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Brasil e China avançam na cooperação espacial com foco no satélite CBERS-5

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CBERS-5 deve ser o primeiro satélite da série em órbita geoestacionária e promete ampliar capacidade de monitoramento climático

Brasil e China avançam na cooperação espacial com foco no satélite CBERS-5

Luara Baggi/MCTI

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) recebeu na tarde desta terça-feira (29/04) a delegação da Administração Nacional do Espaço da China (CNSA) para aprofundar as negociações em torno do desenvolvimento do satélite CBERS-5, dentro do programa de cooperação espacial sino-brasileira. O encontro reforça a aliança estratégica entre os dois países e busca alinhar avanços técnicos e políticos ao cronograma de encontros bilaterais previstos para 2025, às margens da Cúpula CELAC-China, em Pequim, e a Cúpula dos BRICS, no Rio de Janeiro.

A ministra destacou o compromisso brasileiro com um salto tecnológico na área espacial e a intenção de consolidar o CBERS-5 como símbolo da inovação conjunta entre países do Sul Global.


“Tomamos a decisão política de fazer um investimento sem precedentes no programa espacial brasileiro. Queremos fazer isso junto com a China, renovando nossa parceria e atendendo às expectativas dos nossos presidentes”, afirmou Luciana Santos.


Ela também ressaltou a importância do momento político para impulsionar as negociações em curso. “Temos marcos relevantes pela frente, como a Cúpula Celac-China e a Cúpula dos Brics, que reforçam a necessidade de manter os temas espaciais no centro da agenda bilateral.”

Durante o encontro, o engenheiro-chefe da Administração Nacional do Espaço da China, Li Guoping, celebrou o compromisso renovado entre os dois países. “É uma honra estar aqui para seguir construindo esse projeto com o Brasil. O CBERS-5 é mais do que um satélite – é um símbolo da confiança mútua e da visão compartilhada para o futuro”, afirmou.

Um salto no monitoramento climático

O CBERS-5, ou Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres-5, é um projeto de aplicação meteorológica e ambiental que marca a nova fase da histórica colaboração entre os dois países na área espacial. O satélite será o primeiro da série CBERS a operar em órbita geoestacionária – uma posição que permite monitorar continuamente a mesma região do planeta. O foco será o território brasileiro.

Com previsão de lançamento para 2030, o CBERS-5 deverá se tornar uma ferramenta essencial no monitoramento climático, permitindo a detecção de eventos extremos como secas, enchentes e tempestades com mais precisão e agilidade.

Além disso, o projeto representa um avanço significativo em termos tecnológicos, com sensores mais modernos e capacidade ampliada de coleta de dados meteorológicos e ambientais. Ao mesmo tempo, reafirma o protagonismo de Brasil e China como referências em ciência e tecnologia no Sul Global.

Deputado Cássio Gois homenageia a Ordem Demolay do Estado de Rondônia

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A Assembleia Legislativa do Estado de Rondônia foi palco na tarde desta segunda-feira (28), de uma Sessão Solene para entrega de Medalhas do Mérito Legislativo e Votos de Louvor. O Proponente foi o deputado estadual Cássio Gois e os homenageados foram os jovens da Ordem De Moley e as Potências Maçônicas de Rondônia. É um reconhecimento pela contribuiçãona formação de jovens cidadãos comprometidos com os valores da ética e cidadania em nosso Estado.

A mesa foi composta pelo deputado Cássio Gois; sereníssimo grão-mestre Paulo Benevuti Tupan (Grande Loja Maçônica do Estado de Rondônia – Glomaron); eminente grão-mestre Claudenilson Alves (Grande Oriente do Brasil – Gobi Rondônia); grande mestre estadual Erick de Abreu Ortiz (Ordem Demolay); mestre-conselheiro estadual Nick Pullig (Ordem Demolay); e Thiago Jerônimo de Farias (Supremo Conselho Demolay do Brasil).

