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Orgulho autista é celebrado em 18 de junho, mas caminho para inclusão ainda é longo

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O autismo é um transtorno de desenvolvimento que leva a um deficit, em maior ou menor grau, em pelo menos uma das seguintes áreas: interação social, comunicação e comportamento. Não tem causa definida ou conhecida, mas já se sabe que influências genéticas e ambientais, ainda no desenvolvimento do bebê, desde o útero, podem estar ligadas ao diagnóstico.

O Dia Mundial do Orgulho Autista, 18 de junho, foi instituído para esclarecer a sociedade sobre as características únicas das pessoas diagnosticadas com algum grau do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e busca normalizar a neurodiversidade, ou seja, o reconhecimento de que o funcionamento cerebral de algumas pessoas é diferente do que é considerado típico.

Criada em 2005, a comemoração, a cada ano mais popular também no Brasil, conta com a adesão do Senado Federal. A intenção é demonstrar à sociedade que o autista não tem uma doença, mas apenas apresenta condições e características especiais que trazem desafios e também recompensas aos seus familiares e à comunidade.

— É uma data muito importante, pois representa o reconhecimento e a valorização das pessoas autistas — destaca o senador Paulo Paim (PT-RS), presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH), em entrevista à Agência Senado. Como em 2019, ele havia proposto uma audiência pública para registrar a data este ano, mas a pandemia do novo coronavírus, que impede aglomerações, não permitiu o encontro.

Outra celebração importante para os autistas é o 2 de abril, Dia Nacional de Conscientização sobre o Autismo, data instituída pela Lei 13.652, de 2018, proposta pelo senador Flávio Arns (Rede-PR).

— As duas datas fortalecem a reflexão e a compreensão sobre as especificidades do espectro das pessoas com autismo. Também chamam a atenção sobre as condições que a nossa sociedade e o nosso Estado oferecem a esses brasileiros e suas famílias, de uma forma ampla, sistêmica, abrangendo os diversos aspectos da vida — explicou o senador à Agência Senado.

Cérebro diferente

Ana Carolina Quariguasy é mãe de Marina (11 anos), Pedro (8 anos, diagnosticado com autismo antes dos 2 anos) e Cecília (1 ano e 2 meses, sem características que indiquem o transtorno). Já são mais de seis anos de busca por apoio do governo e para encontrar os tratamentos adequados que o ajudem a controlar a ansiedade, a diminuir a sensibilidade aguçada, causada por barulhos, luzes ou cheiros fortes, a melhorar a comunicação (ele não é verbal) e a obter uma educação de qualidade, inclusiva e com acompanhamento, direito garantido por lei.

Ana Carolina Quariguasy, com o marido e os filhos Marina, de 11 anos, Pedro, autista, de 8 anos, e Cecília de 1 ano (foto: Arquivo pessoal)

Apesar das dificuldades, sobretudo para se expressar, Pedro é amável, carinhoso, inteligente e muito ligado às irmãs. Gosta de passear, dançar, nadar, brincar no balanço e no escorregador, como qualquer criança de 8 anos. “Ele completa a família”, frisa a mãe.

Na opinião de Ana Carolina, o Dia do Orgulho Autista e o Dia de Conscientização do Autismo evidenciam a existência do transtorno na coletividade e ajudam a pavimentar a estrada a ser percorrida até que a sociedade tolere verdadeiramente o diferente, seja o neurodiverso, seja a pessoa com deficiência, o negro, a mulher, o índio ou o idoso.

— Vivemos num mundo capacitista [que discrimina quem não é considerado normal] que não inclui de verdade e segrega as diferenças. Ainda temos um longo caminho para que autistas não sejam vistos como doentes, mas sim como pessoas que têm um funcionamento cerebral específico, diferente. Então, estas celebrações são importantes para que a neurodiversidade esteja em evidência e para que possamos entender que, mesmo sendo diferentes, os autistas têm valor — opinou, em entrevista à Agência Senado.

