Cadastro eleitoral estará fechado a partir de 9 de maio. Prazo para eleitores do Rio Grande do Sul foi estendido
A próxima quarta-feira (8) é a data-limite para quem precisa requerer diversos serviços eleitorais, como cadastramento de dados biométricos, emissão de primeira via do título de eleitor, alteração e regularização cadastral. A partir de 9 de maio, o cadastro eleitoral estará fechado para a organização da logística de votação das Eleições 2024.
Atenção: o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, autorizou a prorrogação, por 15 dias, do prazo final para o fechamento do cadastro eleitoral em todo o estado do Rio Grande do Sul. A medida foi tomada devido à situação de calamidade pública decretada pelo governo estadual e em apoio à população gaúcha afetada pelas fortes chuvas dos últimos dias.
Estatísticas
Somente de janeiro a abril deste ano, foram registrados 5,9 milhões de requerimentos de alistamento eleitoral, dos quais mais de 2 milhões se referem a solicitações de novos títulos e 1,9 milhão trata de pedidos de transferência de domicílio eleitoral.
Não fique de fora das Eleições Municipais 2024. Confira a seguir mais informações sobre esses serviços e as condições necessárias para acessá-los.
Tirar o título de eleitor
O título de eleitor é muito mais do que apenas um documento. É somente por meio dele que cidadãs e cidadãos podem exercer o direito de votar e de serem votados. Além disso, brasileiras e brasileiros acima dos 18 anos que não tiraram o título estão sujeitos a uma série de restrições e impedimentos legais.
Manter o título regularizado é também pré-requisito para outras ações, como obter passaporte ou documento de identidade, receber remuneração de função ou emprego público, participar de concorrência pública e se inscrever em concurso público, entre outras.
documento oficial de identificação (preferencialmente, com foto);
comprovante de vínculo com o município (como comprovante de residência, por exemplo) ou algum documento que comprove vínculo residencial, afetivo, familiar, profissional, comunitário ou de outra natureza que justifique a escolha da cidade; e
certificado de quitação militar (somente obrigatório à pessoa do gênero masculino que solicitar o primeiro título no ano em que completar 19 anos).
Regularizar a situação eleitoral
Não é possível votar enquanto estiver com a inscrição eleitoral (título) cancelada ou suspensa. Assim, para participar das Eleições 2024, é preciso estar com o título regular. Verifique aqui a sua situação eleitoral.
Caso esteja com o título de eleitor cancelado ou suspenso, procure um cartório eleitoral para saber como proceder com a regularização.
Solicitar a transferência de domicílio eleitoral
Se você mudou de cidade ou de estado, não deixe o título de eleitor para trás. Até 8 de maio, solicite o serviço pelo Autoatendimento Eleitoral (apenas para eleitoras e eleitores que já possuem biometria cadastrada) ou busque atendimento presencial em alguma unidade da Justiça Eleitoral.
Para fazer essa solicitação, além de apresentar os documentos necessários, existem algumas condições:
é preciso que já tenha decorrido no mínimo um ano desde o seu alistamento ou a última transferência;
o comprovante de endereço deve demonstrar que você tem, há pelo menos três meses, vínculo residencial, afetivo, familiar, profissional, comunitário ou de outra natureza que justifique a escolha do novo domicílio eleitoral; e
se você estiver em débito por ausência às urnas ou aos trabalhos eleitorais, deverá fazer o pagamento da multa antes de pedir a transferência.
Atualizar dados cadastrais
Você pode solicitar a alteração dos dados pessoais (nome, endereço, estado civil, profissão e grau de instrução, entre outros) ou a mudança do local de votação dentro do mesmo município também até 8 de maio. Essa operação é possível tanto pelo Autoatendimento Eleitoral (somente para quem tem biometria cadastrada) quanto presencialmente.
Agendamento
Para qualquer um desses serviços, o atendimento presencial pode exigir agendamento. Verifique, no site do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), se o cartório da sua cidade faz essa exigência, quais são os horários disponíveis e se há a necessidade de apresentar documentos adicionais.
Fechamento do cadastro eleitoral
A partir do dia 9 de maio (150 dias antes da eleição) até 5 de novembro, fica suspenso o recebimento de solicitações de alistamento, transferência e revisão eleitoral em todas as unidades da Justiça Eleitoral e também no Autoatendimento Eleitoral na internet (exceto no estado do Rio Grande do Sul). O fechamento do cadastro eleitoral é previsto em legislação eleitoral para que seja viável a organização do pleito.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou pedido de habeas corpus a um homem acusado de falsificar três certificados de pós-graduação para ingressar no quadro da Força Aérea Brasileira (FAB). Ele foi condenado pela Justiça Militar a dois anos e quatro meses de prisão, em regime aberto, por uso de documento falso.
O réu teria usado os certificados durante a seleção para o Quadro de Oficiais da Reserva de 2ª Classe da FAB em 2019, recebendo uma pontuação extra para cada documento e obtendo uma das vagas no final do processo seletivo.
A fraude foi descoberta após o homem ser dispensado do serviço no ano seguinte, por interesse da administração, e tentar reaver o cargo por meio de ação judicial. Ao buscar elementos para instruir a resposta da União no processo na Justiça, o Comando de Preparo da FAB identificou indícios de que os documentos eram falsos.
A defesa alegou no STF que o caso não deveria tramitar na Justiça Militar, pois não teria sido provado que o crime maculou a credibilidade do serviço militar.
Ao decidir sobre o caso, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que o Supremo tem jurisprudência pacificada para reconhecer a competência da Justiça Militar em casos de crimes cometidos por civis que afetem a dignidade das Forças Armadas.
O ministro explicou que o Código Penal Militar não tutela a pessoa do militar, mas sim a dignidade da própria instituição das Forças Armadas, conforme pacificamente decidido pelo STF. “À luz do regramento normativo vigente, o Supremo, em casos análogos ao relatado, tem reconhecido a competência da Justiça especializada”, concluiu.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu, nesta sexta-feira (3), liberdade provisória ao ex-ajudante de ordens da Presidência da República Mauro Cid. Na mesma decisão, tornada pública, o ministro manteve integralmente o acordo de colaboração premiada firmado pelo militar.
O ministro determinou que Cid deverá cumprir as mesmas medidas cautelares impostas em decisão proferida em 9 de setembro de 2023, tais como o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de saída do país e de comunicação com demais investigados.
Cid teve a prisão preventiva decretada em março de 2024, em razão do descumprimento das medidas cautelares e da possível prática do crime de obstrução à Justiça, após o vazamento de áudios na imprensa. Na ocasião, o ministro determinou, ainda, que ele fosse ouvido pelo STF e que fossem feitas busca e apreensão domiciliar e pessoal.