Após a composição da mesa foi feita Entrada das Bandeiras. Em seguida, o coral da Assembleia Legislativa de Rondônia cantou o Hino de Rondônia. O hino Demoley também foi cantado pelos membros da maçonaria.

O deputado Cássio Gois durante a fala saudou a presença de todos na Casa de Leis e lembrou que já foi um Demolay. Ele afirmou que essa experiência foi muito importante para a formação pessoal dele.

“Agradeço a presença de todos. Creio que para muitos é a primeira vez aqui nessa casa. Eu, ainda muito jovem, com 15 ou 16 anos, tive a oportunidade de ir à Brasília e foi um momento muito marcante quando visite o Senado e a Câmara Federal. Imagino que seja o mesmo para muitos de vocês, hoje, conhecer a Assembleia Legislativa”, disse.

Frank Land

O Demolay Gabriel Scarpa foi convidado pelo deputado para a leitura de um texto sobre a história da Ordem Demolay. Gabriel explicou que a instituição surgiu nos Estados Unidos, no século XIX, quando um marçon chamado Frank Sherman Land, se interessou em ajudar um grupo de jovens, que estavam órfãos de pai, ensinando-lhes valores morais como fidelidade, lealdade, pureza e patriotismo.

O movimento conseguiu chamar a atenção das famílias americanas e, em menos de seis meses, alcançar mil membros no Estados Unidos. Hoje, a Ordem está em vários países. Em Rondônia, ela chegou em 1987, com o trabalho do maçom Antônio Orlandino Gurgel do Amaral.

Quem também fez uso da palavra foi o representante do Supremo Conselho Demolay do Brasil, Thiago Jerônimo de Farias. Ele disse que a Ordem é mais que uma organização juvenil, é uma escola de líderes.

“É uma esperança para o futuro de nossa nação. Estou aqui para dar voz à uma juventude que escolheu a virtude como caminho, a fraternidade como guia e o serviço como missão. Moldamos jovens para que sejam exemplos em suas famílias, comunidades e em todos os espaços onde atuam”, declarou.

O mestre-conselheiro estadual da Ordem, Nick Pullig, foi convidado pelo deputado Cássio Gois, para fazer uso da palavra. Nick também agradeceu a presença de todos e por ser um dos homenageados. Ele aproveitou para ressaltar a importância dos Demolays que disse ter como objetivo formar homens de bem para a sociedade.

Durante a solenidade foi feita a entrega das homenagens de voto de Louvor pelo deputado Cassio Gois. O parlamentar também foi agraciado por Erirck Ortiz com a Moção de Aplausos e Medalha de Apreço do Supremo Conselho Demolay do Brasil.

Ao final do evento, o parlamentar convidou a todos os presentes para um coquetel, que foi servido no Salão Nobre da Assembleia Legislativa de Rondônia.

MP libera R$ 14 milhões para missão de apoio a brasileiros deportados

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Foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (30) uma medida provisória que abre crédito extraordinário ao Ministério da Defesa, no valor de R$ 14 milhões (MP 1.298/2025). O montante será destinado ao Comando da Aeronáutica para emprego em missão de apoio a brasileiros deportados.

Desde janeiro deste ano, o Brasil tem recebido voos com brasileiros deportados dos Estados Unidos, após decisão do presidente Donald Trump de enviar de volta aos países de origem imigrantes que não possuem documentação para residir em solo americano. Cerca de 600 brasileiros foram deportados dos Estados Unidos somente este ano.

Medidas provisórias

As medidas provisórias têm força de lei e são editadas pelo presidente da República em situações de relevância e urgência. Com efeitos jurídicos imediatos, as MPs precisam ser apreciadas pelas Casas do Congresso Nacional (Câmara e Senado) para se converter definitivamente em lei ordinária. O prazo inicial de vigência é de 60 dias e será prorrogado automaticamente por igual período, caso o texto não tenha sua votação concluída na Câmara e no Senado. Se a análise não for concluída em 120 dias, a MP perde sua vigência.

