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Comissão aprova proposta que prevê adesão ao Simples Nacional em janeiro ou julho

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A Comissão de Indústria, Comércio e Serviços da Câmara dos Deputados aprovou proposta pela qual o empresário optará pelo Simples Nacional nos meses de janeiro ou de julho. O texto altera o Estatuto da Micro e Pequena Empresa.

Foi aprovado o substitutivo do relator, deputado Vitor Lippi (PSDB-SP), para o Projeto de Lei Complementar (PLP) 228/23, da Comissão de Legislação Participativa. Hoje, a opção pelo Simples Nacional só pode ser feita em janeiro.

“O substitutivo, além de resguardar esse novo período de adesão ao Simples Nacional, indica a relevância de se observar os critérios do regime e a quitação de débitos para a regular inscrição”, explicou Vitor Lippi no parecer aprovado.

O Simples Nacional é um regime tributário diferenciado para micro e pequenas empresas. Consiste na apuração unificada de tributos, com alíquota variável de 4,0% a 17,42% sobre a receita bruta e conforme a atividade e o faturamento.

Próximos passos
O projeto ainda será analisado pelas comissões de Finanças e Tributação e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Depois seguirá para o Plenário.

Saiba mais sobre a tramitação de projetos de lei

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Correções do salário mínimo e de benefícios previdenciários têm impacto de R$ 51 bi nas contas de 2025

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Nota técnica das consultorias de Orçamento da Câmara dos Deputados e do Senado sobre o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2025 (PLN 3/24) mostra que o impacto da correção do salário mínimo e da variação do INPC sobre as contas públicas é estimado em R$ 51,2 bilhões pelo governo, o que é pouco menos de 1/5 do déficit da Previdência Social. A LDO estabelece as regras para a elaboração e execução do Orçamento da União.

O salário mínimo é referência para os benefícios da Previdência Social, para o seguro-desemprego e para o abono salarial do PIS/Pasep. Já o INPC corrige os benefícios previdenciários acima de um salário mínimo.

Para 2025, o governo estima que o mínimo passe de R$ 1.412 para R$ 1.502 com base em um INPC de 3,35% acumulado até novembro de 2024 e mais 2,9% do crescimento da economia de 2023. Essa regra de valorização do mínimo foi fixada em lei de 2023 (Lei 14.663/23).

Nos anexos do projeto da LDO, o governo faz uma projeção das despesas da Previdência Social para os próximos anos. Quando isso é feito com as regras atuais e com a perspectiva de envelhecimento da população, é observada uma redução das despesas em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) até 2028. Mas em 2029 elas voltariam a subir, fazendo com que o déficit passe de 2,32% do PIB em 2024 – ou R$ 268,2 bilhões – para 10,11% em 2100.

Contingenciamento
Uma alteração importante constatada pelos consultores na LDO de 2025 em relação às anteriores foi que o governo incluiu dispositivo do novo arcabouço fiscal (LC 200/23) que garante o não contingenciamento de um percentual mínimo de recursos necessários para o funcionamento da máquina pública. Esse percentual seria de 75% das despesas não obrigatórias autorizadas na lei orçamentária. Ou seja, esse total não poderia ser contingenciado para o cumprimento da meta de resultado primário, que, para 2025, é o equilíbrio entre receitas e despesas.

Meta fiscal
Sobre a revisão de objetivos fiscais feita pelo governo no projeto da LDO de 2025, reduzindo a meta de superávit de 0,5% do PIB para equilíbrio fiscal; os consultores avaliam que foi uma decisão realista. “Em linhas gerais, uma meta de resultado primário menos ambiciosa sinaliza maior lentidão para promover a estabilização da trajetória da dívida pública. Um resultado primário mais forte, por sua vez, catalisaria o processo de estabilização, mas isso decorreria de maior esforço arrecadatório, dada a dificuldade para a redução de gastos obrigatórios”, explica a nota.

Mantida a meta anterior, segundo os consultores, a busca por mais arrecadação teria um efeito colateral: “Embora o aumento da arrecadação melhore o resultado primário do exercício financeiro, corre-se o risco de se realimentar as despesas obrigatórias e, como decorrência, de se comprimir mais rapidamente o espaço ocupado pelas despesas discricionárias, notadamente as destinadas a investimentos”.

Os consultores afirmam que as despesas obrigatórias já serão impactadas nos próximos anos com o pagamento integral de precatórios, o restabelecimento das vinculações constitucionais da receita aos gastos com saúde e educação, as emendas impositivas e a política de valorização do salário mínimo.

Prioridades
Na nota das consultorias, foi destacado ainda que o governo direcionou para o Plano Plurianual 2024-2027 a relação das prioridades e metas da administração pública para 2025. Os consultores afirmam, porém, que apenas no projeto da Lei Orçamentária de 2025 é que serão selecionadas as metas que efetivamente serão buscadas com a indicação das dotações correspondentes.

“É questionável a delegação da definição das metas e prioridades para outros instrumentos, pois a Constituição elege a LDO como veículo normativo para fazê-lo”, apontam as consultorias.

Execução orçamentária
Em relação à execução das emendas parlamentares impositivas, o governo definiu os “impedimentos de ordem técnica” que podem barrar os repasses: ausência de projeto de engenharia; ausência de licença ambiental prévia; incapacidade do ente da Federação de aportar recursos para operação e manutenção do objeto da despesa; recursos insuficientes para conclusão do projeto ou de etapa útil; incompatibilidade com a política pública; incompatibilidade do objeto da despesa com os atributos da ação orçamentária; e impedimentos cujo prazo para superação inviabilize a contratação da despesa no ano em curso.

Na LDO de 2024, o Congresso autorizou a contratação sem projeto de engenharia aprovado ou licença ambiental prévia emitida, condicionando o repasse efetivo à obtenção posterior dos documentos. Mas o dispositivo foi vetado e esse veto ainda não foi votado pelo Congresso.

A proposta também prevê que os investimentos que tenham sido iniciados por uma emenda anterior terão que ser objeto de novas emendas até a conclusão do empreendimento. “Observe-se que a Constituição impõe essa obrigação apenas para investimentos iniciados a partir da execução de emendas de bancada estadual. Portanto, o PLDO inova ao estender a aplicação do dispositivo para todos os tipos de autor”, diz a nota.

As emendas parlamentares podem ser individuais, de bancadas estaduais e de comissões da Câmara e do Senado.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Com baixa capacidade adaptativa para desastres, municípios correm riscos

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Quando a plataforma Adapta Brasil do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação aponta que 3.679 municípios brasileiros, ou seja, 66%, têm baixa ou baixíssima capacidade adaptativa para desastres geohidrológicos, é possível vislumbrar a severidade do problema a que estão suscetíveis os cidadãos brasileiros. Essa constatação de despreparo mostra que a adaptação climática — que requer ações urgentes diante dos efeitos das alterações do clima já sentidos à pele — é um ajuste que precisa ser incorporado por todo o país de forma transversal.

Ao apresentar o mapa da capacidade adaptativa dos municípios em recente audiência pública na Comissão Mista Permanente sobre Mudança Climática, a secretária nacional de Mudança do Clima, do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Ana Toni classificou a situação do país como muito vulnerável.

— Ali no Rio Grande do Sul, a parte sul do mapa mostra que esta era uma região com uma capacidade razoável de adaptação à mudança do clima. E olha o que a gente está vivenciando, isso em uma região que tem alguma capacidade de adaptação. Imagine nos estados do Norte do país que estão em vermelho, muitos do Nordeste, do Centro-Oeste que estão em vermelho. A nossa capacidade adaptativa é muito falha. Por isso, [é preciso] colocar foco em adaptação, prevenção, mitigação, é com este olhar que a gente está colocando para o Plano Clima — afirmou Ana Toni.

