Uma publicação nesta terça-feira nas redes sociais relatou a morte de uma criança de 10 anos no Hospital Infantil Cosme Damião, por falta de medicação, o que gerou forte comoção e críticas à ausência do governador
O governador de Rondônia, Marcos Rocha (União Brasil), permanece voluntariamente em Israel, onde transmite lives diárias, concede entrevistas a redes de televisão e atua como se fosse um correspondente de guerra, mesmo diante da grave crise política e administrativa instalada em seu Estado. A permanência do chefe do Executivo ocorre após ele recusar a oportunidade de retornar ao Brasil junto a dezenas de prefeitos e outras autoridades brasileiras que estavam em missão oficial no país do Oriente Médio.
Marcos Rocha justificou sua decisão afirmando que preferiu ceder seu lugar a pessoas que necessitavam de assistência médica. No entanto, nenhum dos repatriados relatou problemas de saúde, e todos retornaram ao Brasil por vias terrestres, através da Jordânia, com apoio do Governo Federal e transporte da Força Aérea Brasileira (FAB).
O governador está acompanhado por uma comitiva composta, entre outros, por sua chefe de agenda e sua chefe de gabinete. Até o último sábado (14), os custos da viagem já somavam R$ 430 mil em passagens e diárias, sendo que a diária de Marcos Rocha ultrapassa US$ 780. A estadia prolongada em Israel vem sendo utilizada pelo governador como estratégia de comunicação política, com apelos ao simbolismo religioso, heroísmo e resiliência diante da guerra entre Israel e o Irã.
Entre as justificativas apresentadas por Rocha para a viagem estão a busca por soluções tecnológicas para a saúde pública, a promoção do tambaqui de Rondônia no mercado israelense e a importação de experiências administrativas. Porém, em Rondônia, o setor da saúde enfrenta graves problemas, com denúncias de precariedade em hospitais estaduais. Uma publicação recente nas redes sociais relatou a morte de uma criança de 10 anos no Hospital Infantil Cosme Damião, por falta de medicação, o que gerou forte comoção e críticas à ausência do governador.
Paralelamente, o Estado vive uma acirrada disputa interna no governo. O vice-governador Sérgio Gonçalves tem defendido publicamente a exoneração do chefe da Casa Civil, Elias Rezende, que, por sua vez, é apontado como figura central em denúncias de suposta espionagem política e uso de servidores comissionados para ataques virtuais a adversários. As acusações foram feitas pelo próprio Sérgio Gonçalves e também por Junior Gonçalves, ex-chefe da Casa Civil e irmão do vice-governador, que revelou a existência de parentes de blogueiros contratados na estrutura da Casa Civil, com salários de até R$ 10 mil.
Enquanto parte dos ocupantes de cargos comissionados no governo estadual elogia a permanência de Rocha no exterior, nas redes sociais a decisão tem sido alvo de críticas e chacotas, com milhares de comentários cobrando o retorno do governador ao Estado. A ausência do chefe do Executivo ocorre em um momento de instabilidade, denúncias graves, protestos de servidores da saúde e cobrança da população por respostas concretas diante da situação de Rondônia.
Governo de Rondônia









O vereador Edimar Kapiche voltou a cobrar publicamente o prefeito de Cacoal, Fúria, pela criação da Guarda Civil Municipal no município. O assunto é uma antiga bandeira do parlamentar, que já defendia ainda em 2016, quando concorreu ao cargo de vereador pela primeira vez. Na ocasião, ele quase foi eleito, ficando três votos atrás do último candidato da época. Durante sua campanha, Edimar afirmou que colocaria seu nome à disposição com o compromisso claro de lutar pela instituição da guarda municipal.