Fonte: Agência Senado

Audiência na Câmara dos Deputados debate a criação do Dia do Frentista

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A Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados realizará, na terça-feira (6), uma audiência pública para discutir a criação do dia nacional do frentista.

O debate, solicitado pelo deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), ocorrerá a partir das 16h30, em plenário a ser definido.

Daniel Almeida afirma que os frentistas desenvolvem uma atividade de risco. “Uma ação ineficiente pode ser o estopim para acidentes de graves consequências”, afirmou.

Ele calcula que existam aproximadamente 500 mil profissionais atuando no Brasil. “Muitas vezes em situações precárias, e que merecem o nosso reconhecimento”, defende o deputado.

Debate obrigatório
A criação de dias comemorativos precisa ser precedida de debate público. Isso porque a Lei 12.345/10 exige que o projeto que sugerir a instituição da data comprove a realização de consultas com amplos setores da população.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Comissão aprova pena maior para crime cometido com uso de IA contra idoso e pessoa com deficiência

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A Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que estabelece aumento de pena para crimes contra pessoa idosa ou com deficiência quando cometidos com uso de inteligência artificial.

Atualmente, o Estatuto da Pessoa Idosa já pune com detenção de um a três anos e multa quem exibir ou veicular, por qualquer meio de comunicação, informações ou imagens depreciativas ou injuriosas à pessoa idosa. O projeto prevê aumento de pena à metade se o crime for cometido com uso de inteligência artificial ou de qualquer outro recurso tecnológico para criar ou alterar a imagem, a voz ou a identidade da vítima.

O projeto altera ainda o Estatuto da Pessoa com Deficiência para prever reclusão de 2 a 5 anos e multa para o crime de discriminação de pessoa em razão de sua deficiência cometido mediante o uso de inteligência artificial. Atualmente, essa pena já é prevista para o crime cometido por intermédio de meios de comunicação social.

Nova versão
O texto aprovado foi a versão (substitutivo) apresentada pelo relator, deputado Bruno Farias (Avante-MG), para o Projeto de Lei 1783/24, do deputado Benes Leocádio (União-RN).

Originalmente, a proposta criava um novo tipo criminal para o ato de simular participação de pessoa idosa ou com deficiência em cena de violência por meio de adulteração, montagem de fotografia ou vídeo, ou encenação. O substitutivo, por outro lado, cria agravante para crimes já existentes.

“A manipulação de imagens ou vídeos com o intuito de colocar pessoas com deficiência em contextos de violência constitui uma forma de exploração que transcende a questão da privacidade. Essa prática perpetua estereótipos prejudiciais e desumaniza suas vítimas”, afirmou Bruno Farias.

“O projeto contribui para a implementação de princípios fundamentais consagrados em normas internacionais e nacionais, como a promoção da dignidade humana, a inclusão social e a não discriminação”, disse deputado.

Próximos passos
A proposta ainda será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Depois, seguirá para o Plenário da Câmara. Antes, o texto foi aprovado também pela Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa. Para virar lei, a medida precisa ser aprovada pelos deputados e pelos senadores.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Mais Médicos: Rondônia recebe três profissionais para reforçar atendimento no estado

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Os profissionais atuarão em três municípios rondonienses; ação integra envio nacional de 407 médicos a 22 estados

Os municípios de Chupinguaia, Corumbiara e Costa Marque, em Rondônia, vão receber novos profissionais por meio do Programa Mais Médicos. Os profissionais integram um grupo de 407 médicos formados no exterior que concluíram, no último dia 11, o Módulo de Acolhimento e Avaliação (MAAv). Ao todo, eles serão distribuídos em 180 municípios e 15 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs), abrangendo 22 estados do país.