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Desde 2009, o Brasil conta com a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) que apresenta conceitos importantes (veja quadro) e aponta diretrizes para atuação. Essa normativa tem entre seus instrumentos o Plano Nacional sobre Mudança do Clima e o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima. Agora, o Senado recém-aprovou projeto de lei (PL 4.129/2021) com regras gerais para a formulação de planos de adaptação às mudanças climáticas nas três esferas federativas (saiba mais abaixo).

Essas normativas trazem dois conceitos importantes a serem definitivamente implementados: a adaptação às mudanças climáticas e a mitigação, temas em debate nessa edição da série Emergências Climáticas, que a Agência Senado publica para mensurar o impacto das tragédias climáticas, como as recentes perdas do Rio Grande do Sul, que não estão restritas a questão ambiental, mas que também transbordam para as tangentes do econômico e do social.

—  A gente já passou pelo El Niño e está chegando a La Niña. A pergunta é o que a gente já tem que fazer agora, que tipo de prevenção vai ser necessária em termos de alimentação, em termos de futuras irrigações, lógico que não dá no imediato, mas a gente já precisa pensar em termos de água para aquela região porque a gente sabe que alguns desses rios vão secar. Isso não é bola de cristal. Isso se chama ciência e a ciência já está nos apontando para que a gente mostre um pouco esses caminhos. Agora, para isso, a adaptação e a prevenção e logicamente a mitigação têm que virar prioridade — afirma Ana Toni.

Adaptação e mitigação

A adaptação climática e a mitigação são faces da mesma moeda, mas com diferenças significativas, segundo o consultor legislativo do Senado em Meio Ambiente, Matheus Dalloz.

— Quando se fala em mitigação em matéria de mudança do clima, na verdade está se falando em mudanças da economia e da sociedade para que se evite uma piora na situação climática. Então, quando se fala dessas metas de corte de emissões dos gases de efeito estufa, é a mitigação, que é diminuir as consequências das atividades contidas na economia e da sociedade humana sobre o clima.

Já a adaptação climática é o retorno disso. Ou seja, quando se cria consequências no clima, colhem-se os problemas.

— Como é que a gente reage para evitar que esse problema que nós mesmos criamos não traga consequências graves sobre a sociedade diretamente? E aí, a gente está falando de adaptação. Perceba que são faces da mesma moeda. A mitigação é a gente diminuir a consequência das nossas ações sobre o clima. E a adaptação é diminuir as consequências da mudança do clima sobre nossas vidas — expõe Dalloz.

Fundadora e presidente do Instituto Talanoa e criadora da iniciativa “Política por Inteiro”, que monitora as políticas públicas ligadas às questões climáticas e socioambientais, Natalie Unterstell afirma que a adaptação não está restrita a moderar danos, mas pode ser também uma forma de aproveitar oportunidades associadas às mudanças climáticas, como, por exemplo, usufruir da maior insolação para placas solares.

— Mas a adaptação mais importante é aquela que a gente possa se proteger e isso tem a ver com intervenções. A gente sabendo que as cidades vão, por exemplo, ter que enfrentar chuvas muito mais fortes, por um período maior de tempo, que elas desimpermeabilizem parte do seu território para poder acomodar essa chuva. Façam intervenções urbanas. Então a adaptação ela é muito real, muito prática e tem que ser muito visível.

A probabilidade de ocorrência de eventos catastróficos, como o ocorrido no Rio Grande do Sul é aumentada pelas emissões de gases estufa, pelo aquecimento global, explica Natalie Unterstell.

— Então a gente tem que trabalhar justamente pra reduzir as nossas emissões de modo que eventos como esse não sejam tão fortes, tão difíceis. Por outro lado, a adaptação aumenta a nossa capacidade de acomodar eventos como esse. Da gente reagir melhor. É por isso que a gente precisa das duas coisas, da chamada mitigação e também da adaptação.

O mundo já vislumbra bons exemplos de adaptação, como na Holanda, onde foi feita a elevação do Porto de Rotterdam ou em Veneza, na Itália, onde se trabalhou para fazer uma regulação das cheias. Mas os exemplos não estão retidos em países desenvolvidos.

Na África, lembra Natalie, criaram-se mecanismos financeiros para poder ajudar a quem precisa quando há quebras de safras decorrentes de desastres climáticos.

— Essa reação é rápida. A gente tem situações das habitações sociais, enfim, moradias em geral que quando as pessoas as constroem por exemplo em Moçambique, elas já recebem instruções de como fazer com os materiais mais adaptados, do jeito mais adaptado. E a adaptação é coletiva. A gente precisa de soluções que vão olhar para o entorno, para o todo, e isso a gente só consegue com políticas públicas e com relações boas entre o setor privado e público — destaca a presidente do Talanoa.

Em debate no governo federal, o Plano Clima para o período 2024-2035 tem entre seus planos setoriais de mitigação a agricultura e a pecuária; o uso da terra e florestas; cidades, incluindo a mobilidade urbana; energia (elétrica e de combustíveis); indústria; resíduos e transportes. Além de incluir parte dessa lista, os de adaptação também congregam questões como biodiversidade, igualdade racial e combate ao racismo, povos indígenas e comunidades tradicionais, segurança alimentar e nutricional e oceano e zona costeira.

Projeções sobre os biomas

O pensar e o agir não podem ser só a curto prazo quando já há projeções fundamentadas que apontam perdas significativas a médio e longo prazo, não só para os seres humanos, mas para a biodiversidade como um todo. Já é certo, por exemplo, que os efeitos das mudanças climáticas vão atingir severamente a Caatinga nas próximas décadas.

Com um clima mais quente e seco, estudos por projeções estatísticas apontam perda de espécies animais e vegetais em 90% do território desse ecossistema até 2060.

Após forte seca em 2023, que levou a perda de centenas de animais na Amazônia como os botos-cor-de-rosa e tucuxis, os especialistas temem por nova escassez severa de chuvas que levem a riscos reais capazes de provocar incêndios de proporções catastróficas.

O mesmo vale para o Pantanal, que ardeu severamente em chamas entre 2019 e 2021 e o Cerrado, que já está 10% mais seco e 1º C mais quente em comparação histórica.

O que dizer então do Pampa, extensas áreas de campos nativos de rica biodiversidade que toma quase 70% da área do Rio Grande do Sul, hoje reduzido a 41% de sua originalidade.

Gaúcha e moradora do município de Rio Grande, a presidente da Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA), Andréa dos Santos, ressalta que as questões climáticas foram muito acentuadas no Rio Grande do Sul, com registros de chuvas abundantes desde junho do ano passado e repetição em alguns municípios, que acabaram destruídos quase que por completo. Mas ela não descarta a importância que o bioma Pampa teria na proteção e prevenção dos severos efeitos das enxurradas.

— O bioma Pampa tem, principalmente nessas áreas de banhado e beira de rios, essa finalidade de absorção. Sem nenhum juízo conceitual sobre isso, mas parece muito com a forma dessas cidades-esponjas vêm atuando — afirma a presidente da FNA.

Os meteorologistas explicam porque a chuva se concentra em determinada região, mas é preciso explicar o porquê de acontecer toda essa devastação nas cidades, segundo Andréa:

— E aí eu não tenho dúvida que a mão do homem, ela é responsável por isso. Assim como ela vai ser responsável por mudar essa realidade.