Espectro

Leitora voraz de estudos que a ajudam a compreender o transtorno e a auxiliar o filho em suas demandas, Ana Carolina explica que o autismo tem características individuais, com diferentes níveis de intensidade de pessoa para pessoa, ocupando diferentes “faixas” num espectro, numa escala que vai de leve a grave.

— Por isso se diz que nenhum autista é igual ao outro — explica.

Um autista de alta funcionalidade manifesta prejuízos leves, que não impedem que ele estude, trabalhe ou se relacione. Um autista de grau médio tem menos independência e necessita de algum auxílio para desempenhar funções cotidianas, como usar o banheiro ou preparar a sua refeição. Já alguém com baixa funcionalidade tem dificuldades graves e costuma precisar de apoio especializado ao longo da vida. Pedro tem grau médio.

Pessoas com TEA podem ter dificuldades de se expressar, principalmente quando não falam de maneira efetiva, comunicando uma ideia ou um sentimento. Costumam decorar trechos de músicas ou de filmes e repetem frases sem necessariamente emitir uma opinião ou um juízo. Normalmente apresentam comportamentos repetitivos, emitindo sons, se balançando, fazendo gestos fora de contexto ou que pareçam estranhos para outras pessoas. Essas, em geral, são maneiras que encontram para se tranquilizar após expostos a alguma situação que fuja do habitual. Podem ainda encontrar formas não convencionais de brincar, manusear objetos ou interagir, como virar um carrinho com as rodas para cima e girar os pneus, em vez de conduzi-lo numa pista imaginária, explica Ana Carolina.

Inclusão

Para promover a inclusão dos autistas, considerando todas as características e necessidades, são indispensáveis adaptações físicas, comportamentais e legais, que garantam a eles qualidade de vida e cidadania. O Congresso Nacional tem atendido a esse chamado e elaborado legislação em resposta às demandas feitas pelos representantes da causa das pessoas com TEA.

Foi com a Lei Berenice Piana (Lei 12.764, de 2012, que define a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista) que o autismo foi definitivamente classificado como deficiência, assegurando aos diagnosticados todas as políticas de inclusão existentes no país para a pessoa com deficiência. Até então, a legislação não era clara em relação ao autismo, e muitas vezes eles eram impedidos de usufruir dos benefícios.

Em junho de 2019, Paulo Paim, presidente da CDH, promoveu o “Dia do Orgulho Autista”, com representantes de entidades de defesa dos autistas (foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Essa lei também garantiu a inclusão escolar, o direito de matrícula em escolas regulares, o acesso a um mediador escolar sem custo para a família e previu sanções aos gestores que negarem a matrícula a estudantes com deficiência. O texto foi originário de uma Sugestão Legislativa (SUG 1/2010), da Associação em Defesa do Autista, convertida em projeto da CDH.

— [Com a lei] você passou a incluir os que estavam à margem, secundarizados, tratados de forma segregada e que passaram a ter reconhecimento legal, por força de um tratamento não digno dispensado há décadas, e com essa segurança de haver sanções para quem descumprisse os direitos por eles conquistados. Autistas não tinham essas garantias e direitos. Sem sombra de dúvidas melhorou consideravelmente, em especial quando tratamos sobre educação — declarou à Agência Senado o senador Veneziano Vital do Rego (PSB-PB), autor de diversas propostas legislativas que beneficiam os autistas.

Poucos anos mais tarde, o Estatuto da Pessoa com Deficiência — ou Lei Brasileira de Inclusão (LBI), Lei 13.146, de 2015 — afirmou a autonomia e a capacidade desses cidadãos, incluindo os autistas, para exercerem atos da vida civil em condições de igualdade com as demais pessoas. Atribuiu ao Sistema Único de Saúde (SUS) o dever de oferecer atenção integral e tratamento completo ao paciente diagnosticado com TEA, em qualquer grau de complexidade. E garantiu benefícios diversos como a prioridade na restituição do Imposto de Renda aos contribuintes com deficiência ou com dependentes nessa condição.