Com a chegada desses médicos, o Ministério da Saúde espera impactos positivos nas comunidades atendidas, como a ampliação do acesso aos serviços de saúde na atenção primária, a redução do tempo de espera por atendimento com a utilização do prontuário eletrônico do SUS (e-SUS APS), além de avanços significativos na saúde indígena. Um exemplo concreto é a diminuição das remoções de pacientes no território Yanomami.

Antes de iniciarem suas atividades, os médicos passaram por um treinamento específico para atuar em situações de urgência, emergência e no enfrentamento de doenças prevalentes nas regiões de atuação, a exemplo da malária.

O secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), Felipe Proenço, destaca a importância do programa Mais Médicos para o Sistema Único de Saúde (SUS) e para a população brasileira. “Hoje, 12 anos após a criação do programa, é possível ver como ele contribuiu para a redução da mortalidade infantil e para a melhoria do acesso à saúde, que é justamente o papel da atenção primária: atender pessoas com problemas de saúde que poderiam se agravar e demandar hospitalização. O programa evita essas hospitalizações e cuida das pessoas perto de suas famílias, junto de suas comunidades”, pontua.

Com o objetivo de assegurar a eficácia do programa e a qualidade do atendimento prestado à população, o ministério pasta acompanha de perto o desempenho dos profissionais. Um dos principais instrumentos de monitoramento é o e-SUS APS, que permite registrar e acompanhar o histórico dos pacientes, facilitando a integração entre a atenção primária e os demais níveis de cuidado.

Quase 25 mil médicos em atuação

Com a meta de alcançar 28 mil profissionais até o final de 2025, o Programa Mais Médicos já assegura assistência a mais de 64 milhões de pessoas em todo o Brasil. Atualmente, cerca de 24,9 mil médicos atuam em 4,2 mil municípios, o que corresponde a 77% do território nacional. Dentre essas cidades, 1,7 mil apresentam altos níveis de vulnerabilidade social. Em dezembro de 2024, o programa registrou um marco ao atingir o maior número de médicos em atividade nos Distritos Sanitários Indígenas (DSEIs), com 601 profissionais atuando nessas regiões.

Ministério da Saúde

Carreta do Amor realiza atendimentos gratuitos à saúde da mulher na sede da OAB Rondônia

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Os agendamentos devem ser realizados pelo número (69) 99220-1729

Ascom OAB/RO
Carreta do Amor realiza atendimentos gratuitos à saúde da mulher na sede da OAB Rondônia

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A sede da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Rondônia (OAB RO), em Porto Velho, será ponto de parada da Carreta do Amor no próximo dia 30 de abril, das 8h às 18h. A ação, que será aberta ao público, oferece atendimentos gratuitos voltados à prevenção e ao diagnóstico precoce do câncer de colo do útero e de mama, com a realização dos exames Papanicolau e Mamografia.

Realizada em parceria com a OAB Rondônia, a iniciativa busca facilitar o acesso de mulheres aos exames preventivos, especialmente daquelas que enfrentam dificuldades para realizá-los na rede pública de saúde. Além dos exames, haverá triagem, orientações e acolhimento à população.

Público-alvo e critérios para atendimento:

Papanicolau

Mulheres entre 25 e 64 anos, com vida sexual ativa
Não estar menstruada no dia do exame
Evitar relações sexuais e uso de pomadas ginecológicas nos dois dias anteriores

Mamografia

Mulheres entre 40 e 69 anos
Entre 40 e 49 anos: exame anual
Entre 50 e 69 anos: a cada dois anos
Não ter realizado mamografia no último ano

Documentos obrigatórios:

RG
CPF
Cartão do SUS
Comprovante de residência atualizado

Agendamento:

Os agendamentos devem ser realizados pelo número (69) 99220-1729.

A ação reforça o compromisso da OAB Rondônia com a responsabilidade social e a promoção da saúde, ampliando o acesso da população feminina a serviços essenciais. A expectativa é atender um grande número de mulheres ao longo do dia, em um ambiente seguro, humanizado e gratuito.