Validade do acordo
Segundo o ministro Alexandre, Mauro Cid, acompanhado por advogados e na presença da representante da Procuradoria-Geral da República (PGR), reafirmou a integridade da colaboração que firmou com a Polícia Federal e que foi homologada pelo STF. Assim, com base nas informações prestadas em audiência no STF e nos elementos de prova obtidos a partir da realização de busca e apreensão, o ministro considerou que não há nenhum impedimento à manutenção do acordo. A seu ver, foram reafirmadas, “a regularidade, legalidade, adequação dos benefícios pactuados e dos resultados da colaboração à exigência legal e a voluntariedade da manifestação de vontade”.
Além disso, o ministro avaliou que, apesar da gravidade das condutas de Cid, nesse exato momento, não estão mais presentes os requisitos para a manutenção da prisão preventiva.
Ações conjuntas dos governos federal, estadual e municipais permitiram até este sábado (4/5) o resgate de 11 mil pessoas afetadas pela catástrofe socioambiental que atinge o Rio Grande do Sul (RS) desde 26 de abril. Agravada pela mudança do clima, a tempestade é a pior registrada no Estado e já deixou ao menos 55 mortos.
Segundo balanço divulgado pela Defesa Civil na noite deste sábado, há outras sete mortes sob investigação, 107 feridos e 74 desaparecidos. Mais de 510 mil pessoas foram afetadas, 13,3 mil estão desabrigadas e 69,2 mil, desalojadas.
Mais de 1,6 mil pessoas e ao menos 32 helicópteros, quatro aeronaves, 866 viaturas e 182 embarcações participam das operações. A prioridade neste momento é realizar resgates e salvar vidas.
A tragédia ocorre devido à massa de ar quente estacionada no Centro-Sul do País, que impede o avanço de frentes frias e concentra a precipitação no Rio Grande do Sul e no sul de Santa Catarina. O fenômeno é intensificado por um dos El Niños mais fortes da história, agravado pela mudança do clima.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou em entrevista que alertas sobre a necessidade de combater a mudança do clima foram ignorados por décadas e seus impactos estão evidentes em eventos climáticos extremos mais intensos e frequentes. A resposta às tragédias, completou a ministra, deve ocorrer em duas frentes:
“A ação deve ser contundente e em dois eixos: lidar com a emergência já instalada, fazer a gestão do desastre, como estamos nos esforçando para fazer no Rio Grande do Sul. E, ao mesmo tempo, fazer a gestão do risco, que é o que há de mais complexo no mundo. É ter capacidade de antecipação e prevenção de fenômenos cujos desdobramentos nem sabemos ainda o alcance ou magnitude”, disse Marina à GloboNews.
Segundo a ministra, o governo trabalhará para ações estruturantes e preventivas nas cidades mais vulneráveis do país. Estudo do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, identificou 1.942 municípios suscetíveis a eventos climáticos extremos . Também são necessárias medidas emergenciais, como reforço de sistemas de alertas, rotas de fuga, áreas de alojamento, entre outras medidas.
O combate à mudança do clima, completou a ministra, é prioridade para o governo federal: a retomada da governança socioambiental em 2023 e das ações de fiscalização em 2023 permitiu redução de 50% das áreas sob alertas de desmatamento na Amazônia, segundo o sistema Deter, do Inpe. O resultado permitiu evitar o lançamento na atmosfera de aproximadamente 250 milhões de toneladas de gases causadores do efeito estufa, equivalente às emissões anuais de um país como a Colômbia.
Reunião emergencial
Ao menos 317 (64%) dos 497 municípios do RS foram afetados pela catástrofe, de acordo com o governo do Estado. Neste sábado, o Rio Guaíba ultrapassou os 5 metros pela primeira vez em sua História. O maior nível registrado até então era 4,76 metros, em 1941.
Em Porto Alegre, o ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência, Paulo Pimenta, destacou que os esforços de resgate concentram-se na região metropolitana da capital, principalmente nas cidades de Canoas e Eldorado do Sul:
“O limite do que será colocado à disposição é o limite da necessidade. O presidente já disse: não há limite orçamentário, pessoal ou de equipamento”, afirmou o ministro em entrevista coletiva. “Amanhã será um dia decisivo para entendermos a evolução desta tragédia e segunda-feira poderemos olhar para o que foi feito e planejar junto o que será feito a partir da próxima semana.”
O governo federal instalou neste sábado sala de comando operacional em Porto Alegre para agilizar a resposta à crise e a integração entre os diferentes níveis de governo, e o Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres opera em alerta máximo. Há também sala de situação no Palácio do Planalto, que teve sua terceira reunião neste sábado com participação de 15 ministros.
Além de Pimenta e Waldez Góes (MIDR), que estão no Rio Grande do Sul, participaram as ministras Marina Silva (MMA) e Nísia Trindade (Saúde). Também estiveram presentes os ministros Rui Costa (Casa Civil), Renan Filho (Transportes), Alexandre Silveira (MME), Paulo Teixeira (MDA), Silvio Costa (Portos e Aeroportos), Alexandre Padilha (SRI), Jader Filho (Cidades), Juscelino Filho (Comunicações), Carlos Fávaro (Mapa), Wellington Dias (MDS), o titular do Gabinete de Segurança Institucional, general Marcos Antonio Amaro dos Santos, entre outros.
Os ministros decidiram pedir para que Estados centralizem o recebimento de doações ao Rio Grande do Sul em seus Corpos de Bombeiros. Segundo o general Hertz do Nascimento, vice-chefe do Estado Maior do Exército e responsável pela coordenação das ações de resgate em Porto Alegre, há maior necessidade de colchões, roupas de cama e de banho.
Ações do Governo Federal
No domingo (5/5), o presidente Lula irá ao RS acompanhado de nove ministros e dos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara, Arthur Lira. É a segunda viagem do presidente ao Estado desde o início da crise, após viagem na quinta-feira (2/5).
Medidas já anunciadas pelo governo federal incluem liberação do pagamento de R$ 580 milhões em emendas parlamentares ao Estado. Cerca de R$ 540 milhões serão destinados pelo Ministério da Saúde, que também instalará Centro de Operação de Emergências em Saúde Pública (COE) para planejar e coordenar medidas de emergência na região.
Haverá também enviou de 20 kits de insumos e medicamentos, que atenderão 30 mil pessoas em um mês. Hospital de campanha foi instalado no município de Lajeado, com enfermaria, 40 leitos, dois consultórios para atendimento e um para triagem. A previsão é que outra unidade seja montada no município de Estrela.