— A maior conquista [para os autistas] foi a Lei 12.764, de 2012, a que dei o título de Lei Berenice Piana e da qual, tenho orgulho de dizer, fui um dos consultores. Foi estabelecida ali uma política de Estado para atendimento, reconhecimento dos direitos das pessoas autistas. Antes, o cenário era de invisibilidade, e os debates para a construção da lei trouxeram o tema do autismo para o panorama nacional. Essas pessoas passaram a ter direito a uma educação inclusiva, em uma sala regular de ensino, pois a lei reconhece o autismo como deficiência e estende a essas pessoas todos os direitos contidos no Estatuto da Pessoa com Deficiência, de minha autoria — lembra Paulo Paim.

Flavio Arns dedica o mandato às pessoas com deficiência e é autor de propostas que beneficiam autistas (foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

O senador Flávio Arns, que dedica as ações de seu mandato em grande medida às pessoas com deficiência, aos autistas e à educação, também considera que os avanços legislativos foram de grande valia para o grupo, em especial a Lei Berenice Piana.

— Essas pessoas conquistaram direitos que, antes, eram difusos, uma vez que o autismo, até então, confundia-se erroneamente com a deficiência intelectual. A partir da correção desse equívoco, e do olhar específico para o segmento, a qualidade dos serviços e apoios prestados às pessoas com autismo conquistou outro patamar. O direito ao atendimento multidisciplinar favorece sobremaneira na identificação de possibilidades e necessidades específicas do espectro autista, ampliando o seu desenvolvimento e inclusão. O direito inexorável à matrícula contribui para o cumprimento do direito à educação — avalia.

Lei Berenice Piana

Símbolo AutismoMaria Berenice Piana dá nome à Lei 12.764, de 2012, por ser uma das principais defensoras dos direitos das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Mãe de três filhos, um deles autista, a militante procurou o Senado e o senador Paulo Paim (PT-RS) em busca da aprovação de legislação que classificasse, definitivamente, os autistas como pessoas com deficiência, garantindo direitos e ampliando as informações sobre o transtorno à população. Para ela, era preciso um instrumento para ajudar as famílias na luta contra a burocracia. Por meio de uma sugestão legislativa apresentada pela Associação em Defesa do Autista em 2010, e convertida no Projeto de Lei do Senado (PLS) 168/2011 pela Comissão de Direitos Humanos (CDH), a iniciativa foi aprovada nas duas Casas do Congresso e tornou-se lei. A Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtornos do Espectro Autista, prevista na Lei Berenice Piana, foi um dos primeiros casos de sucesso de legislação participativa no Senado.

Berenice Piana (foto: Pedro de Oliveira/Alep)

Censo

Outra inovação em favor dos autistas foi a Lei 13.861, de 2019, que prevê a inclusão de informações específicas sobre pessoas com autismo nos censos demográficos feitos a partir de 2020 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Até hoje não se sabe a quantidade de autistas no país. Instituições ligadas aos autistas estimam que 70 milhões de pessoas no mundo tenham algum grau de autismo, sendo 2 milhões no Brasil.

O censo, que ocorre a cada dez anos e conta toda a população do país, pesquisa temas como identificação étnico-racial, núcleo familiar, fecundidade, religião ou culto, deficiências, preferência sexual, trabalho e renda. O próximo a ser feito também deverá calcular o número de autistas brasileiros.

— São questões importantes, uma vez que o passo inicial de toda a política pública é a identificação detalhada do público a que se destina. Nesse sentido, o IBGE cumpre um papel importante no apoio ao Legislativo, e também ao Executivo, para o desenvolvimento do marco legal orientado a esses brasileiros, que devem ser identificados, considerados e incluídos — avalia o senador Flávio Arns.

Veneziano Vital do Rêgo destaca a importância de saber o número de autistas no país (foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

O senador Veneziano é autor de proposta com o mesmo teor, apresentada quando ainda era deputado federal, em função de sua atuação anterior como prefeito de Campina Grande (PB), quando tentou calcular a população autista do município.