Café, em mais uma alta, custa R$ 2.658,07

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Saca de 60 kg tem nova alta, de 1,80%

Brasil 61/Foto: Freepik
Publicada em 29 de abril de 2025 às 09:27
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Café, em mais uma alta, custa R$ 2.658,07

Nesta terça-feira (29), a saca de 60 quilos do café arábica custa R$ 2.658,07 em São Paulo, registrando alta de 1,80%. O café robusta segue a tendência oposta e cai 0,09%, cotado a R$ 1.714,84.

O açúcar cristal, em queda de 0,54%, custa R$ 143,04 na capital paulista. No litoral, em queda de 2,36%, vale R$ 133,83.

Já a saca de 60 kg do milho fechou em leve baixa de 0,06% e é negociada a R$ 80,49,para a região de referência de Campinas (SP).

Os valores são do Cepea.

https://brasil61.com/n/cafe-em-mais-uma-alta-custa-r-2-658-07-pagr255487

Deputada Rosângela Donadon inaugura unidade do Laboratório Marcos Donadon em Ji-Paraná

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Nova unidade oferece exames laboratoriais a preços populares e reforça o acesso à saúde na região.
A deputada estadual Rosângela Donadon inaugurou, neste domingo, 26 de abril de 2025, a nova unidade do Laboratório Marcos Donadon na cidade de Ji-Paraná. A cerimônia de inauguração aconteceu às 16h e contou com a presença dos proprietários, equipe de trabalho e fornecedores.

Reconhecido por oferecer preços imbatíveis no estado de Rondônia, o Laboratório Marcos Donadon chega a Ji-Paraná com a proposta de ampliar o acesso da população a exames de qualidade com valores populares. Além dos exames laboratoriais de rotina, a unidade disponibiliza serviços como MAPA (Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial), Holter 24 horas, Eletrocardiograma, Exame Toxicológico, Exames Genéticos, entre outros.

Um dos grandes diferenciais é a oferta de diversos marcadores laboratoriais de alta demanda, que serão disponibilizados por apenas R$ 6,00 cada, promovendo o cuidado preventivo da população e fortalecendo o acesso à saúde para quem mais precisa.

Durante a cerimônia, a deputada Rosângela Donadon destacou a importância do novo empreendimento para Ji-Paraná. “A saúde preventiva é essencial para garantir qualidade de vida. Inaugurar esta nova unidade, que oferece exames de alta qualidade com preços acessíveis, é uma grande conquista para a nossa população”, afirmou.

A nova unidade reforça o compromisso do Laboratório Marcos Donadon em democratizar o acesso a exames médicos, oferecendo preços acessíveis, estrutura moderna e atendimento humanizado, beneficiando diretamente milhares de moradores da região central de Rondônia.

Por Assessoria

Novo Código Eleitoral: debatedores criticam banimento de contas

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Relator do projeto de Novo Código Eleitoral, Marcelo Castro acompanhou a audiência e disse estar com texto pronto

Agência Senado/Foto: Saulo Cruz/Agência Senado
Publicada em 29 de abril de 2025 às 17:20
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Novo Código Eleitoral: debatedores criticam banimento de contas

A utilização de recursos do mundo virtual — internet, redes sociais, influenciadores digitais, inteligência artificial, entre outros — nas campanhas e propagandas eleitorais dominou a segunda parte da última audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para instruir o projeto do novo Código Eleitoral (PLP 112/2021). Questões como o banimento de contas e conteúdos on-line suscitaram críticas durante o debate nesta terça-feira (29).

O texto em análise, que está sendo relatado pelo senador Marcelo Castro (MDB-PI) na CCJ, define que as ordens judiciais de remoção de conteúdo divulgado na internet serão limitadas aos casos em que sejam constatadas violações às regras eleitorais ou ofensas a direitos de pessoas que participam do processo eleitoral. Fica proibido o banimento, o cancelamento, a exclusão ou a suspensão de conta de candidato a cargo eletivo durante o período eleitoral, salvo por decisão judicial ou em caso de publicações por pessoas não identificadas.