Cidades-esponjas

A “cidade-esponja”, arquitetada para absorver um grande volume de água, foi criada pelo arquiteto chinês Kongjian Yu, que viveu por 17 anos como agricultor em uma vila chinesa onde a chuva não cessava durante o verão. A partir do princípio de que a natureza regula a água, ele conseguiu modificar mais de 70 cidades, imunes hoje a volumes de chuvas superiores as ocorridas recentemente no Rio Grande do Sul.

Para isso, o arquiteto trabalha com proposta que congrega a retenção de uma boa parte da água das chuvas em sistema de açudes, em áreas permeáveis; com a diminuição da velocidade dos rios, a partir do uso da vegetação e, por fim, com a adaptação dos municípios para que tenham áreas alagáveis.

Presidente da FNA, Andréa dos Santos lembra que a região próxima a Estação Ecológica do Taim — unidade de conservação de proteção integral da natureza, localizada no sul do Rio Grande do Sul — não sofreu tanto com as chuvas.

— Porque o banhado do Taim permite essa água ser mais espalhada, ser mais absorvida. Então, é uma região que está dentro da bacia da Lagoa Mirim, que não foi tão atingida. Sempre enche, mas ele cumpriu a sua função. Isso tem essa semelhança um pouco com a proposta das cidades-esponjas. É essa necessidade de a própria natureza fazer essa absorção. Eu vejo como, por exemplo, na região metropolitana de Porto Alegre, centro do estado, principalmente nas cidades menores, a necessidade urgente de recomposição das matas ciliares. Porque isso vai diminuir essa chegada de água na região metropolitana, pelo menos nessa esfera. Só que a gente não vai fazer isso do dia para a noite. É um trabalho de longo prazo — ressalta Andréa.

Para a presidente da FNA, a contratação pública de equipes multidisciplinares que reúnam arquitetos, urbanistas, geólogos, geógrafos e outros especialistas, ausentes em boa parte dos municípios brasileiros, é fundamental para que propostas como a das cidades-esponjas — que não será adequada para todos os municípios — e outras que venham a ser estudadas sejam fiel e adequadamente desenvolvidas.

Cidades resilientes

Ao se pensar a adaptação climática, outro conceito relevante é o de cidades resilientes, ou seja, aquelas com capacidade de se adaptar para prevenir os efeitos de desastres naturais. A esses municípios demanda-se preparo que una experiências passadas aos planos de ação que sejam exitosos no futuro.

A presidente da FNA se diz preocupada com o que chama de “planos de gaveta”, que “infelizmente, é uma regra que a gente tem nos municípios brasileiros”.

— A gente tem que propor alternativas de planejamento urbano, para tornar as cidades mais adequadas e mais resilientes, mas a gente tem que ter alternativas ambientais seguras. E fazer isso acontecer. Os nossos municípios têm plano diretor, têm plano ambiental. A gente tem muita lei, muito plano. A gente precisa colocar isso em prática. E enfrentar os problemas, porque muitos desses planos têm espaços na sociedade que são contra ou que não atendem os interesses de determinados grupos — avalia a presidente da FNA.

Andréa lembra que a partir desses interesses, são feitas alterações nas legislações que, teoricamente, são resultado do debate entre profissionais, discutidas com a sociedade por meio de audiências públicas.

— Há uma metamorfose, na verdade, desse processo. Às vezes tu nem sente. A gente não se dá conta. Quando a gente deixa aumentar a altura de uma edificação, por exemplo, ou seja, aumentar o nível, o número de pavimentos de um edifício, a gente está mexendo na quantidade e na densidade daquela área e aí a gente tem uma estrutura que já está feita para uma determinada densidade e não para essa alteração — exemplifica a arquiteta e urbanista.

Para Andréa, ter cidades resilientes é estar adaptado a enfrentar os problemas e saber se antecipar ao que vai ou pode acontecer.

— Se eu sei que minha cidade vai alagar, eu já vou começar a preparar essa cidade para retirar famílias da área e ter onde colocar. A outra questão é eu saber que a vida inteira a minha cidade alagou e que eu não me preparei. Ai ser resiliente é ter ações bem concretas para que isso não aconteça de novo. Eu não vejo uma cidade como o Cruzeiro do Sul ser resiliente mais. Não vejo como Muçum, porque a cidade acabou. Mas Porto Alegre tem de ser resiliente e ser resiliente passa pela estrutura urbana das cidades. E passa por essa questão de manutenção dos serviços públicos.

Projetos adequados com as novas tecnologias para o enfrentamento das tragédias climáticas, educação ambiental e trabalhos ambientais consistentes, informação correta e adequada são alguns pontos que devem ser assinalados na cartilha de uma cidade resiliente, de acordo com a presidente da FNA. A disponibilidade de recursos financeiros também pesa na questão.

— Nós não vamos ter uma cidade resiliente sem essa preocupação de garantir recursos para mudar as cidades. Acho que isso é fundamental e é necessário. Para a contratação de profissionais, para a compra de equipamentos, para a contratação de consultorias, empresas, etc. Mas, principalmente, para a execução das obras necessárias. Seja de uma cidade-esponja, porque ela é uma obra, ou seja, de uma drenagem, mais comum dentro da cidade.

Também é fundamental pensar o planejamento das futuras cidades, já quando elas começam a se estruturar.

— Dar essa garantia de que se a cidade pretende crescer, que cresça com essa proposta já pensando os pontos, os problemas futuros. Que a gente possa pensar sim que esse crescimento pode acarretar em problemas futuros — diz Andréa.

Planos de adaptação 

O PL 4.129/2021, recém-aprovado no Senado e que retornou à Câmara como um texto alternativo ao apresentado pela deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP), determina que as medidas previstas no plano nacional sejam formuladas em articulação da União, estados, municípios e os setores socioeconômicos, com participação social dos mais vulneráveis aos efeitos climáticos, assim como do setor privado.

“Diante desse cenário, é fundamental que os entes federados se articulem para planejar e implementar de forma adequada suas políticas públicas com foco na adaptação à nova realidade, de modo a evitar ao máximo possível os prejuízos ambientais, econômicos e sociais que se avizinham. Assim, os planos de adaptação à mudança do clima são instrumentos da maior importância”, defendeu o senador Jaques Wagner (PT-BA), ao relatar a proposta.

O consultor Dalloz explica que o PL 4.129/2021 prevê que os planos municipais e estaduais de adaptação sejam integrados ao nacional.

— A grande questão é se o país vai conseguir fazer essa integração, que é uma ação que o Brasil historicamente tem dificuldade. Nós podemos fazer um excelente plano, agora se esse plano não for implementado, é um problema.

A lógica da existência de um plano é a mesma tanto para um cenário em que os extremos vão ser de seca, quanto para um cenário em que os extremos vão ser de chuvas em abundância, segundo o consultor:

— E qual que é a lógica central? Planejamento e gestão de risco. Para os cenários de seca e de extrema chuva, nós precisamos de planejamento, nós precisamos de diagnóstico, que pode ser nacionalmente, regionalmente, ou localmente — diz Dalloz.

Rio Grande do Sul

Alvo de um esforço nacional para reconstrução, o Rio Grande do Sul tem o desafio de reerguer sua infraestrutura com vistas a adaptar-se para novos eventos climáticos extremos. As enchentes atingiram diretamente mais de 2,2 milhões de pessoas no estado, obrigando mais de 600 mil a abandonarem suas casas. Ao mesmo tempo, a infraestrutura do estado foi severamente danificada, com destruição de estradas, pontes e alagamento até do aeroporto internacional de Porto Alegre. A proteção da capital para enchentes de nada adiantou. Dados da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul apontam que 90% da indústria do estado foi atingida pelas cheias, de proporções inéditas. Ao mesmo tempo, houve perda de grande parte da safra e extensas áreas agricultáveis permanecem alagadas.