A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) concluiu a remoção das 359 famílias que vivem em área de risco das barragens sob alerta em Santa Maria e Bento Gonçalves. O Ministério do Desenvolvimento empenhou R$ 8,4 milhões para a aquisição de 52 mil cestas básicas, e haverá disponibilização de 2 mil cestas de alimentos a cozinhas solidárias.
Foi anunciado ainda envio de 100 agentes das Forças Nacionais, monitoramento de impacto e evacuação em Terras Indígenas no RS e remanejamento de recursos para o aeroporto de Porto Alegre. Os Correios transportarão mais de 50 toneladas de roupas e calçados doados pela Receita Federal às vítimas e o Ministério das Cidades anunciou R$ 55 milhões para a contenção de encostas no Estado, entre outras medidas.
Um milhão de pessoas sem água
Em todo o RS, há 1,05 milhão de pessoas sem abastecimento de água e 350 mil imóveis sem energia. Segundo última atualização, 128 trechos em 61 rodovias têm bloqueios totais ou parciais causados por quedas de barreiras, pistas submersas, riscos de deslizamento, entre outros fatores.
Ao menos 186 municípios estão sem serviços ou internet. Para facilitar o contato, o Ministério das Comunicações determinou que a Telebras envie 34 antenas emergenciais ao RS, equipamentos que serão usados por equipes de resgate, monitoramento de áreas afetadas, hospitais de campanha e para disponibilizar internet sem fio em abrigos, entre outras finalidades.
As aulas estão suspensas em todas as 2.338 escolas da rede estadual, impactando 209.622 estudantes. Há 627 escolas afetadas em 218 municípios, e 246 delas foram danificadas. Ao menos 34 centros educacionais foram transformados em abrigos.
O governador Eduardo Leite afirmou que o Rio Grande do Sul “vai precisar de uma espécie de um Plano Marshall de reconstrução”, referindo-se ao plano de ajuda econômica criado pelos EUA para ajudar os países da Europa Ocidental na reconstrução pós-Segunda Guerra Mundial:
“Vamos precisar de um plano de excepcionalidade em processos, em recursos, em medidas absolutamente extraordinárias, porque quem já foi vítima da tragédia não pode ser vítima, depois, da desassistência e da demora da burocracia”, afirmou o governador.
Os indígenas apresentam uma idade mediana de 25 anos, 10 anos abaixo da idade mediana da população residente no Brasil. Quando residem dentro de Terras Indígenas, têm uma idade mediana de 19 anos, ou seja, 16 anos abaixo da idade mediana da população residente no Brasil.
Acre apresenta a menor idade mediana entre a população indígena (17 anos de idade) seguido por Roraima e Mato Grosso (ambas com 18 anos).
Verifica-se que 56,10% dos indígenas têm menos de 30 anos de idade, enquanto a população residente do Brasil tem 42,07% da população nessa faixa. Por outro lado, 10,65% da população indígena tem 60 anos ou mais, enquanto essa faixa de idade representa 15,81% da população residente do país.
O maior peso percentual de indígenas concentra-se na faixa de idade entre zero e 14 anos (29,95%). Em Terras Indígenas, essa faixa de idade chega a 40,54%.
Considerando os grupos de idade recomendados para frequência nos ciclos educacionais da educação básica, a população indígena até 17 anos de idade é de 606.359 indígenas.
Na comparação entre os Censos 2010 e 2022, as Terras Indígenas que apresentaram maior variação positiva absoluta na população de 17 anos de idade ou menos foram a TI Raposa Serra do Sol, em Roraima (mais 4.815 indígenas nessa faixa), a TI Munduruku, no Pará, com variação de 3.134, e a TI São Marcos, RR, com variação absoluta de 2.280 pessoas indígenas com 17 anos ou menos de idade.
Região Norte tem menor índice de envelhecimento da população indígena: 19 pessoas com 60 anos ou mais para cada 100 indígenas de até 14 anos de idade
Pirâmide etária da população indígena apresenta formato triangular, com base mais larga, mais acentuado dentro das Terras Indígenas
Razão de sexo da população residente é de 94,25, ou seja, 94 homens para 100 mulheres. Entre indígenas era 97,07, indicando que para cada 97 homens indígenas foram identificadas 100 mulheres indígenas.
População indígena apresenta perfil mais jovem quando comparada à população total residente no Brasil – Foto: Acervo IBGE
Os resultados do Censo Demográfico 2022 mostram que a população mais jovem tem um peso mais elevado entre os indígenas em comparação à população residente no Brasil. Verifica-se que 56,10% dos indígenas têm menos de 30 anos de idade, enquanto a população residente do país tem 42,07% da população nessa faixa. Já a idade mediana, que é um indicador que divide um grupo entre os 50% mais jovens e os 50% mais velhos, foi de 25 anos para os indígenas e de 35 para a população do Brasil como um todo.
Essas e outras informações fazem parte da divulgação Censo Demográfico 2022: Quilombolas e Indígenas, por sexo e idade, segundo recortes territoriais específicos – Resultados do universo. Os dados são apresentados hoje (03/05), a partir de 10h, em evento realizado na Comunidade Quilombola Campinho da Independência, em Paraty (RJ), transmitido pelo portal do IBGE e pelas redes sociais do Instituto. Os dados completos podem ser pesquisados no Sidra, no Panorama do Censo 2022 e na Plataforma Geográfica Interativa (PGI). A divulgação traz também informações sobre sexo e idade da população quilombola, tema desta notícia.
“A publicação traz uma atualização do perfil demográfico dessa população em relação ao Censo 2010. Esses dados são importantes para subsidiar as políticas educacionais indígenas, que têm uma política de educação diferenciada, assim como políticas de saúde, como vacinação de crianças, e assistência, que dependem desse recorte de faixa etária e sexo”, explica Marta Antunes, responsável pelo Projeto de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE.
Indígenas tem idade mediana de 25 anos, 10 anos abaixo da idade mediana da população residente no país
Os indígenas apresentam uma idade mediana de 25 anos, que é 10 anos abaixo da idade mediana da população residente no Brasil. Quando residem dentro de Terras Indígenas, têm uma idade mediana de 19 anos, ou seja, 16 anos abaixo da idade mediana da população residente no Brasil. Por outro lado, as pessoas indígenas residentes fora de Terras Indígenas, têm uma idade mediana de 30 anos.