O senador Rogério Marinho (PL-RN) destacou que a previsão legal de banimento de contas é “flagrantemente inconstitucional, uma censura prévia”.

— Ora, se eu estou banindo a conta de alguém, eu estou impedindo que ele se manifeste sem saber qual o teor da sua manifestação, o que ele pretende falar. Não é o que ele falou e que pode ser gravoso para alguém, e que eventualmente poderia ser arguido juridicamente por uma calúnia, uma difamação, uma injúria, ou até pela velocidade que o próprio sistema eleitoral determina para que não haja injustiça, assim, um certo fast track no processo legal. Não, nós estamos falando aqui de banimento da conta e isso me parece tão grave — afirmou Marinho.

Carlos Portinho (PL-RJ) ratificou que o banimento é a pena mais odiada “porque traz consigo uma certa censura”.

— Mas uma gradação, com multa e, nos casos mais imediados, com a suspensão do post, ainda que sujeito a uma defesa, a análise, etc., parece-me mais recomendada — afirmou Portinho.

A coordenadora de Regulatório do Conselho Digital, Roberta Benatti salientou que o texto trata de banimento, cancelamento, supressão e exclusão de contas como se fossem praticamente equiparados, “como medidas que estivessem todas no mesmo nível e isso não é verdade”. No caso de supressão de contas e cancelamento existe um grau de reversibilidade e de exigências a serem adotadas, seja pelo usuário ou plataformas, segundo a debatedora.

— Já, por exemplo, o banimento, de fato, tem um efeito muito ruim, porque ele exclui os dados, ele tira essa pessoa, essa conta do ar e, de fato, teria o efeito de censura, ou mesmo uma exclusão, que poderia ser até motivada por um pedido do interessado, da pessoa que possui a conta no provedor de aplicação, normalmente isso se motiva por fatos gravosos ou condutas reiteradas, bastante gravosas, e o fato de você não poder aplicar nenhum tipo de sanção tornaria muito perigoso o ambiente digital — disse Roberta.

Plataformas

Roberta também chamou a atenção para a regra no novo Código Eleitoral que determina que as políticas de moderação das plataformas devem estar publicadas até 1º de junho do ano eleitoral. E que toda vez que houver uma alteração extemporânea dessas regras, as plataformas devem se retratar publicamente.

— Acredito que o objetivo dessa regra seja dar transparência, de fato, às regras de moderação para o período eleitoral. A partir disso, então, se estender esse prazo para todo o período eleitoral e permitir que as plataformas possam, de forma ágil, fazer as alterações, justamente porque o ambiente digital é muito dinâmico. É importante que as plataformas tenham também autonomia e flexibilidade para elas atuarem, justamente para evitar burlas a essas regras que são previamente estabelecidas — disse a coordenadora do Conselho Digital.

Para o cientista político Alexandre Arns Gonzales, devem ser estabelecidas obrigações às plataformas digitais para que apresentem relatórios de suas ações sobre contas e conteúdos ao longo do ano eleitoral. Ele também afirmou que devem ser estabelecidos meios para que as instituições de pesquisa possam auditar estes relatórios ou produzir avaliações próprias.

— Existe uma discussão de se atribuir certas responsabilidades e obrigações de como essas empresas devem tratar determinados conteúdos e contas. (…) Quando se fala em relatórios e suas ações, moderação de conteúdos e contas, não é apenas [discutir] ascensão e remoção, mas é justamente o tipo de tratamento que elas fazem.

Influenciadores digitais

Coordenadora de Pesquisa do InternetLab, Iná Jost afirmou que o novo Código Eleitoral traz um arranjo para tentar conter o peso indevido de influenciadores digitais na propaganda eleitoral. Para Iná, influenciadores que não são candidatos não podem ser proibidos de falar sobre política, mas não deveriam ser contratados para apoiar candidatos.