— O Brasil carece de um planejamento robusto, de curto, médio e longo prazo, para a prevenção e precaução de acidentes climáticos, a ser incorporado como política de Estado — disse no início de maio o senador Paulo Paim (PT-RS), que preside a comissão temporária externa criada para acompanhar a situação do Rio Grande do Sul.

Entenda alguns conceitos apresentados na Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC)

Adaptação Iniciativas e medidas para reduzir a vulnerabilidade dos sistemas naturais e humanos frente aos efeitos atuais e esperados da mudança do clima.
Efeitos adversos da mudança do clima Mudanças no meio físico ou biota resultantes da mudança do clima que tenham efeitos deletérios significativos sobre a composição, resiliência ou produtividade de ecossistemas naturais e manejados, sobre o funcionamento de sistemas socioeconômicos ou sobre a saúde e o bem-estar humanos.
Emissões Liberação de gases de efeito estufa ou seus precursores na atmosfera numa área específica e num período determinado.
Gases de efeito estufa Constituintes gasosos, naturais ou antrópicos, que, na atmosfera, absorvem e reemitem radiação infravermelha.
Impacto Os efeitos da mudança do clima nos sistemas humanos e naturais.
Mitigação Mudanças e substituições tecnológicas que reduzam o uso de recursos e as emissões por unidade de produção, bem como a implementação de medidas que reduzam as emissões de gases de efeito estufa e aumentem os sumidouros.
Mudança do clima Mudança de clima que possa ser direta ou indiretamente atribuída à atividade humana que altere a composição da atmosfera mundial e que se some àquela provocada pela variabilidade climática natural observada ao longo de períodos comparáveis.
Vulnerabilidade Grau de suscetibilidade e incapacidade de um sistema, em função de sua sensibilidade, capacidade de adaptação, e do caráter, magnitude e taxa de mudança e variação do clima a que está exposto, de lidar com os efeitos adversos da mudança do clima, entre os quais a variabilidade climática e os eventos extremos.

Fonte: Agência Senado

Congresso analisa vetos sobre saidão e fake news na terça

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O Congresso Nacional tem sessão conjunta na terça-feira (28), às 14h, para análise de vetos presidenciais e de projetos de lei que abrem créditos orçamentários extras propostos pelo Poder Executivo. São 26 itens na pauta.

Entre os 17 vetos prontos para apreciação, estão itens adiados após negociações entre governo e oposição na sessão do último dia 9. É o caso do veto (VET) 46/2021 à Lei 14.197, de 2021, que revogou a antiga Lei de Segurança Nacional e foi parcialmente vetada pelo então presidente Jair Bolsonaro.

O veto de Bolsonaro impediu a tipificação do crime de comunicação enganosa em massa (disseminação de fake news), com pena de até cinco anos de reclusão. Em contrapartida para o adiamento, a bancada do governo pediu a retirada de pauta do veto parcial do presidente Lula à lei que restringe a saída temporária dos presos (Lei 14.843, de 2024). O VET 8/2024, agora reinserido na ordem do dia, excluiu da lei um trecho que retirava totalmente a possibilidade de o preso sair para visitar a família ou participar de atividades de convívio social. O governo argumenta que essa proibição é inconstitucional e sustenta que a manutenção de visita esporádica à família “minimiza os efeitos do cárcere e favorece o paulatino retorno ao convívio social”.

Também retornam à pauta o veto a vários pontos da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2024 (VET 1/2024) e outro que exclui do Orçamento de 2024 a previsão de destinação de R$ 85,8 milhões para o Ministério das Comunicações investir em inclusão digital ( VET 4/2024).

Deputados e senadores podem ainda decidir sobre o veto à Lei 14.368, de 2022, que flexibiliza regras do setor aéreo. O projeto aprovado no Congresso garantia o despacho gratuito de uma bagagem em voos, mas o trecho foi vetado por Bolsonaro (VET 30/2022). Também podem ser avaliados diversos trechos rejeitados pelo Poder Executivo na Lei Orgânica Nacional das Polícias Civis (VET 39/2023) e na Lei Orgânica Nacional das Polícias e Bombeiros Militares (VET 41/2023).

Créditos

Além dos vetos, os parlamentares vão decidir analisar créditos suplementares (que liberam mais recursos para projetos previstos no Orçamento) e especiais (para necessidades não contempladas anteriormente). Ao todo, os nove projetos de lei do Congresso Nacional (PLNs) em pauta preveem cerca de R$ 2 bilhões de reforço orçamentário.

Um deles (PLN 5/2024) abre crédito suplementar de R$ 256,8 milhões para custear ações do Exército e do Ministério do Turismo. Segundo o Executivo, parte dos recursos serão empregados na execução, pelo Exército, das obras de duplicação da rodovia GO-213, de obras em Araguari (MG) e da construção da barragem de Arvorezinha, em Bagé (RS).

Já o PLN 2/2024 propõe crédito especial de R$ 7,4 milhões para o Ministério da Educação. A medida vai beneficiar estudantes de baixa renda da Universidade Federal do Vale do São Francisco com sede em Petrolina (PE).

Fonte: Agência Senado

PF deflagra a Operação Segurança Legal para fiscalizar empresas clandestinas de segurança privada em RO

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A Polícia Federal deflagrou a Operação Segurança Legal em Guajará-Mirim/RO, nesta sexta-feira (24/5), com a finalidade de fiscalizar empresas e pessoas que exploram irregularmente atividades de segurança privada.

Durante a ação, foram fiscalizadas três empresas clandestinas, bem como foram realizadas atividades de conscientização em estabelecimentos comerciais sobre a necessidade de contratação de serviços de segurança privada legalizados e regulares.

No Brasil, tais atividades são autorizadas, controladas e fiscalizadas pela Polícia Federal e são consideradas complementares às atividades de segurança pública.

São elementos, entre outros, que caracterizam atividade de segurança privada o uso de cassetete ou algemas, a utilização de uniforme ostensivo, a função de intervir na constatação de atitude suspeita, a realização de revista privada, realização de rondas, motorizadas, ou não, e a abordagem de pessoas para esclarecimentos de situações.

Essas atividades só podem ser exercidas por vigilantes e por estabelecimentos autorizados e fiscalizados pela Polícia Federal.

Comunicação Social da Polícia Federal em Rondônia

Projeto “Ouvidoria Presente” chega ao Distrito de Triunfo

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Buscando intensificar o diálogo com a sociedade, o Ministério Público de Rondônia (MPRO) anuncia a realização do projeto “Ouvidoria Presente” no Distrito de Triunfo, pertencente ao município de Candeias do Jamari, na próxima terça-feira (28/5), na escola Jonatas Coelho Neiva, com início dos atendimentos às 9h, e conclusão às 16h30.

A ação leva o Ministério Público até municípios, distritos e comunidades que ainda não possuem sede própria para interagir e receber demandas. Conforme a Ouvidora-Geral, Promotora de Justiça Andréa Damacena Ferreira Engel, “a ação busca aproximar o Ministério Público do cidadão, indo pessoalmente até locais afastados, com baixa presença do Poder Público ou que concentrem pessoas em estado de vulnerabilidade”, disse.

“O projeto oportuniza que as demandas da população sejam recebidas, tratadas e encaminhadas aos órgãos competentes para análise e solução”, acrescentou a integrante do MPRO.