A menor idade mediana encontra-se na região Norte, com 21 anos de idade, seguida da região Centro-Oeste com 23 anos de idade, e da Região Sul com 27 anos de idade. As idades medianas mais elevadas foram contabilizadas nas regiões Nordeste e Sudeste com, respectivamente, 32 e 36 anos. Para o total da população residente, a região Norte também apresenta a menor idade mediana (29 anos). Mas é seguida pelas regiões Nordeste e Centro-Oeste, ambas com 33 anos de idade, pela região Sul, com 36 anos de idade, e Sudeste, com 37 anos de idade.
Verifica-se que a idade mediana dos indígenas varia bastante, de acordo com a Unidade da Federação de residência, e que nem sempre acompanha a variação de idade mediana da população residente na UF. Por exemplo, Acre apresenta a menor idade mediana de sua população indígena, com 17 anos de idade, seguido por Roraima e Mato Grosso (ambas com 18 anos). Já a população residente acreana como um todo tem idade mediana de 27 anos.
Já a Unidade da Federação com maior idade mediana entre sua população indígena residente é o Rio de Janeiro, com 42 anos, seguida de Goiás, com 39, Distrito Federal, com 38 anos, e Sergipe e Bahia, ambas com 37 anos de idade mediana de sua população indígena.
A maior diferença entre idade mediana encontra-se no Mato Grosso, onde a idade mediana da população residente é de 32 anos de idade e da população indígena é de 18 anos de idade. A segunda maior diferença foi encontrada no Rio Grande do Sul, com 12 anos de diferença.
Grandes Regiões e Unidades da Federação
População residente
Total
Pessoas indígenas
Total
Localização em Terras Indígenas
Dentro de Terras Indígenas
Fora de Terras Indígenas
Brasil
35
25
19
30
Norte
29
21
17
24
Rondônia
32
23
19
31
Acre
27
17
15
19
Amazonas
27
22
17
24
Roraima
26
18
16
24
Pará
29
21
17
27
Amapá
27
20
18
25
Tocantins
31
20
17
31
Nordeste
33
32
22
35
Maranhão
30
19
16
29
Piauí
34
35
27
35
Ceará
33
31
26
33
Rio Grande do Norte
34
33
–
33
Paraíba
34
30
27
35
Pernambuco
34
29
26
31
Alagoas
32
29
24
31
Sergipe
33
37
31
38
Bahia
35
37
23
38
Sudeste
37
36
21
39
Minas Gerais
36
32
21
39
Espírito Santo
36
35
23
41
Rio de Janeiro
37
42
16
43
São Paulo
36
36
19
37
Sul
36
27
22
33
Paraná
35
27
21
34
Santa Catarina
35
27
22
34
Rio Grande do Sul
38
26
22
31
Centro-Oeste
33
23
19
32
Mato Grosso do Sul
33
24
20
30
Mato Grosso
32
18
17
26
Goiás
34
39
24
39
Distrito Federal
34
38
–
38
Fonte: Censo Demográfico 2022.
Nota: Idade mediana é a medida separatriz que utiliza o critério de idade para dividir a população em duas partes iguais, ou seja, é a idade que separa a metade mais jovem da metade mais velha da população.
Cerca de três a cada dez indígenas pertencem ao grupo de zero a 14 anos
O Censo mostra que 10,65% da população indígena tem 60 anos ou mais, enquanto essa faixa de idade representa 15,81% da população residente do país. O maior peso percentual concentra-se na faixa de idade entre zero e 14 anos, que representa 29,95% da população indígena, seguida da faixa entre 15 e 29 anos, com 26,15%, e 30 a 44 anos, que representa 19,63% da população indígena no Brasil.
Essa característica acentua-se entre a população indígena que reside em Terras Indígenas, onde a faixa mais jovem (zero a 14 anos) chega a 40,54%. O grupo de idade entre 15 e 29 anos de idade corresponde a 28,37% da população indígena que reside nesses territórios, seguido do grupo de 30 a 44 anos (16,49%), 45 a 59 anos (8,71%) e 60 anos ou mais (5,89%).
“Na população indígena que reside em Terras Indígenas, percebe-se que há uma estrutura etária mais jovem e uma redução do peso da população idosa indígena tanto quando comparado com o total da população indígena quanto com a população total do país”, ressalta Marta.
Nos municípios e Terras Indígenas, Censo 2022 revela número de crianças e jovens até 17 anos e ajuda a traçar políticas educacionais
Considerando os grupos de idade recomendados para frequência nos ciclos educacionais da educação básica, a população indígena até 17 anos de idade é de 606.359 indígenas. Os indígenas com idade abaixo de quatro anos, que são 138.152, distribuem-se entre 51,93% residindo dentro de Terras Indígenas e 48,07% residindo fora de TI.
Entre aqueles com quatro e cinco anos (68.515), 50,74% residem dentro e 49,26% residem fora dessas terras; entre aqueles com idade de seis a 10 anos (170.201), 49,51% residem dentro e 50,49% residem fora; aqueles com idade entre 11 e 14 anos (130.722), distribuem-se entre 47,23% residindo dentro e 52,77% residindo fora de terras indígenas; e no grupo entre 15 e 17 anos de idade, um total de 98.769 indígenas, são 44,61% residindo dentro e 55,39% fora de Terras Indígenas.
“Um dos destaques dessa publicação é uma divisão da população indígena abaixo de 17 anos, organizada pelas idades recomendas de frequência à escola. Com isso conseguimos, a nível de municípios e de Terras Indígenas, trazer essa informação para subsidiar os gestores públicos na avaliação de adequação no número de escolas e professores, se os alunos indígenas correspondem a esse quantitativo que deveria estar na escola nessas faixas etárias. São informações interessantes do ponto de vista de estudos educacionais e de subsídios às políticas de educação”, enfatiza a pesquisadora.
O crescimento da população indígena com 17 anos ou menos de idade, na comparação entre os Censos 2010 e 2022, ocorreu notadamente nas Terras Indígenas Raposa Serra do Sol (mais 4.815 indígenas nessa faixa), em Roraima, Munduruku (mais 3.134), no Pará, e São Marcos (mais 2.280 pessoas indígenas), também em Roraima.
Região Norte tem menor índice de envelhecimento da população indígena: 19 pessoas com 60 anos ou mais para cada 100 de até 14 anos de idade
A população indígena como um todo apresentou um índice de envelhecimento de 35,55, o que indica que há 35 indígenas de 60 anos ou mais para cada 100 pessoas indígenas de idade até 14 anos no país, enquanto para o total da população é 80,03.