— No Censo, vai estar incluída a identificação do número que efetivamente, na população de 210 milhões de brasileiros, temos de autistas. Com isso, não vamos estar tateando, vamos saber por regiões, vamos ter as especificidades, podemos ter estudos científicos mais apurados, porque algumas regiões têm mais autistas que outras, e isso também é uma questão para ser apreciada e estudada cientificamente. Vejo como indispensável a inclusão para que tenhamos esse retrato fiel, a fim de que não fiquemos às escuras sem saber desenvolver políticas públicas para os cidadãos autistas — analisou.

Carteirinha

Mais uma conquista obtida para os autistas foi a regulamentação da Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea), pela Lei 13.977, de 2020, conhecida como Lei Romeo Mion. A carteira deverá ajudar seus portadores a ter atenção integral, prioridade no atendimento e no acesso aos serviços públicos e privados, em especial nas áreas de saúde, educação e assistência social.

A Ciptea será expedida pelos órgãos estaduais, distritais e municipais que executam a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. A família deve apresentar um requerimento acompanhado de relatório médico para obter o documento.

— A carteirinha que identifica o autista é importante pela dificuldade do reconhecimento visual [de quem tem o transtorno] — lembra Paim.

Há um veto presidencial (VET 2/2020) a ser analisado no Congresso sobre essa nova lei: o trecho que obriga os cinemas a reservarem uma sessão mensal para pessoas com TEA. A Presidência da República justificou o veto ao lembrar que a Lei 14.009, de 2020, recém sancionada, estende o prazo até 2021 para as salas de exibição se adaptarem ao Estatuto da Pessoa com Deficiência, que já impõe aos cinemas a oferta de sessões acessíveis a pessoas com deficiência visual e auditiva.

Veneziano não concorda com o veto imposto ao projeto pelo presidente Jair Bolsonaro.

— A ideia foi muito oportuna: garantir uma única sessão por mês para que essas pessoas possam ter o direito, se o propósito é melhorar a inserção, a convivência, a relação em sociedade para que ela se sinta igual, como ela de fato é e devemos vê-la. Então, ter acesso, oportunidade, envolvimento, experiência com a vida normal que outros cidadãos têm é uma maneira de promovermos a inserção plena das crianças, dos cidadãos autistas de qualquer idade. Penso que o presidente foi levado a uma avaliação equivocada quando vetou esse item — opinou.

Lei Romeo Mion

Símbolo AutismoRomeo Mion, 14 anos, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), é filho do apresentador de televisão Marcos Mion, que se tornou um militante em defesa dos direitos das pessoas diagnosticadas com o transtorno. Marcos Mion visitou o presidente Jair Bolsonaro em julho de 2019 e, após longa reunião, o convenceu a sancionar a legislação que incluiria informações específicas sobre autismo no Censo 2020 (Lei 13.861, de 2019). Bolsonaro já havia feito manifestações que indicavam um provável veto à proposta. Pouco tempo depois desse encontro, em janeiro de 2020, o presidente sancionou a Lei 13.977, de 2020, que ficou conhecida com o nome de Romeo Mion e criou a carteira para identificar os autistas (Ciptea). A legislação teve origem no projeto de lei da Câmara (PL 2.573/2019), da deputada Rejane Dias (PT-PI), aprovado no Senado em dezembro do ano passado. A senadora Soraya Thronicke (PSL-MS) foi relatora na Comissão de Direitos Humanos (CDH) e o senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Romeo e Marcos Mion (foto: Reprodução/Instagram)

Propostas

Apesar dos avanços normativos conquistados sobretudo ao longo da última década, que permitiu a adoção de algumas soluções específicas para as reais necessidades dos autistas, ainda há espaço para aperfeiçoamentos. O Senado está atento a isso.

— Fizemos muito, mas ainda há muito o que fazer, principalmente no suporte às famílias e no diagnostico precoce. O Congresso tem se debruçado sobre esse tema e feito sua parte. No entanto, o Executivo precisa implementar as políticas de forma efetiva, coletiva, atendendo todo esse universo — observa o senador Paulo Paim.