Durante o evento, a população poderá assistir a palestras, obter orientações e receber atendimento em relação às diversas áreas de atuação do Ministério Público, como direito à saúde, à educação, família, idoso, pessoa com deficiência, crianças e adolescentes, do consumidor, meio ambiente, dentre outros. Será ofertado um ambiente que permita a escuta ativa, qualificada, sensível, com acolhimento e, se necessário, reservado, para garantir a privacidade e segurança da pessoa atendida.

A “Ouvidoria Presente” é um programa através do qual há a divulgação da Instituição, suas funções e formas de acesso, sendo uma forma de aproximação direta do Ministério Público com a sociedade. A Ouvidoria vai “às ruas” encontrar as pessoas, onde os interesses relacionados às Promotorias se colocam com as riquezas e peculiaridades de cada lugar.

Gerência de Comunicação Integrada (GCI)

Brasil abre assembleia da OMS com debate sobre investimentos na saúde global

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O Brasil deu início às atividades da programação da 77ª Assembleia Mundial da Saúde, neste domingo (26), durante a celebração de alto nível da primeira Rodada de Investimento da Organização Mundial da Saúde (OMS). A discussão gira em torno de garantir financiamento base e flexível da Organização, suficiente para garantir equidade, desenvolvimento e apoio aos países que mais precisam, fortalecendo a assistência em todo o mundo. A abertura oficial da Assembleia vai acontecer na segunda (27).

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, participou da solenidade de forma virtual, por estar concentrada nas ações de assistência à população do Rio Grande do Sul, após emergência provocada por fortes chuvas e consequentes enchentes em todo o estado. Em sua fala, ela reforçou que “as alterações climáticas resultam em impactos graves na saúde”.

“Não há como olhar para o futuro da humanidade sem ter em mente a saúde”, declarou a ministra brasileira, afirmando a importância do G20 para mobilizar esforços, inclusive para a Rodada de Investimento da OMS. A Reunião Ministerial de Saúde do G20, a ser realizada em 31 de outubro, deverá ser de momento para mobilização de recursos.

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom, priorizou temas como a equidade em saúde, a sustentabilidade, indicadores de mortalidade materna, resistência antimicrobiana, ciência, desigualdades, pobreza e polarização, além das mudanças climáticas. “Saúde é sobre pessoas”, enfatizou perante representantes de todo o mundo. “Os países precisam de um financiamento flexível e voz sobre os recursos, para que então apresentem resultado de desenvolvimento”, complementou.

Em 2024, a 77ª Assembleia Mundial da Saúde tem como tema “Todos pela saúde. Saúde para todos”. Até o próximo sábado (1º/6), autoridades de saúde vão debater e encaminhar resoluções para determinar novas políticas a nível mundial.

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Foto: Bianca Lima/MS

Confira a íntegra do discurso da ministra Nísia Trindade:

Prezado Doutor Tedros Adhanom, caros colegas, senhoras e senhores,

Gostaria de poder estar com vocês esta tarde, mas, como vocês devem saber, tive que ficar para ajudar a enfrentar as consequências sanitárias de uma enchente devastadora que ocorreu recentemente no Rio Grande do Sul. Infelizmente, outra evidência convincente do impacto das alterações climáticas na saúde.

A propósito, os últimos anos nos ensinaram pelo menos duas lições repetidas vezes. Uma delas é a centralidade da saúde nos assuntos internacionais. As alterações climáticas, por exemplo, resultam em impactos graves na saúde. A insegurança alimentar resulta em graves impactos na saúde. É claro que as crises econômicas e os conflitos militares também o fazem. Peço licença para mencionar a importância das pandemias e das emergências sanitárias nacionais e regionais para todos os nossos países.

Não há como olhar para o futuro da humanidade sem ter em mente a saúde.

A segunda lição é a posição central da OMS neste contexto. Os problemas globais necessitam de soluções globais e nenhuma outra organização se revelou em melhor posição para nos proporcionar a oportunidade de encontrar soluções globais. Uma OMS forte será fundamental para enfrentar os desafios futuros. Precisamos de uma OMS bem equipada e bem financiada, capaz de cumprir o seu mandato, agora e nos próximos anos.

É por isso que utilizaremos o poder de convocação do G20 para ajudar a mobilizar esforços para tornar a Ronda de Investimento um sucesso. Vamos realizar uma sessão na reunião ministerial da Saúde do G20 em outubro para sensibilizar os países a aderirem a esta iniciativa. Devemos também reservar um momento na Cimeira dos Líderes do G20, em Novembro, para podermos anunciar ao mundo quais os resultados que teremos alcançado.

Estamos felizes em poder ajudar. Nós protegemos você, meu irmão! Conte com nosso apoio até o fim.

Juntos nós podemos.
Obrigada.

Por Ministério da Saúde

Desenrola Brasil reduz o endividamento entre a população que mais precisa

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Reduzir o endividamento melhora a vida das pessoas e ajuda a aquecer a economia do País, pois com o nome limpo, o cidadão pode voltar a consumir. O programa Desenrola Brasil, encerrado no último dia 20, contribuiu para reduziu a inadimplência entre a população que mais precisa, beneficiando 15 milhões de pessoas com a negociação de R$ 53 bilhões em dívidas.

A comunicadora socioambiental Lays Cristina Araújo está entre as pessoas que buscou o Desenrola Brasil para colocar a vida financeira em ordem. Ela estava com as contas organizadas até 2022, quando seu pai faleceu e surgiram despesas não previstas que a fizeram se endividar no cartão de crédito. O Desenrola Brasil foi a oportunidade para negociar as dívidas com condições melhores.

“Assim que começou busquei o Desenrola e, se não fosse o programa, com certeza eu ainda estaria com a dívida. Teve dívida minha que consegui desconto de quase 90% com o programa. Não teria sido possível, de forma alguma, conseguir quitar se não fosse pelo Desenrola”, disse Lays Cristina.

“Foi bastante intuitivo ver a diferença dos juros. Eu me preocupava muito com o fato de ter uns juros muito altos e na plataforma do governo você via a grande diferença. Pra mim foi importante organizar essas dívidas sem comprometer a sustentabilidade da minha família”, acrescentou a comunicadora socioambiental.

O Desenrola Brasil foi lançado pelo Governo Federal em julho de 2023 para combater a crise de inadimplência provocada pela pandemia da Covid-19. O balanço final mostra que o programa reduziu em 8,7% a inadimplência entre a população mais vulnerável do País, que era o público prioritário, a chamada Faixa 1. Essa faixa contemplou as pessoas com renda de até dois salários mínimos ou inscritas no CadÚnico, e as negociações eram feitas pelo site e pelos canais parceiros.

Pelos dados do Serasa, de maio de 2023 a março de 2024, caiu de 25,2 milhões para 23,1 milhões o número de pessoas inadimplentes dentro dos critérios da Faixa 1 do programa.

O diretor de programa da Secretaria de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Quênio França, afirmou que os resultados do programa vão além da renegociação de dívidas. Segundo ele, o Desenrola teve também a ação educativa de conscientizar o cidadão sobre gastar com responsabilidade.

Organização pessoal

“O Desenrola, além desses resultados diretos, trouxe para a pauta da sociedade a importância da regularização das dívidas, do acesso ao crédito de forma responsável, da educação financeira, da melhor gestão dos recursos nas finanças pessoais. Os credores perceberam que, para além dos recursos do Desenrola, para além das pessoas atendidas, muitas outras buscaram rever sua forma de consumo e rever suas dívidas. São mais pessoas tendo acesso ao crédito, mais pessoas fazendo uma melhor gestão dos seus recursos. São mais recursos que retornam para os credores pra eles fazerem novos investimentos. Então, para além desses números, houve repercussões positivas para toda a economia”, afirmou.