O menor índice de envelhecimento da população indígena foi encontrado na região Norte (19,9), indicando que há 19 pessoas com 60 anos ou mais para cada 100 pessoas até 14 anos de idade, seguida da Centro-Oeste (29,2), Sul (41,39), Nordeste (61,49) e Sudeste (98,23). verifica-se que o Sudeste é a única grande região onde o índice de envelhecimento da população indígena (98,23) é superior ao da população total (97,95).
A região Sul é aquela que apresenta índices de envelhecimento mais distantes entre a população indígena (41,39) e a população total residente (95,4), indicando que para cada grupo de 100 pessoas mais jovens, existem menos 54 idosos na população indígena comparativamente à população total.
Pirâmide etária da população indígena apresenta formato triangular, mais acentuado dentro das Terras Indígenas
A pirâmide etária da população indígena residente no Brasil apresenta um formato triangular, típico de uma população mais jovem, caracterizando-se por uma base mais larga do que a da população total até o grupo de 20 a 24 anos de idade.
Contudo, a base da pirâmide aponta para um possível processo de redução da fecundidade, considerando que a diferença entre os grupos mais jovens, em termos de pontos percentuais, não é tão acentuada quanto, por exemplo, é a pirâmide etária da população indígena residente dentro de Terras Indígenas.
Analisando as pirâmides etárias da população indígena residente dentro de Terras Indígenas, é possível observar uma estrutura etária mais jovem e um perfil mais masculino até os 74 anos de idade, quando comparado com a população indígena residindo fora desses territórios, que assume um perfil mais feminino a partir dos 15 anos de idade.
“Verificamos que existe uma diferença do perfil da população indígena dependendo da localização no território. Quando falamos da população residente dentro das Terras Indígenas, temos uma pirâmide bem triangular, com uma base mais ampla. Isso nos mostra que dentro das terras nós temos uma população extremamente jovem, com alta fecundidade, o que mostra uma capacidade de reposição e crescimento desse grupo”, destaca Marta.
Razão de sexo da população indígena é de 97 homens para cada 100 mulheres
No Brasil, a razão de sexo da população residente é de 94,25, ou seja, 94 homens para 100 mulheres. No caso específico da população indígena, identificou-se que a razão de sexo desse grupo tradicional específico era 97,07, indicando que para cada 97 homens indígenas foram identificadas 100 mulheres indígenas no Censo Demográfico 2022.
Essa razão de sexo traduz uma diferença de 25.204 mulheres indígenas a mais do que o total de homens indígenas no país, que são, respectivamente 860.020 e 834.816.
A razão de sexo mais elevada é a da região Norte (101,11), seguida da região Sul (98,66), Centro-Oeste (96,67), Nordeste (92,93), com a menor razão de sexo no Sudeste (90,71), onde para cada 90 homens indígenas foram identificadas 100 mulheres indígenas.
Mais sobre a pesquisa
O Censo Demográfico é a principal fonte de referência sobre as condições de vida da população em todos os municípios do país e em seus recortes territoriais internos. Dos treze recenseamentos realizados pelo IBGE, seis investigaram a cor da população e a partir de 1991 o quesito passou a se denominar “cor ou raça”, devido à inclusão da investigação da população indígena nesse quesito, assim como a compreensão de que a classificação nas categorias da pergunta ia muito além da cor da pele e do fenótipo, envolvendo múltiplos critérios de pertencimento identitário.
Em 1991, então, foi acrescentada a categoria indígena às categorias branca, preta, amarela e parda. Inovação que se manteve nos censos de 2000, 2010 e 2022. Em 2010, o IBGE inovou ao levar o quesito sobre “cor ou raça” para o Questionário Básico, aplicado a todo o Universo da pesquisa, ou seja, a toda a população residente no Brasil, o que se manteve no Censo 2022, permitindo comparações entre as décadas, com maior precisão e desagregação espacial. A grande inovação no bloco de identificação étnico-racial, de 2022, foi a inclusão do quesito de pertencimento étnico-quilombola.
Pela primeira vez na história do país, o Censo 2022 investigou a população quilombola e suas características demográficas, geográficas e socioeconômicas, obtendo informações fundamentais para aprofundar o conhecimento e orientar políticas públicas.
Em 2022, a idade mediana dos quilombolas era de 31 anos, abaixo da população total residente no Brasil, de 35 anos;
A menor idade mediana dos quilombolas se encontra no Norte (26 anos), seguido pelo Nordeste (31 anos). Esta última concentra 68,1% da população quilombola residente.
O percentual de quilombolas com até 29 anos em territórios oficialmente delimitados é 52,6%, enquanto os idosos com 60 anos ou mais participam com 11,9%.
Já a razão de sexo do grupo quilombola foi 100,08, o que significa 100 homens para 100 mulheres, enquanto na população total, eram 94,2 homens para cada 100 mulheres;
Pouco menos da metade (48,44%) da população quilombola tinha até 29 anos de idade, com o maior percentual no grupo de 15 a 29 anos de idade (24,75%), seguido do grupo de zero a 14 anos de idade (23,69%) e do grupo de 30 a 44 anos de idade (21,92%);
O percentual de idosos (60 anos ou mais) era 13,03%, abaixo dos 15,81% da população total residente.
Resultados do Censo 2022 apresentam uma população quilombola jovem – Foto: Acervo IBGE
Das 1,3 milhão de pessoas quilombolas no Brasil, cerca de 24,7% tinham de 15 a 29 anos de idade, grupo de idade predominante nessa população. Para efeitos de comparação, na população total residente no Brasil, predominavam as pessoas de 30 e 44 anos, com 23,5%. Ainda entre os quilombolas, o segundo grupo com maior peso era o de zero a 14 anos de idade (23,7%), seguido pelo de 30 a 44 anos (21,9%). Ao todo, quase metade (48,4%) dos quilombolas tinham até 29 anos de idade em 2022. Já a idade mediana dos quilombolas foi de 31 anos de idade, abaixo da idade mediana da população total residente no Brasil, de 35 anos de idade
No recorte de sexo, houve uma diferença mínima de 520 homens: 665,3 mil contra 664,8 mil mulheres. Dessa forma, a razão de sexo da população quilombola foi de 100,08, ou seja, em 2022, havia 100 homens para cada 100 mulheres. No total para o país, a razão era de 94,2 homens para cada 100 mulheres.
Essas e outras informações fazem parte da divulgação “Censo Demográfico 2022: Quilombolas e Indígenas, por sexo e idade, segundo recortes territoriais específicos – Resultados do universo”, que contempla informações referentes à estrutura etária e perfil de sexo da população quilombola e da população indígena, apresentadas hoje (03/05), a partir de 10h, em evento realizado na Comunidade Quilombola Campinho da Independência, em Paraty (RJ), e transmitido pelo IBGE digital. A pesquisa completa pode ser acessada no portal do IBGE e em plataformas como o SIDRA, além do Panorama do Censo e da Plataforma Geográfica Interativa (PGI), onde também poderão ser visualizados por meio de mapas interativos.