— Existe uma preocupação muito legítima com o desequilíbrio da disputa e a igualdade de chances entre candidatos. A gente precisa reconhecer que as redes sociais viraram um lócus importante de campanha e é muito diferente você começar a fazer uma propaganda política com 10 mil seguidores versus a hipótese em que você começa a fazer uma propaganda política com um milhão de seguidores.

Para Iná, no caso de apoio às candidaturas, as atuais regras de propaganda eleitoral já dão conta de resolver eventuais desequilíbrios, porque elas determinam que só os próprios candidatos ou partidos poderiam impulsionar conteúdo político eleitoral.

Mas e se influenciadores famosos decidem se candidatar? A coordenadora da InternetLab sugere que durante o período eleitoral seja vedado aos candidatos e aos partidos políticos quaisquer impulsionamentos que não sejam de cunho político eleitoral.

— A ideia é impedir que influenciadores candidatos sigam fazendo propaganda de outros produtos ou serviços — disse.

Inteligência artificial

Representante da Força-Tarefa Eleições da Coalizão Direitos na Rede, Bruna Martins dos Santos disse ser fundamental que o Código Eleitoral traga regras de transparência para o uso de IA.

As atuais ferramentas de IA ainda parecem inadequadas porque a disseminação dessa tecnologia não é feita de maneira equitativa entre o Norte e Sul globais, segundo a debatedora. Ela salientou que mulheres na política e o “midiativismo” estão sendo desproporcionalmente alvo de desinformação gerada por inteligência artificial e assédio on-line, “o que é um ponto que ajuda a desencorajar a nossa participação na vida pública”

— Apesar dos riscos, a gente sabe também que a adoção de ferramentas conectadas com a inteligência artificial por campanhas e partidos tem sido feita de forma muito significativa. No entanto, a Coalizão entende ser importante que a lei perceba a utilização dessas tecnologias, acima de tudo, de uma maneira responsável, estabelecendo salvaguardas para evitar o maior impacto no ecossistema informacional e promovendo maiores níveis de proteção dos eleitores.

Quanto à inteligência artificial, a coordenadora de Pesquisa do InternetLab corroborou que é importante haver regras. Para Iná, qualquer modalidade com o uso de IA deve ser rotulado, ao não ser que seja um uso meramente técnico, como melhorar a imagem ou o som.

Pré-campanha

O novo Código Eleitoral estabelece que candidatos e partidos poderão impulsionar conteúdo em meio digital para divulgação de pré-campanha, a partir do início do ano eleitoral, com valor limitado a 10% do limite de gastos do cargo pretendido. Esse valor contará para aferição do limite total de gastos do candidato.

Para o advogado e membro da Academia Brasileira de Direito Eleitoral e Político (Abradep) André Garcia Xerez Silva, deveria ser estabelecido um marco temporal que dispusesse que, até três meses ou seis meses antes do pleito, “seriam insindicáveis pela Justiça Eleitoral essas expressões análogas ao pedido explícito de voto, para que, somente nesse período mais crítico, como já acontece na prática na Justiça Eleitoral, haja fiscalização e punição dessas mensagens”.

— O período temporal bem marcado talvez contribuísse para dar esse cenário de segurança jurídica e preservar, na extensão que o legislador pretendeu, essa manifestação de apoio no período da pré-campanha — expôs Silva.

O senador Marcelo Castro disse ao final da audiência que “pensava estar com o relatório completo”:

— Estou vendo que nós temos uma longa tarefa ainda pela frente, por tantas sugestões, mas a gente não pode atrasar demais a votação desse Código Eleitoral — afirmou o relator.

Também presente à audiência, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) reforçou que sempre defendeu uma reforma política, mas que acredita que ela nunca vai acontecer se for feita para a próxima eleição.

— Porque — eu sempre digo — os deputados e os senadores pensam: “Eu fui eleito dessa forma, eu vou manter dessa forma”. Eu acho que nós deveríamos fazer uma reforma política para eleições subsequentes.