Flávio Arns lembra ainda que, com a evolução da dinâmica social, novas necessidades surgirão, com demandas por novas soluções, em uma espiral sem fim para atender as pessoas com autismo e outros tipos de deficiência. Para o senador, a sociedade deve manifestar seus desejos e lutar por direitos, seja via aprimoramento legislativo, seja pelo estabelecimento e pela execução das políticas públicas, de serviços e ações pelo poder público.

— Nesse sentido, penso que eu, você e todos mais temos parcela de responsabilidade por aquilo que a lei já garante, mas que ainda não se realiza. O Senado tem feito sua parte, não apenas produzindo leis, mas dando voz às pessoas com deficiência em suas audiências públicas e repercutindo datas comemorativas como estas das quais tratamos aqui — sugere.

Major Olimpio é autor da proposta que detalha como deve ser a educação inclusiva para autistas e pessoas com deficiência (foto: Jane de Araújo/Agência Senado)

Essa união entre a demanda da população e o trabalho dos congressistas gera propostas como o Projeto de Lei (PL) 3.803/2019, apresentado pelo senador Major Olimpio (PSL-SP), que cria a Política Nacional para Educação Especial e Inclusiva para autistas e pessoas com deficiências.

O texto, elaborado a partir de pedidos de pais de autistas e de pessoas que militam pela causa, garante atendimento individualizado e desburocratizado para os autistas, pessoas com deficiência física ou transtornos mentais nas escolas de educação básica, prevendo a atuação de uma equipe multidisciplinar (com profissionais das áreas de terapia ocupacional, psicologia, fonoaudiologia, fisioterapia, nutrição e psicopedagogia) em programas que mesclem saúde, educação, assistência social e outras áreas necessárias à inclusão desses alunos.

Os sistemas de ensino deverão promover cursos de formação continuada para qualificar os professores e auxiliares que atuam na educação especial e inclusiva. E as salas de aula com alunos autistas e com deficiência deverão ter dois professores: um regular e um especialista em educação especial, fixo — para aplicar o plano educacional individual do aluno construído pela equipe multiprofissional e os educadores. Pode haver o apoio de um mediador, se necessário, diz o projeto.

“É preciso avançar para águas mais profundas, pois é muito complicada a situação das pessoas com TEA, deficiência mental e deficiências múltiplas, e de seus representantes legais, que enfrentam em seu cotidiano os desafios da inclusão nas escolas brasileiras. Ao ouvir pais e pessoas que lidam com essa situação, concluímos que não podemos nos manter inertes e que é preciso aperfeiçoar ainda mais o arcabouço legislativo”, defende Major Olimpio.

Imposto de Renda

Outros projetos de interesse dos autistas aguardam análise dos senadores. O PL 1.726/2019 pretende fazer com que o pagamento da instrução e de tratamentos de pessoas no espectro autista sejam dedutíveis do Imposto de Renda (IR). O autor, senador Veneziano Vital do Rêgo, lembra que a pessoa com autismo necessita de um tratamento adequado, individualizado, que atenda a necessidades específicas para garantir o desenvolvimento cognitivo, social e profissional, com atividades e terapias sugeridas pelos estudos científicos para o tratamento ser mais eficaz.

— A sugestão me chegou por pais e entidades que atendem a deficientes autistas, pois os custos são consideráveis. Existe um acompanhamento multidisciplinar que requer, por parte de seus provedores, recursos que muitas vezes não têm. Uma das sugestões foi que esses gastos, esses investimentos no atendimento e acompanhamento da criança, pudessem ser deduzidos no Imposto de Renda. Hoje, só podem ser [deduzidos] os gastos de saúde, mas existem outros atendimentos especializados que têm demanda [financeira] alta a muitos dos pais dessas crianças — analisou Veneziano.

A matéria está na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), e o senador Chico Rodrigues (DEM-RR) é o relator.