Os resultados para a população indígena podem ser acessados clicando neste link.
Pela primeira vez na história do país, o Censo 2022 investigou a população quilombola e suas características demográficas, geográficas e socioeconômicas, obtendo informações fundamentais para aprofundar o conhecimento e orientar políticas públicas. “Essa divulgação inaugura toda uma linha de dados e informações inéditas sobre a população quilombola, abrindo uma série de possibilidades no campo da Demografia, da Antropologia e da própria Geografia. É uma publicação importantíssima para políticas públicas de direitos humanos básicos, pois permite conhecer uma realidade que, até agora, era totalmente desconhecida sobre a população quilombola”, destaca Marta Antunes, coordenadora do Censo de Povos e Comunidades Tradicionais.
Marta afirma que perfil etário mais jovem do que o total da população era uma hipótese que já existia entre os pesquisadores e as organizações quilombolas, mas ressalta que a informação oficial em âmbito nacional inexistia.
As pessoas com 60 anos ou mais eram 13,0% da população quilombola, um percentual menor do que esse grupo no total de pessoas residentes no Brasil, que era de 15,8%.
População quilombola tem perfil etário ainda mais jovem dentro de territórios oficialmente delimitados
Outro resultado importante diz respeito à idade da população quilombola quando considerada a localização de domicílio dentro de territórios com alguma delimitação formal. “Esse recorte permite identificar um peso ainda maior dos grupos de idade mais jovens dentro dos Territórios Quilombolas oficialmente delimitados e uma redução da participação da população idosa residente nesses territórios quando comparada ao conjunto da população quilombola de 60 anos ou mais”, explica Marta. Ao todo, o percentual de quilombolas com até 29 anos em territórios é 52,5%, enquanto os idosos com 60 anos ou mais participam com 11,8%.
“É uma população jovem muito significativa e em crescimento, com necessidades específicas de saúde, educação e de projetos para o futuro em seus territórios. Estamos fornecendo informações que podem orientar os gestores, a sociedade civil e as organizações quilombolas na elaboração de políticas públicas, além de possibilitar o avanço do debate demográfico entre os pesquisadores”, complementa Fernando Damasco, gerente de Territórios Tradicionais e Áreas Protegidas do IBGE.
Cabe ressaltar que apenas 12,6% da população quilombola reside em Territórios Quilombolas oficialmente delimitados, enquanto o demais (87,4%) estão fora desses territórios.
Já em relação à população quilombola residente fora dos Territórios Quilombolas oficialmente delimitados, o resultado é mais próximo da distribuição relativa da população quilombola total. “Isso é explicado pelo fato de que os quilombolas fora dos territórios são a imensa maioria da população quilombola no país”, justifica a pesquisadora.
Idade mediana da população quilombola é de 31 anos; dentro dos territórios, cai para 28 anos
Outro indicador importante para avaliar as características etárias da população é a idade mediana, medida separatriz que utiliza a idade para dividir a população em duas partes iguais. Ou seja, é a idade que separa a metade mais jovem da metade mais velha da população.
Na população quilombola, a idade mediana apurada no Censo 2022 é de 31 anos, quatro anos abaixo da idade mediana da população total residente no Brasil, que foi de 35 anos. Considerando os quilombolas que residem dentro de Territórios Quilombolas oficialmente delimitados, a idade mediana cai ainda mais, para 28 anos. Já os quilombolas que não residem nesses territórios mantem a idade mediana de 31 anos.
Quando se olha por Grandes Regiões, a menor idade mediana dos quilombolas se encontra no Norte (26 anos), seguido pelo Nordeste (31 anos). Esta última concentra 68,1% da população quilombola residente. A idade mediana da população quilombola residente em territórios quilombolas tem no Norte a menor idade mediana (24 anos) e a maior no Sul (34 anos).
Entre as Unidades da Federação, as menores idades medianas da população quilombola foram no Amazonas (21 anos), Amapá (25 anos) e Pará (26 anos). Já as maiores foram no Rio Grande do Sul, no Mato Grosso do Sul e no Mato Grosso, todas com 35 anos de idade mediana, seguidas de Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo, todas com 34 anos de idade.
Idade mediana da população residente, total e quilombola, por localização em Territórios
Quilombolas, segundo as Grandes Regiões e Unidades da Federação – Brasil – 2022
Grandes Regiões e Unidades da Federação
População residente
Total
Pessoas quilombolas
Total
Localização em Territórios Quilombolas oficialmente delimitados
Dentro de Territórios Quilombolas oficialmente delimitados
Fora de Territórios Quilombolas oficialmente delimitados
Brasil
35
31
28
31
Norte
29
26
24
27
Nordeste
33
31
29
31
Sudeste
37
34
31
34
Sul
36
34
34
33
Centro-Oeste
33
33
30
34
Fonte: Censo Demográfico 2022. Nota: Idade mediana é a medida separatriz que utiliza o critério de idade para dividir a população em duas partes iguais, ou seja, é a idade que separa a metade mais jovem da metade mais velha da população.
Índice de envelhecimento dos quilombolas é de 54,98 contra 80,03 da população total
Os resultados do Censo 2022 divulgados hoje para a população quilombola também revelaram o índice de envelhecimento, um indicador que relaciona dois grupos de idade extremas e pode ser construído com diferentes recortes etários. Nesse caso, o recorte utilizado foi o número de pessoas com 60 anos ou mais em relação a um grupo de 100 pessoas de até 14 anos.
O total da população do país tem índice de envelhecimento de 80,03 – ou seja, há 80 pessoas de 60 anos ou mais para cada 100 pessoas até 14 anos. Já a população quilombola tem um índice de envelhecimento de 54,98. Dessa forma, há 54 quilombolas de 60 anos ou mais para cada 100 pessoas quilombolas de idade até 14 anos.
Quilombolas: predominância do sexo masculino no grupo etário até os 24 anos
Outro resultado da divulgação do Censo 2022 é a predominância masculina até os 24 anos e feminina a partir dos 30 anos, quando se analisa o recorte por sexo e grupo etário. “Os estudos demográficos indicam que essa maior incidência de homens nas primeiras idades pode ser uma consequência do maior nascimento de crianças do sexo masculino em relação àquelas do sexo feminino.
