
O nascimento de gêmeos siameses é um evento raro em todo o mundo. No Brasil, nos últimos 11 anos, foram registrados pouco mais de 500 casos. Em Rondônia, apenas dois casos foram documentados nos últimos três anos. O mais recente ocorreu na cidade de Buritis, onde Valdinéia, uma jovem mãe, enfrentou uma jornada marcada por descaso, desgaste e a luta por um atendimento digno no Sistema Único de Saúde (SUS).
Após uma tentativa frustrada de atendimento em Ariquemes (RO), Valdinéia decidiu compartilhar sua história nas redes sociais. O relato emocionante alcançou mais de 100 mil visualizações e mobilizou a comunidade, que se uniu para pressionar o poder público. Com a ajuda de amigos e seguidores, ela conseguiu um encaminhamento para Porto Velho, onde, na primeira semana de 2025, recebeu o laudo necessário para dar continuidade ao tratamento fora do estado.
Agora, Valdinéia se prepara para viajar a Goiânia (GO), onde aguardará o parto e a avaliação das gêmeas para o procedimento de separação. Mas a pergunta que fica é: por que uma mãe precisou passar por tantas dificuldades para receber um atendimento básico?
Uma Gestação Sob Descaso
A jornada de Valdinéia começou em Buritis, onde descobriu que esperava gêmeas siamesas. Durante o acompanhamento pré-natal, ela precisou viajar mais de sete vezes até Ariquemes e outras três até Porto Velho, distante cerca de 300 km de sua cidade natal. Segundo ela, esse desgaste poderia ter sido evitado. “Fui direcionada para uma cidade sem especialistas, quando o atendimento adequado deveria ter sido realizado na capital desde o início. Isso é descaso com a saúde pública”, denuncia.
Além do cansaço físico e emocional, Valdinéia enfrentou despesas médicas elevadas. Foram realizados três ultrassons, cada um no valor de R1.400,aleˊmdeumecocardiograma,quetambeˊmcustouR1.400,aleˊmdeumecocardiograma,quetambeˊmcustouR 1.400. Como as gêmeas compartilham órgãos, cada exame precisou ser feito em dobro, elevando os custos. “O total ainda nem foi somado, mas já é um valor muito alto para nós. O SUS deveria cobrir isso, mas não tive apoio”, desabafa.
A Cobrança ao Governo
A avó das gêmeas, que vive a experiência de ser avó pela primeira vez, não esconde a revolta com a falta de agilidade no encaminhamento para Porto Velho. “Faltou compromisso do governo em garantir um atendimento digno. Se tivessem agido mais rápido, muita coisa poderia ter sido diferente”, afirma.
A família também lamenta que o chá de bebê, tradicional celebração que antecede o nascimento, não pôde ser realizado. “Não tivemos tempo nem condições de organizar algo assim. Estávamos sempre na estrada, preocupadas com o que viría pela frente. Isso é desumano”, desabafa a avó.
Mobilização nas Redes Sociais e Pressão Popular
A história de Valdinéia ganhou força nas redes sociais, onde alcançou mais de 100 mil visualizações e mobilizou a comunidade. A pressão popular foi fundamental para que ela conseguisse o encaminhamento necessário para Porto Velho e, posteriormente, para Goiânia. “Foi uma luta, mas finalmente estamos no caminho certo. Agora é focar no bem-estar das minhas filhas e cobrar do governo que ninguém mais passe por isso”, afirma a mãe.
Um Novo Capítulo em Goiânia
Com o laudo em mãos e o apoio da comunidade, Valdinéia agora se prepara para uma nova etapa em Goiânia, onde receberá o atendimento especializado necessário para o parto e a possível separação das gêmeas. No entanto, a mobilização nas redes sociais não só garantiu o encaminhamento correto, mas também trouxe à tona a necessidade de melhorias urgentes no SUS.
A Cobrança por Respostas
O caso das gêmeas siamesas de Buritis expõe falhas graves no sistema de saúde pública e serve como um alerta para a necessidade de investimentos em infraestrutura e agilidade no atendimento. Enquanto Valdinéia se prepara para o parto em Goiânia, a pergunta que ecoa é: quantas outras mães precisarão sofrer até que o governo tome providências?
Pedido de Ajuda
A família conseguiu a tão esperada transferência para fora do estado, mas agora precisa de ajuda para arcar com os recursos essenciais nesse momento tão importante. “Estamos buscando apoio para custear hospedagem, alimentação e transporte em Goiânia. Toda ajuda é bem-vinda”, afirma Valdinéia.
Quem quiser contribuir pode entrar em contato através das redes sociais da família ou por meio de uma vaquinha online organizada por amigos.
Pix – Papai: Willy Buiarski
Chave Pix: Celular 69984310841
Pix – Mamãe: Valdinéia Satil Camargo Buiarski
Chave Pix: Celular 69992321277