Romário é autor de projeto que regulamenta a atuação do profissional que dá apoio a pessoas com deficiência e autistas nas escolas (foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Já o Projeto de Lei do Senado (PLS) 278/2016 regulamenta a atuação do profissional que dá apoio a alunos com deficiência ou autismo. Segundo o texto, esse profissional atuará na alimentação, cuidados pessoais, locomoção e inclusão pedagógica desse estudante, com acompanhamento individualizado ou a até três estudantes. Segundo o projeto, a formação do profissional de apoio deverá ser em nível superior ou, para atuar na educação básica, ensino médio. De autoria do senador Romário (Podemos-RJ), a proposta é relatada pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE ) na Comissão de Educação (CE).

Há ainda o PL 1.712/2019, do deputado federal Tiago Dimas (SD-TO), que atribui à União a coordenação da Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com TEA, instituída pela Lei Berenice Piana.

Pelo projeto, o governo federal deverá fornecer apoio técnico e financeiro aos estados e municípios para o cumprimento dessa política pública. O apoio federal poderá ser feito pelo fomento de projetos e programas específicos de atenção à saúde, à educação inclusiva com atendimento educacional especializado e de outras políticas que possibilitem a inclusão social plena de autistas.

A União também deverá promover a ação integrada dos sistemas de ensino, de assistência social e de saúde para o atendimento das pessoas com Transtorno do Espectro Autista. O projeto está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), sob relatoria da senadora Daniella Ribeiro (PP-PB).


Reportagem: Elina Rodrigues Pozzebom
Edição: João Carlos Teixeira
Infografia: Cássio Costa

Fonte: Agência Senado

PRIMEIRO ANO: Sargento Eyder Brasil divulga resultados dos trabalhos de seu escritório na região central de RO

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Em apenas um ano, mais de R$ 430 mil de emendas já foram destinadas”.

Ao celebrar o primeiro ano de funcionamento do Escritório Parlamentar, localizado na região central do Estado, neste dia 16 de junho, o deputado estadual, Sargento Eyder Brasil (PSL), divulga os resultados positivos dos trabalhos em prol da população rondoniense, enfatizando que ainda há muito a fazer.

De acordo com levantamento, as demandas recebidas no escritório transformaram-se em proposituras, sendo o elo do parlamentar com a população. Somente nesse ano, já foram destinadas mais de R$ 430 mil em emendas parlamentar e, 16 municípios visitados.

O deputado Sargento Eyder Brasil agradece a população e o empenho dos assessores Jobson Manoel, Ana Cristina e Patrícia Rodrigues que coordenam o escritório. “É a extensão do gabinete “Força e Honra”, mostrando os resultados e a população recebendo um atendimento digno. Parabéns a todos”, expressou.

LOCALIZAÇÃO

O escritório fica localizado no município de Ji-Paraná, na Avenida Gov. Jorge Teixeira (entre T-23 e T-24) nº 2529, e atende todos os municípios da  região central.

 

Assessoria

Pimenteiras: Semosp trabalha para recuperação das estradas rurais

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Melhorias no escoamento da água das chuvas e aberturas de calhas é um dos diferenciais da ação

O trabalho de patrolamento, cascalhamento e aberturas de sarjetas e calhas continua sendo intensificando periodicamente em diversos locais do interior do Munícipio de Pimenteiras do Oeste/RO.

Conforme a Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos (Semosp) todas as estradas estão recebendo cascalho. Nesta semana, o setor do 4º Eixo da Linha 9 a Linha 11 estará concluindo os serviços.

A equipe da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos continua firme no trabalho de recuperação das estradas rurais do município. O serviço de cascalhamento, patrolamento e melhorias no escoamento de água em todas as linhas. Esse serviço é essencial para a chegada de insumos agropecuários às propriedades, para a saída da produção e também para as boas condições do escoamento da produção agrícola e do transporte escolar.

A manutenção das estradas rurais inclui a abertura de calhas para o escoamento da água das chuvas. Esta ação garante uma maior durabilidade do serviço que precisa ser refeito constantemente, justamente por causa das chuvas.