No Brasil, em geral, o contingente de homens tende a diminuir com a idade dada a sobremortalidade masculina, fenômeno identificado na população residente no Brasil – nesse caso a partir dos 19 anos – como relacionado às mortes por causas externas. No caso da população quilombola, essa diminuição ocorre mais tardiamente, a partir dos 24 anos”, detalha Marta Antunes. “Contudo, critérios diferenciados de acionamento do pertencimento étnico-quilombola podem, também, influenciar essas tendências”, complementa Marta Antunes.
A pirâmide etária da população quilombola apresenta uma base mais larga do que a da população total até o grupo de idade de 20 a 24 anos. Do ponto de vista da estrutura etária da população quilombola, há um peso mais elevado dos grupos mais jovens (até 24 anos de idade) quando comparado com a população total, com diferenças maiores no grupo de idade de 15 a 19 anos, onde os homens quilombolas desse grupo têm proporção de 4,6% e os homens desse grupo de idade na população total de 3,6%. Já as mulheres quilombolas desse grupo têm uma proporção de 4,4% e as mulheres desse grupo de idade na população total de 3,5%.
As diferenças menos elevadas, entre os grupos mais jovens, encontram-se no grupo de idade de 20 a 24 anos, com 0,4 pontos percentuais (p.p.) de diferença entre proporção dos homens quilombolas na população quilombola com a proporção dos homens desse grupo de idade na população total, e as mulheres quilombolas com 0,3 p.p. de diferença. “O estreitamento gradual dos grupos abaixo de 14 anos aponta para um processo de envelhecimento da população quilombola em curso e para uma possível queda gradual na fecundidade”, afirma a pesquisadora.
Para Marta Antunes, os resultados do Censo 2022 para esses recortes de sexo e idade, de alguma forma, fornecem elementos iniciais para a compreensão da dinâmica demográfica quilombola, que aponta para uma população majoritariamente jovem e em crescimento: “Os dados demonstram que essas populações estão crescendo, seja por um incremento vegetativo, seja por recuperação de perdas populacionais anteriores, o que pode vir a suscitar necessidades específicas para as futuras gerações”, argumenta a pesquisadora. “Esses territórios são vivos, habitados por populações que pensam seus territórios para gerações futuras”, complementa.
Os dados fornecidos no recorte de Territórios Quilombolas oficialmente delimitados, por sua vez, destacam o quanto essas áreas concentram uma população ainda mais jovem. “A estrutura etária verificada nos Territórios Quilombolas oficialmente delimitados reforça que essas áreas não são resquícios de um passado distante, mas abrigam uma população jovem expressiva. Agora, temos um panorama dessa população pelas faixas de idade, inclusive sua distribuição geográfica, o que nos fornece elementos para identificar as transformações esperadas nesses territórios nos próximos anos”, conclui Fernando Damasco.
Mais sobre a pesquisa
O “Censo Demográfico 2022: Quilombolas e Indígenas, por sexo e idade, segundo recortes territoriais específicos: Resultados do universo” traz informações referentes à estrutura etária e perfil de sexo da população quilombola e da população indígena. A divulgação conta com o apoio do Ministério da Igualdade Racial.
Os dados são disponibilizados para Brasil, Grandes Regiões, Estados, Municípios, Amazônia Legal, Amazônia Legal por Unidade da Federação, Território Quilombola oficialmente delimitado, Território Quilombola oficialmente delimitado por Unidade da Federação, Terra Indígena e Terra Indígena por Unidade da Federação.
Os primeiros resultados do Censo Demográfico 2022 para quilombolas foram divulgados em julho de 2023 e podem ser consultados na Agência IBGE Notícias.
O projeto “Rádio Falante” rádio escolar da EEEFM Professor Orlando Freire, localizada no Bairro Lagoa, zona Leste de Porto Velho, foi pioneiro com a proposta no Estado de Rondônia. O projeto que estimula a leitura dos estudantes e promove cidadania, comemorou 14 anos de funcionamento ininterruptos, no mês de abril.
Segundo o idealizador e coordenador do projeto, professor Reinaldo Ramos a Rádio Falante começou oferecendo música e informes, e depois evoluiu para uma programação mais elaborada, em formato jornalístico, com audiência garantida na comunidade escolar.
“A programação inicia com o Hino de Rondônia e informações jornalísticas, para começar o dia bem informado, das 7h15 até 7h30, horário de entrada dos alunos e retorna durante o intervalo. A rádio conta ainda, com sugestões de livros e canções da música popular brasileira. A programação é toda discutida durante as reuniões de pauta diárias com a equipe, composta por estudantes. Toda semana entrevistamos uma personalidade diferente, por aqui já passaram escritores, médicos, advogados, jornalistas, entre outros”, explicou Reinaldo Ramos.
Para o governador de Rondônia, Marcos Rocha, iniciativas simples podem transformar o ambiente escolar. “A Rádio Falante já transformou a vida de muitos alunos que passaram por lá, e principalmente, o cotidiano da escola, que muitas vezes, enfrentava o desafio de lidar com o comportamento de estudantes que frequentavam pouco as salas de aula e lotavam os corredores. o projeto contribuiu para isso”, ressaltou.
PARA PARTICIPAR
Escola Orlando Freire foi pioneira com o projeto de Rádio Escolar
Conforme o coordenador do projeto Rádio Falante, para participar, o aluno precisa obedecer ao critério principal, gostar de ler. “A primeira pergunta que eu faço ao estudante é: qual foi o último livro que você leu? A leitura é primordial para uma boa dicção. Além disso, um comunicador precisa estar antenado com as informações do cotidiano. A Rádio Falante fomentou a pesquisa na escola e procura na biblioteca, os alunos estão buscando ler mais devido às sugestões de leitura”, ressaltou.
NOTÍCIA NACIONAL
O sucesso da Rádio Falante ultrapassou fronteiras e já foi notícia em jornais de veiculação nacional, ganhou voto de louvor da Assembleia Legislativa de Rondônia (ALE-RO) e foi premiada pelo Instituto da Cidadania do Brasil. O projeto, também foi objeto de estudo de Trabalho de Conclusão de Curso em quatro faculdades particulares, e tema de artigo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
TV PAREDÃO
Dentro do estúdio da Rádio Falante foi instalada ainda, uma câmera, possibilitando aos alunos acompanharem a atuação dos colegas na programação, através de monitor que fica no corredor da escola, chamado de TV Paredão.
Estudante Júlio Cesar, 13 anos, é locutor e sonoplasta no período da manhã, na Rádio Falante
De acordo com a secretária de Estado da Educação (Seduc), Ana Lucia Pacini, projetos como este, estimulam a leitura e integração entre os estudantes e possibilita inúmeras aberturas ao mercado de trabalho. “O aluno tem a oportunidade de aprender sonoplastia, locução e apresentação. O jovem sai praticamente pronto para atuar em qualquer rádio ou área voltada para comunicação”, disse.