Descontos e juros menores

No site do programa, a média de descontos foi de 90% para pagamentos à vista e de cerca de 85% nos pagamentos parcelados. Nas operações parceladas, a média das renegociações foi realizada em 13 prestações, com média de juros de 1,82% ao mês. Em alguns casos, os juros chegaram a 1,63%. O tempo médio para concluir a renegociação foi de 3 minutos e 42 segundos.

Dados estaduais

Do total de 5.571 municípios com público elegível ao Desenrola, foram realizadas renegociações em 5.567 (99,9%). Os estados onde mais pessoas foram beneficiadas pelo programa foram São Paulo (25,3%), Rio de Janeiro (11,3%) e Minas Gerais (8,6%). Esses estados também lideraram em valores absolutos, em volume de renegociação (R$ 2,06 bilhões).

Na Faixa 1 do Desenrola, 52% do público elegível ao programa era formado por mulheres. Entre o público que efetivamente negociou na plataforma, o percentual de mulheres sobe para 56% do total.

Desenrola Fies

Outra iniciativa do Governo Federal para reduzir o endividamento está em curso. É o Desenrola Fies, que contabiliza mais de 292,6 mil acordos firmados até o dia 21 de maio. As renegociações continuam até o dia 31 de maio.

O Desenrola Fies oferece condições especiais de negociação para os contratos celebrados até o fim de 2017, com débitos vencidos e não pagos até 30 de junho de 2023. Os principais benefícios são descontos de até 99% do valor da dívida, 100% de redução nos juros e condições facilitadas de parcelamento.

Por: Agência Gov

Fazenda orienta empresas e produtores rurais do RS sobre crédito subsidiado

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Em resposta às severas chuvas que castigaram o estado do Rio Grande do Sul nos meses de abril e maio, o Ministério da Fazenda publicou quinta-feira (23), em edição extra do Diário Oficial da União, três portarias que regulamentam a concessão de subvenção econômica para operações de crédito para produtores rurais, microempresas e empresas de pequeno porte prejudicadas pelos eventos climáticos extremos. Essas medidas, previstas na Medida Provisória nº 1.216/2024 , visam proporcionar alívio econômico e promover a recuperação das atividades produtivas nas regiões mais afetadas.

As regulamentações detalham as condições para a obtenção do desconto em operações de crédito para capital de giro ou investimento, os requisitos para os beneficiários e as obrigações das instituições financeiras participantes. As portarias visam garantir que os recursos cheguem efetivamente a quem precisa, permitindo uma rápida retomada das atividades econômicas e produtivas no estado.

No total, serão destinados R$ 1 bilhão para o Pronampe, que atende microempresas e empresas de pequeno porte, e R$ 1 bilhão para o Pronaf e Pronamp, destinados a agricultores familiares e médios produtores rurais que perderam sua capacidade produtiva. Essa alocação de recursos busca garantir a sobrevivência de setores econômicos importantes permitindo que empresários e agricultores reconstituam suas operações, mantenham empregos e contribuam para a recuperação do estado.

Pronaf e Pronamp

As Portarias nº 835 844 , publicadas no Diário Oficial da União em 23 de maio de 2024, regulamentam a concessão de subvenção econômica para mutuários do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) e Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural) que sofreram perdas materiais nos municípios gaúchos atingidos pelos eventos climáticos.

A medida prevê um desconto de 30% sobre o valor das operações de crédito no âmbito do Pronaf, limitado a R$ 600 milhões, destinado a agricultores familiares com renda bruta anual de até R$ 500 mil, localizados em cidades em situação de calamidade ou emergência, reconhecidas pela Defesa Civil. O limite do crédito é de R$ 210 mil, e o desconto é limitado a R$ 25 mil para agricultores em áreas de calamidade e R$ 20 mil em áreas de emergência.

Para os médios produtores rurais localizados nestas regiões, com renda bruta anual até R$ 3 milhões, a medida prevê desconto de 25% sobre as operações contratadas no âmbito do Pronamp, limitado a R$ 400 milhões. O limite para o crédito é de R$ 600 mil, e o desconto fica limitado a R$ 50 mil para produtores em áreas de calamidade e R$ 30 mil em áreas de emergência. A Secretaria do Tesouro Nacional é responsável pela conferência dos valores e liberação dos recursos.

Para ter acesso ao benefício, o mutuário precisa comprovar que está domiciliado ou possui estabelecimento em um dos municípios gaúchos que tiveram estado de calamidade pública ou emergência reconhecidos pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, conforme Portaria nº 1.587, de 13 de maio de 2024. Além disso, no caso de municípios em situação de calamidade, o mutuário deverá apresentar uma declaração de que teve perdas de no mínimo 30% de sua estrutura produtiva em decorrência dos eventos climáticos ocorridos em abril e maio de 2024, no estado do Rio Grande do Sul. No caso de municípios em situação de emergência, além da declaração pessoal de perdas, os agricultores deverão apresentar laudo de perda emitido por instituição de assistência técnica, podendo ser laudo grupal.

O custo total da concessão do desconto será assumido pela União, com recursos específicos para essa finalidade, e o programa será operado por Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banrisul, Cresol, Sicoob e Sicredi. A medida tem como objetivo auxiliar na recuperação dos produtores rurais atingidos pelos desastres, garantindo viabilidade de sua estrutura produtiva e produção.

Pronampe para Empresas

Além das medidas para os produtores rurais, a Portaria nº 843 , de 23 de maio de 2024, também regulamenta a concessão de subvenção econômica para conceder empréstimo a juros real zero a microempreendedores individuais, microempresas, pequenas empresas e profissionais liberais afetados por eventos climáticos extremos no Rio Grande do Sul. A portaria detalha os requisitos para a obtenção do benefício, as condições para a contratação da linha de crédito com desconto e as obrigações das instituições financeiras participantes. O programa prevê um desconto de 40% sobre o valor de operações de crédito contratadas no âmbito do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), para mutuários em cidades em situação de calamidade, reconhecida pela Defesa Civil.

As operações de crédito ficam limitadas a 60% do faturamento bruto anual ou R$ 150 mil (o que for menor), e não consideram no cálculo deste limite os valores contratados em operações no âmbito do Programa até 1º de maio de 2024, não prejudicando desta forma, sobretudo, os empreendedores que tomaram crédito no âmbito do Pronampe Solidário – RS no último trimestre de 2023. A linha conta com prazo de 84 meses para pagamento, sendo 24 meses o período máximo de carência, e as operações podem ser contratadas da data da publicação da medida até 31 de dezembro de 2024.

Para ter acesso à subvenção, a empresa precisa comprovar perdas materiais decorrentes dos eventos climáticos extremos e estar localizada em um dos municípios do Rio Grande do Sul que tiveram estado de calamidade pública reconhecido pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil. A comprovação de perdas se dará por meio de declaração apresentada pela empresa no ato da contratação da operação de crédito. O Ministério do Empreendedorismo da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte é responsável pela conferência e liberação dos valores.

O programa disponibilizará R$ 1 bilhão para a concessão do desconto, sendo R$ 500 milhões destinados a mutuários com faturamento anual bruto de até R$ 360 mil e R$ 500 milhões para mutuários com faturamento anual bruto de até R$ 4,8 milhões. O faturamento considerado será o do ano anterior à contratação da operação de crédito.

