziu 1,35 milhão de toneladas de pescado em 2024, crescimento de 11,5% em relação ao ano anterior.

A aquicultura, que reúne os sistemas de criação em cativeiro, respondeu pela maior parte da produção, com 881 mil toneladas — somando cultivos em água doce e salgada. Já a pesca extrativa, que é a captura de espécies em ambientes naturais, alcançou 478,9 mil toneladas.

O boletim indica também que o setor movimentou R$ 10,7 bilhões em 2024, valor 14,5% superior ao registrado em 2023. O desempenho foi impulsionado pelo aumento da produção e pela recuperação de preços médios, refletindo uma retomada sólida após o período de pandemia.

A tilápia continua sendo o carro-chefe da piscicultura brasileira, com 499 mil toneladas, o equivalente a 60% da produção nacional de peixes cultivados. Em seguida aparecem o tambaqui, com 120,8 mil toneladas, e o camarão-marinho cultivado, que somou 146,8 mil toneladas. Entre os moluscos, destacam-se os mexilhões, com cerca de 7 mil toneladas produzidas.

O MPA também destacou o desempenho da pesca artesanal, que apresentou crescimento de 11,9%, com 281 mil toneladas pescadas em 2024. A pesca industrial somou 196 mil toneladas. As sardinhas lideraram o ranking das espécies mais capturadas, com 121,8 mil toneladas, seguidas por atuns (44 mil t) e corvinas (35 mil t).

A região Sul foi novamente a principal produtora do país, com 244 mil toneladas, das quais Santa Catarina respondeu por 87%. O Nordeste ficou em segundo, com 114,8 mil toneladas, seguido pelo Sudeste (96,6 mil t) e Norte (22,6 mil t).

O comércio exterior também acompanhou a expansão. Em 2024, o Brasil exportou 113,3 mil toneladas de pescado, 2% a mais que no ano anterior, com faturamento de US$ 468,4 milhões (+14,9%). As importações cresceram 7,5%, totalizando 299,9 mil toneladas.

O consumo de ração para piscicultura e carcinicultura (criação de camarões) alcançou 1,8 milhão de toneladas, refletindo o avanço do setor e a adoção de tecnologias de alimentação mais eficientes.

De acordo com o boletim, o crescimento confirma o potencial da pesca e aquicultura como áreas estratégicas de geração de renda, emprego e segurança alimentar. O documento ressalta ainda que o país tem capacidade para ampliar a produção de forma sustentável, aproveitando sua extensa rede hídrica e as condições climáticas favoráveis.

O MPA informou que novas ações de fomento, capacitação técnica e acesso ao crédito estão sendo planejadas para estimular o crescimento do setor em 2025, com foco na agregação de valor aos produtos e no aumento das exportações de pescado brasileiro.

Todas as informações do boletim estão disponíveis clicando aqui.

Pensar Agro

Trump x China pode reposicionar o Brasil no comércio global de grãos

0

A escalada nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China ganhou novos capítulos nesta sexta-feira (10.10) e volta a redesenhar o tabuleiro do comércio agrícola mundial, com potencial de impacto direto sobre o Brasil.

O governo chinês anunciou que passará a cobrar taxas portuárias especiais sobre navios e empresas norte-americanas a partir do dia 14, em resposta ao tarifaço de 100% sobre produtos chineses anunciado por Donald Trump, que também prometeu impor controles de exportação sobre “todo e qualquer software crítico” a partir de 1º de novembro.

Em tom beligerante, o republicano justificou as medidas dizendo que Pequim “assumiu uma posição extraordinariamente agressiva” ao sinalizar restrições de exportação em larga escala, incluindo o controle sobre elementos de terras raras, que são minerais estratégicos usados nas indústrias de tecnologia e defesa. Segundo Trump, trata-se de “um plano elaborado há anos pela China” e “uma vergonha moral” no comércio internacional.

A retaliação chinesa levou o mercado financeiro e de commodities a reagirem de imediato. Os contratos futuros da soja na Bolsa de Chicago caíram 1,52% no vencimento de novembro, negociados a US$ 10,06 por bushel, enquanto o contrato de janeiro recuou 1,47%, a US$ 10,23.

O milho também recuou, acompanhando a queda do petróleo — o que reduz a competitividade do etanol de milho nos EUA. Já o trigo, pressionado por uma safra global recorde e grandes colheitas esperadas na Argentina e na Austrália, renovou mínimas de quase dois meses.