Nesta terça-feira (16-06) o Prefeito Olvindo Luiz Dondé (PDT) esteve visitando os trabalhos de recuperação das estradas e a cascalheira e citou a importância de estar mantendo as estradas rurais em condições de boa trafegabilidade.

“Ao longo do ano mantivemos as estradas em ótimas condições para o deslocamento de veículos. Mas, as chuvas constantes sempre provocam estragos. Temos, com a Secretaria de Obras feito um trabalho para recuperação dos estragos nas vias e ao mesmo tempo recuperando os bueiros que apresentam danos. Nossa gestão tem mantido o compromisso de cuidar bem o Município, é um comprometimento que visa sempre proporcionar o melhor para a comunidade dentro do perímetro urbano e da zona rural”, disse o Prefeito Dondé.

FOTOS: Wilmer G. Borges

Saae recupera mais de 300 pontos críticos na 2ª etapa de recuperação asfáltica no município de Vilhena

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Autarquia investe em massa asfáltica e equipes de frente de trabalho de forma contínua

Através de um levantamento prévio dos pontos que necessitam de recuperação, a direção do Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) adquiriu massa asfáltica pronta para retomada da 2ª etapa de recuperação de pontos que foram danificados pelo trabalho de ligação inicial e extensão da rede de abastecimento de água.

Com mais de 300 pontos recuperados desde março, o diretor geral, Maciel Wobeto, informou que, até o momento, dez bairros do município de Vilhena já foram atendidos: Jardim América, Centro, Marcos Freire, Setores 8 e 9, Cidade Verde I, II, III, Alphaville e Orleans.

“Estamos também montando uma equipe permanente para realizar este trabalho de recuperação. A equipe atuará para colocar a massa asfáltica quando for feito a ligação inicial e extensão de rede, evitando transtornos e melhorando a trafegabilidade”, explicou.

Ainda de acordo com o diretor adjunto, Flávio Goldbeck, todos os pontos críticos serão reparados até o fim do mês. “A primeira etapa começou em março e deu um resultado muito positivo. Agora estamos expandindo a ação, pois adicionamos uma equipe para cuidar apenas da recuperação de calçadas. Este é mais um serviço que será realizado de forma contínua na cidade pelo Saae”, informou.

Assessoria

Meire Cabianchi se apresenta em live da Prefeitura de Vilhena nesta quinta-feira, às 20h

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Cantora anima as noites de Vilhena e região há quase 25 anos: transmissão será no Youtube da Prefeitura

O Projeto Culture-se, da Fundação Cultura de Vilhena (FCV), receberá em seu palco nesta quinta-feira, dia 18, a cantora intérprete Meire Cabianchi, que anima as noites de várias casas de shows de Vilhena e região há quase 25 anos. A transmissão acontece a partir das 20h no Youtube da Prefeitura: www.youtube.com/prefeituradevilhena.

A participação em tempo real será feita pelo WhatsApp 98148-4339. Será possível fazer contribuições em dinheiro à artista e também doações de alimentos e itens de higiene para serem distribuídos a famílias em dificuldade neste momento de pandemia da covid-19. Todos os artistas que desejarem fazer parte da programação devem entrar em contato e se inscrever através do número citado.

Além de Meire, já estão agendados para as lives do Culture-se diversos artistas até meados de agosto: a dupla de músicos Thalys Guarnieri e Hugo Vinicius (25/06), o músico João Victor (02/07), o músico Luis Lopes (09/07), o músico Cleitinho (16/07), a banda Suzy e os Galáticos (23/07), o bonequeiro Zaca Reis (30/07), a banda Chevy Zero (06/08) e a cantora Kátia Valléria com convidados (13/08).