O desconto de 40% será aplicado no ato da contratação da operação de crédito, que poderá ocorrer entre 23 de maio e 30 de dezembro de 2024. Cada empresa terá direito a apenas um desconto, considerando todas as instituições financeiras participantes. Após a aplicação do desconto, o saldo devedor passará a seguir as condições de pagamento e encargos previstos na Lei nº 13.999/2020.

Duas instituições financeiras estão autorizadas a operar a linha de crédito com desconto: Banco do Brasil, com limite de R$ 400 milhões para ressarcimento, e Caixa Econômica Federal, com limite de R$ 250 milhões. A contratação da operação de crédito estará sujeita à disponibilidade de recursos e às políticas de crédito de cada instituição financeira.

Além dos recursos para subvenção do Pronampe, a Medida Provisória 1.216 de 09 de maio de 2024 também destinou R$ 4,5 bilhões para garantia de operações no âmbito do Programa, destinados, segundo ato do Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, para mutuários em cidades em condição de calamidade ou emergência, reconhecida pela Defesa Civil. Este valor pode alavancar até R$ 30 bilhões em crédito para empresas prejudicadas pelos eventos climáticos extremos.

Por Ministério da Fazenda

Em 2023, 88,2% das pessoas de 5 anos ou mais haviam tomado pelo menos 2 doses de vacina contra covid-19

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  • Até o primeiro trimestre de 2023, 88,2% da população de 5 anos ou mais haviam tomado pelo menos duas doses da vacina contra a covid-19, ou seja, tinham o esquema primário de vacinação completo. Essa taxa foi de 71,2% para pessoas de 5 a 17 anos e de 92,3% para pessoas de 18 anos ou mais.
  • Além disso, 14,8% das crianças e adolescentes de 5 a 17 anos não tinham tomado nenhuma dose da vacina até o momento da pesquisa, percentual que é de 3,4% para os adultos de 18 anos ou mais.
  • Os principais motivos alegados para não tomar todas as doses recomendadas foram “por esquecimento ou falta de tempo” (29,2%), seguido por “não acha necessário, tomou as doses que gostaria e/ou não confia na vacina” (25,5%), que, juntos, representaram 54,7% do grupo em questão.
  • Já em relação as pessoas que não tomaram nenhuma dose da vacina, entre crianças e adolescentes, medo de reação adversa (39,4%) foi o principal motivo e, entre os adultos, 36,0% “não confiam ou não acreditam na vacina”.
  • Considerando a população de 5 anos ou mais, 27,4% tiveram covid-19 confirmada por teste ou diagnóstico médico. Quando incluída a opção da autopercepção, o total de pessoas que tiveram ou consideram que tiveram covid sobe para 34,3%.
  • Para o total de pessoas que tiveram covid-19 ou consideram tê-la desenvolvido, a grande maioria teve a doença uma única vez (67,2%), enquanto 31,4%, duas vezes ou mais.
  • Entre quem teve ou considera que teve a doença, 89,7% tiveram sintomas na primeira vez, ou única, enquanto 10,0% foram assintomáticos. Adicionalmente, 4,2% das pessoas que tiveram ou consideram que tiveram covid-19, além de apresentar sintomas, precisaram ser internadas.
  • Entre as pessoas com sintomas que não haviam tomado nenhuma dose da vacina quando tiveram covid-19, considerando a primeira (ou única) infecção, 5,1% precisaram ser internadas; entre as que haviam tomado uma dose, 3,9% precisaram ser internadas; e entre as que haviam tomado duas doses ou mais, 2,5% precisaram ser internadas.
  • Entre as pessoas que tiveram ou consideram que tiveram covid. 23,0% relataram a permanência ou surgimento de sintomas após 30 dias, percentual maior entre adultos de 18 anos ou mais (24,7%) do que entre crianças e adolescentes de 5 a 17 anos (7,3%).
Pessoas com esquema primário de vacinação completo representam 88,2% da população com 5 anos ou mais – Foto: Jonathan Campos/AEN-PR

Até o primeiro trimestre de 2023, 88,2% da população de 5 anos ou mais haviam tomado pelo menos duas doses da vacina contra a covid-19, ou seja, tinham o esquema primário de vacinação contra a doença completo. Entre as pessoas com 18 anos ou mais, 92,3% tomaram duas doses ou mais, enquanto para a população de 5 a 17 anos esse percentual foi de 71,2%. Além disso, 3,4% dos adultos de 18 anos ou mais não tinham tomado nenhuma dose da vacina até o momento da pesquisa, percentual que sobe para 14,8% entre crianças e adolescentes de 5 a 17 anos.

Os dados são do módulo sobre covid-19 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD Contínua, realizada em convênio com o Ministério da Saúde e divulgada hoje (24) pelo IBGE.

Rosa Dória, analista da pesquisa, ressalta que “o questionário foi elaborado no primeiro semestre de 2022 e baseado nas diretrizes de vacinação e testagem vigentes à época, sendo aplicado no primeiro trimestre de 2023 para as pessoas de 5 anos ou mais, população para a qual a vacinação estava autorizada até então”.

93,9% dos brasileiros tomaram pelo menos uma dose da vacina

No primeiro trimestre de 2023, 93,9% da população de 5 anos ou mais (188,3 milhões de pessoas) haviam tomado pelo menos uma dose de vacina contra a covid-19. Entre os homens, 93,0% (90,8 milhões) tinham tomado pelo menos uma dose, percentual que sobe para 94,8% entre as mulheres (97,5 milhões).

Nas áreas urbanas, 94,2% (164,2 milhões) das pessoas de 5 anos ou mais tomaram pelo menos uma dose de algum imunizante contra a covid-19, enquanto nas áreas rurais esse percentual foi 92,3% (24,1 milhões). O Sudeste, região mais populosa do Brasil, registrou a maior proporção de pessoas de 5 anos ou mais com, pelo menos, uma dose de vacina (95,9%), seguida das regiões Nordeste (94,0%); Sul (93,1%); Centro-Oeste (91,0%); e Norte (88,2%).

Mais da metade dos vacinados tinham tomado todas as doses recomendadas até o primeiro trimestre de 2023

Entre as pessoas de 5 anos ou mais de idade que tomaram alguma dose de vacina contra a doença, mais da metade (58,6%) disseram ter tomado todas aquelas recomendadas para si até o primeiro trimestre de 2023, com maior proporção entre os moradores das áreas urbanas (59,5%) do que entre moradores das áreas rurais (51,8%) e maior proporção entre as mulheres (60,4%) do que entre os homens (56,5%).

Na análise por grandes regiões, destaca-se, novamente, a Sudeste com o maior percentual de pessoas vacinadas com as doses recomendadas (64,5%). As regiões Sul, Centro-Oeste e Nordeste apresentaram percentuais muito próximos (respectivamente, 56,9%, 55,4% e 55,2%). Por outro lado, apenas 43,8% das pessoas dessa faixa etária na Região Norte tomaram o número de doses recomendadas, sendo esse percentual ainda menor na área rural (37,9%).

Com relação à faixa etária, os percentuais de pessoas de 5 a 17 anos e de 18 anos ou mais que tomaram todas as doses recomendadas foram similares na Região Sudeste; maior entre os adultos nas regiões Norte e Nordeste; e maior entre as crianças e adolescentes nas regiões Sul e Centro-Oeste.