Ao anunciar o novo pacote de medidas, Trump afasta qualquer expectativa de reaproximação com Pequim e interrompe o diálogo que vinha sendo conduzido por diplomatas de ambos os países. Um encontro entre Trump e o presidente Xi Jinping, previsto para ocorrer nas próximas semanas na Coreia do Sul, foi cancelado após as declarações públicas.

Do ponto de vista brasileiro, o movimento pode abrir oportunidades no curto prazo, mas também acende sinais de alerta. A China, principal compradora da soja nacional, tende a aumentar sua dependência de fornecedores alternativos, como Brasil e Argentina, para compensar a elevação dos custos de importação dos EUA. O histórico mostra que em crises semelhantes o Brasil chegou a exportar volumes recordes para o mercado chinês, aproveitando o vácuo deixado pelos produtores americanos.

Entretanto, analistas alertam que a guerra comercial também pode pressionar os preços internacionais, como já se viu nesta sexta-feira. A queda nas cotações em Chicago reduz a rentabilidade das exportações e pode afetar as margens do produtor brasileiro, especialmente no início da safra 2025/26. Além disso, o Brasil passa a operar em um cenário de maior volatilidade cambial e geopolítica, no qual as vantagens de curto prazo podem se diluir diante da instabilidade global.

O novo embate entre as duas maiores economias do planeta ocorre em um momento de fragilidade no comércio internacional. Com a desaceleração do crescimento global e o aumento da incerteza sobre políticas industriais e climáticas, o “tarifaço” de 100% tende a gerar uma reorganização de fluxos logísticos e estratégicos. A China pode buscar ampliar parcerias com países emergentes, especialmente do BRICS, enquanto os Estados Unidos reforçam sua estratégia de segurança econômica e controle tecnológico.

Para o Brasil, o desafio será converter a vantagem comercial momentânea em posicionamento estratégico de longo prazo. Num cenário em que a geopolítica volta a influenciar preços e cadeias produtivas, o país precisa equilibrar a relação com os dois gigantes: aproveitar o espaço no mercado chinês sem comprometer as relações com os EUA, e manter competitividade num ambiente cada vez mais dominado por tarifas, subsídios e disputas regulatórias.

Em meio à turbulência, o agro brasileiro volta a ocupar o centro das atenções globais, desta vez, não apenas como fornecedor de soja, milho e carne, mas como fator de equilíbrio em uma guerra comercial que pode redefinir o comércio mundial nos próximos meses.

Pensar Agro

Cuidados e ações disponíveis no SUS para o tratamento da obesidade

0

Questão da obesidade é multifatorial e complexa, e engloba diferentes questões que podem determinar o surgimento e aumento na população

A obesidade é um problema de saúde pública mundial, complexo e multifatorial. Ela não pode ser reduzida a uma questão de escolha individual, já que envolve fatores biológicos, ambientais, genéticos e também de desigualdades sociais, econômicas, territoriais, raciais e de gênero.  

Durante muito tempo, a obesidade foi considerada apenas como resultado do desequilíbrio entre consumo alimentar e gasto energético. Hoje se reconhece que o excesso de gordura corporal ocorre por uma série de condições estruturais e contextuais que vão muito além do peso do indivíduo.  

Ações para prevenção e cuidado  

Desde 2006, o Ministério da Saúde vem ampliando as ações de prevenção e cuidado às pessoas que vivem com obesidade, em especial na Atenção Primária à Saúde (APS). Entre as iniciativas, estão:   

  • Repasses de incentivos financeiros aos estados e municípios;   
  • Ofertas de cursos de qualificação para profissionais de saúde;    
  • Ampliação e qualificação da vigilância alimentar e nutricional para monitorar o estado nutricional da população;    
  • Apoio técnico para organização da oferta de serviços e qualificação dos profissionais nos estados e municípios para o diagnóstico e assistência às pessoas com obesidade;   
  • Promoção da alimentação adequada e saudável e de práticas corporais e atividade física;   
  • Articulação intersetorial no âmbito federal para construção de políticas públicas que incidam sobre os determinantes sociais que incidem sobre a população.    

Na Atenção Primária, foram realizados 187,4 milhões de atendimentos em 2022, dos quais 6,2 milhões estavam relacionados à obesidade. Em 2023, esse número chegou a 230,2 milhões de atendimentos, sendo 7,7 milhões ligados à doença. Já em 2024, foram 240,1 milhões de assistências, com 7,8 milhões voltados a casos de excesso de peso. 

Os atendimentos ambulatoriais e hospitalares também aumentaram, passando de 83.541 em 2023 para 126.377 em 2024. O acompanhamento do peso e da altura da população é outro indicador importante. Em 2022, 45,6 milhões de pessoas foram avaliadas; em 2023, 53,6 milhões; e em 2024, 59,2 milhões, mostrando um esforço crescente na vigilância nutricional. 