DESENVOLTURA
O estudante Júlio Cesar, de 13 anos, que é locutor e sonoplasta, no período da manhã, na Rádio Falante, evidenciou sua trajetória, o quanto era tímido antes de iniciar no projeto e do projetos para o futuro. “Nunca me imaginei fazendo isso, mas quando ouvi a primeira vez, já quis saber como poderia participar, e me interessei em conhecer e aprender sobre tudo. Falei com o professor Reinaldo e comecei na Rádio. No início, gaguejava e era tímido, mas com a prática diária, fui melhorando, e hoje, me considero mais sociável e comunicativo. Não tenho dúvidas; quero ser um comunicador, vou continuar estudando e me tornar um jornalista”, salientou.
Foi publicado, na última terça-feira (30/4), edital de convocação da iniciativa privada para o financiamento de bolsas de estudo para candidatos negros e indígenas que queiram ingressar na carreira da magistratura. O anúncio foi feito pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luís Roberto Barroso, no início da sessão plenária desta quinta-feira (2).
A ação afirmativa busca impulsionar a preparação de pessoas negras e indígenas que queiram ingressar na magistratura nacional, assegurando condições mais igualitárias nos concursos públicos para a carreira. O edital busca financiadores para o programa, que é uma iniciativa do CNJ em parceria com a Fundação Getúlio Vargas.
De acordo com o ministro Luís Roberto Barroso, a ideia é fazer com que esses candidatos possam disputar com melhor competitividade as vagas nos concursos “e fazer com que a demografia do Poder Judiciário fique mais parecida com a demografia brasileira”.
Segundo o ministro, o programa conta atualmente com 750 bolsas, concedidas por cursos preparatórios de escolas de magistratura e também por cursos privados, e o objetivo é alcançar o maior número possível. O programa é voltado, prioritariamente, para pessoas negras e indígenas aprovadas no Exame Nacional da Magistratura, um processo seletivo nacional e unificado que funciona como pré-requisito para os candidatos que queiram prestar concursos para os tribunais do país.
“Quero renovar a convocação a toda iniciativa privada para contribuir para esse programa, que será transformador no Judiciário Brasileiro”, enfatizou o presidente.
Doações
As pessoas jurídicas interessadas em doar para o programa devem manifestar interesse de 1º de maio até às 19h do dia 31 de maio de 2024. Dúvidas ou esclarecimentos podem ser enviadas pelos e-mails: [email protected], com cópia para [email protected].
O Sistema Faperon, Senar, realizou o 1° Encontro de Promoção e Organização das Cadeias da Ovinocultura e Suinocultura em Rondônia. O evento, que reuniu mais de 60 pessoas, aconteceu na Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Rondônia, atraindo um público interessado no desenvolvimento e organização dessas importantes cadeias produtivas.
A programação, que contou com palestras e debates, abordou temas relevantes para o setor, como o abate e consumo de suínos em Rondônia, a potencialidade para a produção de carne suína no estado, desde a escolha da genética até a comercialização, e o futuro da ovinocultura na região. O evento começou com a abertura do presidente Hélio Dias, que destacou a importância desses encontros para o fomento da produção no estado.
O objetivo dos encontros é fomentar a produção, promover a integração industrial e a cooperação entre os diversos atores do setor, mobilizar grupos privados para a agroindustrialização da produção, incentivar investimentos públicos e privados, compartilhar conhecimentos e melhores práticas, discutir os desafios enfrentados pelos produtores e introduzir novas raças reprodutoras (Dorper, Texel, Santa Inês e Morada Nova) no plantel da ovinocultura de Rondônia.
Após o sucesso do primeiro encontro, o evento continuou em outras cidades. O segundo encontro aconteceu no município de Ariquemes, no auditório do Sebrae com a participação da Prefeitura de Ariquemes na organização do evento.
A programação também incluiu eventos em Ouro Preto do Oeste, no dia 3 de maio, às 9 horas da manhã, no auditório do Sindicato dos Produtores Rurais de Ouro Preto do Oeste, e em Rolim de Moura, no dia 4 de maio, no auditório do Sebrae.
O 1° Encontro de Promoção e Organização das Cadeias da Ovinocultura e Suinocultura em Rondônia foi um passo significativo para a integração e crescimento dessas cadeias produtivas no estado, e representa uma oportunidade para fortalecer a economia local através do incentivo à produção e ao desenvolvimento do setor agropecuário.
A partir desta quinta-feira (2), o Governo de Rondônia inicia a contagem regressiva para a realização da feira mais importante do agronegócio realizada na Região Norte do Brasil, a 11ª Rondônia Rural Show Internacional.
O encontro que mostra a grandeza do campo, reúne membros do agronegócio de todo país, inclusive comitivas internacionais, a exemplo de representantes diplomáticos das Embaixadas do Quênia, Costa do Marfim, Bolívia e Peru, além dos Escritórios Comerciais e Câmaras de Comércio Texana (EUA), Business France (escritório comercial francês ligado à embaixada), e Associação de Exportadores do Peru (ADEX).
Para o governador de Rondônia, Marcos Rocha, a Rondônia Rural Show Internacional é um reflexo do potencial rondoniense, frente ao processo de desenvolvimento brasileiro. “No evento, todos terão oportunidade de ver o quanto o Estado é variado e rico, além de ser capaz de garantir alimento na mesa de vários lugares do mundo. A feira também é uma inspiração para jovens e estudantes que estão em busca de uma carreira, ressaltou”.
O tema desta edição é “Agricultura na Amazônia” e o Estado pretende focar nos altos índices de produtividade registrados no agronegócio rondoniense, conjugando o bom resultado, com a preservação da floresta, repercussão que trouxe à Rondônia o status de Estado-membro da Amazônia Legal Brasileira, com os maiores índices de preservação da floresta nativa.
O evento, que é aberto para toda sociedade, também traz à luz do público em geral, trabalhos que estão sendo desenvolvidos para recuperação de nascentes, estudos científicos para otimização de recursos em propriedades rurais, além dos destaques que vêm do campo, a exemplo da degustação de todas as variedades de café produzidas em Rondônia, doces, bolos, salgados, embutidos e demais artigos para consumo.
Com entrada gratuita, a Rondônia Rural Show Internacional, acontece entre os dias 20 e 25 de maio, no Centro Tecnológico Vandeci Rack, em Ji-Paraná.