Mais da metade das pessoas que não tomaram todas as doses recomendadas alegam falta de tempo, esquecimento ou não acham necessário

A pesquisa investigou também os motivos pelos quais 38,6% das pessoas de 5 anos ou mais de idade que iniciaram o esquema vacinal não haviam tomado todas as doses recomendadas. Os principais motivos alegados foram “por esquecimento ou falta de tempo” (29,2%), seguido por “não acha necessário, tomou as doses que gostaria e/ou não confia na vacina” (25,5%), que, juntos, representaram 54,7% do grupo em questão. Motivações como “está aguardando ou não completou o intervalo para tomar a próxima dose” (17,5%) e “medo de reação adversa ou teve reação forte em dose anterior” (16,5%) também foram frequentes.

84,3% das crianças e adolescentes vacinadas tomaram pelo menos duas doses da vacina

Entre as pessoas de 5 a 17 anos de idade vacinadas contra a covid-19, 84,3% tinham tomado pelo menos duas doses do imunizante até o primeiro trimestre de 2023, sendo o esquema vacinal primário completo o mais comum: 50,5% tinham duas doses e 33,8% tinham 3 doses ou mais.

Quase 77% dos adultos vacinados tomaram três doses ou mais da vacina

Entre os adultos, o esquema vacinal com alguma dose de reforço se mostrou majoritário, com 76,9% das pessoas de 18 anos ou mais com, pelo menos, três doses de imunizante contra a covid-19. Esse percentual variou conforme a Grande Região: 64,5% no Norte; 67,0% no Centro-Oeste; 73,4% no Sul; 78,5% no Nordeste; e 81,2% na Sudeste. “Cabe lembrar que a imunização dos adultos se iniciou pelo grupo de idosos e de prioritários. Por conta disto, muitas pessoas que seguiram as recomendações vacinais no tempo adequado já estavam com quatro ou mais doses no primeiro trimestre de 2023, alcançando 42,4% dos adultos”, destaca a analista da pesquisa.

 

Percentual de não vacinados foi maior entre crianças e adolescentes

Já as pessoas que não haviam tomado vacina até o momento da pesquisa representaram 5,6% da população de 5 anos ou mais. O grupo mais jovem foi o que teve uma proporção maior de não vacinados: 14,8% do total de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos de idade. Esse percentual foi maior nas regiões Norte e Centro-Oeste, com 23,0% e 22,4%, respectivamente. Entre os adultos, 3,4% deles não se vacinaram, proporção que alcançou 7,4% na Região Norte.

Medo de reação adversa ou de injeção foi principal motivo para não tomar vacina

Entre as pessoas de 5 anos ou mais não-vacinadas até o primeiro trimestre de 2023, mais de um terço (33,7%) alegou ter “medo de reação adversa ou de injeção”, 26,3% disseram “não confiar ou não acreditar na vacina”, 24,2% responderam “não acha necessário, acredita na imunidade e/ou já teve covid” e 5,1% alegaram motivos de “recomendação por profissional de saúde”.

Entre as crianças e adolescentes, o “medo de reação adversa ou de injeção” correspondeu ao maior percentual (39,4%), seguido por “não acha necessário, acredita na imunidade e/ou já teve covid” (21,7%) e “não confia ou não acredita na vacina” (16,9%). “No caso das crianças e adolescentes, é possível que tal decisão tenha sido dos pais ou responsáveis”, ressalta Rosa.

Entre os adultos, o motivo mais citado foi “não confia ou não acredita na vacina” (36,0%). Mostraram-se também importantes as alegações: “medo de reação adversa ou de injeção” (27,8%) e “não acha necessário, acredita na imunidade e/ou já teve covid” (26,7%).

27,4% da população de 5 anos ou mais teve covid-19 confirmada por teste ou diagnóstico médico

Estima-se que 55 milhões de pessoas tiveram, pelo menos uma vez, covid-19 confirmada por teste ou diagnóstico médico até o primeiro trimestre de 2023. Isso significa um percentual de 27,4% da população de 5 anos ou mais de idade no Brasil, com maior proporção entre mulheres (29,1%%) do que entre homens (25,7%).

“Perguntamos paras as pessoas se elas tiveram covid-19 a partir de três perguntas: se ela teve algum teste positivo, tanto PCR quanto de antígeno; se ela recebeu um diagnóstico médico da doença, sem ter tido a confirmação por teste, situação que aconteceu mais no início da pandemia em situações de escassez de teste; e se ela considera que teve covid, por autopercepção, visto que, por exemplo, pode não ter tido acesso ou procurado testagem ou a atendimento de saúde, mas acredita que teve a doença”, explica Rosa.

Quando incluída a opção da autopercepção, que perguntou se a pessoa considera que teve covid-19 em alguma ocasião em que não houve confirmação por teste ou por diagnóstico médico, o total de pessoas que tiveram ou consideram que tiveram covid sobe para 34,3%.

Ainda para o total de pessoas que tiveram covid-19 confirmada ou consideram ter tido, foi perguntado o número de vezes em que isso ocorreu. Observa-se que a grande maioria teve a doença uma única vez (67,2%), enquanto 31,4%, duas vezes ou mais.

Na área urbana, o percentual de pessoas que desenvolveram a doença por duas vezes ou mais (31,9%) foi maior do que o observado na área rural (26,6%). Entre as regiões, a Centro-Oeste (35,6%) e a Norte (33,0%) apresentaram os percentuais mais altos de pessoas que tiveram a doença duas vezes ou mais, e a Nordeste, por sua vez, registrou a maior proporção de pessoas que a desenvolveram apenas uma vez (70,6%).

Percentual de internados por covid-19 foi maior entre os não vacinados

Para quem teve ou considera que teve covid-19, também foi perguntado sobre a ocorrência de sintomas na primeira vez, ou única, em que tiveram a doença: 89,7% tiveram sintomas, enquanto 10,0% foram assintomáticos. Adicionalmente, 4,2% das pessoas que tiveram ou consideram que tiveram covid-19, além de apresentar sintomas, precisaram ser internadas.

“É possível ainda relacionar a ocorrência de internação com a vacinação, lembrando que o objetivo da imunização é a proteção contra a forma grave da doença. Nesse sentido, verifica-se que, entre os não vacinados, o percentual de internados foi maior do que entre os vacinados”, pontua a analista.

Entre as pessoas que não haviam tomado nenhuma dose da vacina quando tiveram ou consideram que tiveram covid-19 pela primeira ou única vez, 5,1% precisaram ser internadas; entre as que haviam tomado uma dose, 3,9% precisaram ser internadas; e entre as que haviam tomado duas doses ou mais, 2,5% precisaram ser internadas.

Um em cada 4 adultos que tiveram covid relataram sintomas após 30 dias

Entre as pessoas que tiveram ou consideram que tiveram covid – 23,0% relataram a permanência ou surgimento de sintomas após 30 dias, percentual maior entre adultos de 18 anos ou mais (24,7%) do que entre crianças e adolescentes de 5 a 17 anos (7,3%)

Entre os sintomas mencionados, cansaço/fadiga foi o mais frequente (39,1%), seguido por perda/alteração de olfato e paladar (28,8%); dor no corpo, muscular (mialgia) ou nas articulações (28,3%); e problema de memória/atenção ou dificuldade na fala com (27,1%).

 

Mais sobre a pesquisa

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, em parceira com o Ministério da Saúde, abordou a temática da covid-19 na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD Contínua, no primeiro trimestre de 2023. Para isso, foi incluído no questionário da pesquisa, um módulo suplementar de perguntas, aplicado a todos os moradores de 5 anos ou mais de idade do domicílio para a investigação de aspectos relacionados à doença, incluindo a vacinação, a ocorrência da infecção e a persistência de seus sintomas. Os indicadores são apresentados por grupos etários e sexo, para o conjunto do país, grandes regiões, incluindo, em alguns casos, desagregações segundo as áreas urbana e rural e por unidades da federação.