No Sistema Único de Saúde (SUS), o cuidado às pessoas com obesidade é conduzido principalmente pela atenção primária, com foco na prevenção e promoção da saúde. As ações se baseiam nos Guias Alimentares para a População Brasileira, para Crianças e no Guia de Atividade Física. Entre as estratégias de destaque está a Amamenta e Alimenta Brasil (EAAB), que qualifica o cuidado e incentiva a amamentação e a alimentação complementar saudável para crianças menores de dois anos. 

Para a coordenadora-geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Kelly Alves, é essencial discutir como a obesidade se tornou uma condição crônica que acomete a população desde a infância. “Essa questão está ligada às condições de vida da população e às possibilidades de fazer as melhores escolhas de alimentação, atividade física e sono. Ainda enfrentamos barreiras estruturais que dificultam uma rotina saudável. Por isso, é importante mostrar que não se trata de uma decisão individual, nem de falta de força de vontade”, alerta. 

A coordenadora também chama atenção para os fatores que contribuem para o aumento da obesidade. “Muitas vezes, os alimentos processados e ultraprocessados custam menos. Além disso, a falta de tempo é um obstáculo, gastamos muito com deslocamentos para o trabalho e a escola, o que reduz o tempo disponível para planejar e preparar as refeições”.  

Programas, ações e diagnóstico precoce  

O tratamento da obesidade conta com a articulação de diferentes áreas do governo. O Ministério da Saúde atua em conjunto com outros ministérios e órgãos para construir políticas públicas e melhorar as condições de vida da população: 

  • Com o Ministério da Educação, por meio do Programa Saúde na Escola; 
  • Com o Ministério do Desenvolvimento Social, por meio do Programa Bolsa Família; 
  • Com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura, para impulsionar a produção da agricultura familiar e agroecológica; 
  • Com o Ministério da Fazenda, na reforma tributária, visando reduzir impostos sobre alimentos saudáveis. 

Uma das principais responsabilidades do Ministério da Saúde é garantir o cofinanciamento do SUS. Embora a oferta dos serviços seja de responsabilidade dos municípios, cabe ao governo federal colaborar financeiramente para o funcionamento da rede. O novo modelo de cofinanciamento da Atenção Primária fortalece os municípios na oferta de serviços e se articula com políticas como o programa Agora Tem Especialistas. 

Além disso, as novas unidades de saúde previstas pelo Novo PAC Saúde e o aumento das equipes de saúde no SUS têm impacto direto no enfrentamento da obesidade, facilitando o diagnóstico precoce, as orientações preventivas e o acompanhamento contínuo. Quanto maior a cobertura da atenção primária, maior é a capacidade de prevenir e tratar a obesidade de forma qualificada. 

Investir em ações de prevenção e promoção da saúde é fundamental para desacelerar o avanço da obesidade no Brasil, e garantir o cuidado integral à população, princípio essencial da rede pública. 

Luciano Marques
Ministério da Saúde 

Brasil registra 29 casos confirmados de intoxicação por metanol após consumo de bebidas alcoólicas

0

217 notificações estão sendo investigadas. São Paulo concentra 73,73% dos casos em investigação

O Ministério da Saúde atualiza, nesta sexta-feira (10), o número de notificações de intoxicação por metanol após consumo de bebida alcoólica. Até o momento, 246 notificações foram realizadas, sendo 29 casos confirmados e 217 em investigação. Outras 249 suspeitas foram descartadas.

Até o momento, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul são os estados com casos confirmados por esse tipo de intoxicação. Ao todo, foram registrados 25 casos em SP, 3 no PR e 1 no RS.

O estado de São Paulo está investigando 160 notificações, o que representa 73,73%. Em seguida, aparecem Pernambuco com 31 suspeitas, Rio Grande do Sul (4), Mato Grosso do Sul (4), Piauí (4), Rio de Janeiro (3), Espírito Santo (3), Goiás (2), Alagoas (1), Bahia (1), Ceará (1), Minas Gerais (1), Rio Grande do Norte (1) e Rondônia (1).

Em relação aos óbitos, 5 foram confirmados no estado de São Paulo e 12 seguem em investigação, sendo 1 no CE, 1 em MG, 1 no MS, 3 em PE e 6 em SP.

Atualização

A atualização das notificações de intoxicação por metanol, decorrentes do consumo de bebidas alcoólicas, será realizada nos dias de funcionamento da Sala de Situação — segundas, quartas e sextas-feiras —, após às 17h.

Acesse os dados completos

Ministério da Saúde