Paranaense de nascimento, mas rondoniense de coração, Meire, influenciada pelo avô, participou e venceu vários festivais de músicas em todo o Estado desde os 5 anos de idade. Por 11 anos cantou na Banda Mitos, a qual ela mesma considera ter sido sua escola musical.
“Sou uma cantora e a minha vida é cantar. Cresci cantando nas noites, sendo em banda ou agora carreira solo. Amo fazer o que faço e sou cantora por profissão. Essa oportunidade de cantar no Culture-se é, para mim, um momento de matar a saudade dos palcos nesse momento em que a pandemia nos faz ficar em casa e, principalmente, é um momento onde eu posso levar animação com sempre faço, desta vez a quem está em casa”, afirma Meire.
Kátia Valléria destaca o alcance do projeto e o objetivo da iniciativa, realizada em parceria com a cooperativa de crédito Sicoob Credisul, que cede o espaço e equipamentos de som, e com a Secretaria Municipal de Comunicação, responsável pelo trabalho técnico, pela divulgação e apoio.

“Cada semana com um artista diferente dentro dos vários segmentos da cultura vilhenense estamos levando esse projeto de registro e difusão da Cultura local a milhares de pessoas. Temos internautas participando até mesmo de outros estados e países. Agradeço a todos os colaboradores e artistas que nos apoiam na disseminação das mais diversas manifestações artísticas da cidade”, garante a presidente da FCV, Kátia Valléria.

 

Corinthians anuncia a contratação do atacante Jô até o fim de 2023

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Após duas temporadas no Japão, jogador volta aos 33 anos para a terceira passagem pelo Timão

Acabou a espera: o atacante Jô está de volta ao Corinthians. Aos 33 anos, o jogador fechou contrato de três temporadas e meia com o Timão, até o fim de 2023, e foi anunciado nesta quarta-feira como novo reforço do clube.

Será a terceira passagem de Jô pelo Corinthians, clube no qual foi revelado no início deste século.

Para anunciar o retorno do atacante, o Timão fez uma brincadeira nas redes sociais e também divulgou uma foto de Jô na infância com a camisa do clube.

As negociações entre o clube e o atleta vinham se arrastando já há algumas semanas e foram concluídas na noite da última terça-feira.

Jô estava livre no mercado depois de rescindir contrato com o Nagoya Grampus. Ele defendeu o clube japonês nas últimas duas temporadas, logo depois de deixar o Timão como campeão brasileiro em 2017.

O atacante chega dias depois do Corinthians a saída de Vagner Love. Ele estava próximo de voltar ao CSKA, da Rússia, e rompeu amigavelmente o vínculo que tinha com o Timão. Porém, agora tem o futuro incerto.

O novo reforço corintiano disputará espaço com Mauro Boselli. O argentino foi o titular absoluto de Tiago Nunes nos primeiros 14 jogos disputados em 2020.

Formado nas categorias de base do Timão, Jô ficou até 2005 na equipe, sendo campeão paulista em 2003 e brasileiro em 2005. Em 2017, ele voltou e também foi campeão dos dois torneios.

Desde o começo desta temporada, quando ficou mais evidente que Jô não teria espaço com o técnico italiano Massimo Ficcadenti, o Corinthians passou a acompanhá-lo de perto. O fato de já contar com Mauro Boselli e Vagner Love (até então) no elenco não impediu a diretoria alvinegra de tentar a contratação de mais um atacante.

No Japão, Jô teve duas temporadas regulares em número de jogos, mas oscilou em gols. Confira:

  • 2018: 37 partidas ( 31 como titular) e 24 gols marcados.
  • 2019: 37 partidas (32 como titular) e 8 gols marcados.

A última partida de Jô foi em 7 de dezembro do ano passado. Já são mais de seis meses sem atuar.

AJUFE Mulheres debate educação à distância, desigualdades e desafios da inclusão digital

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A terceira edição do webinar “Perspectivas de Gênero e Pandemia”, promovido pela Comissão Ajufe Mulheres, acontece amanhã, 18/6, e irá debater como o distanciamento social gera impactos na educação, na rotina de professores, mães/pais e alunos, aprofundando desigualdades em razão de obstáculos à inclusão digital.

O encontro virtual conta com a participação de Denise Carreira (USP/Ação Educativa), Janaína Penalva (UNB), Bruno Rocha (ADUFC) e Sandra Marcelino (PUC/RJ), sob mediação da juíza federal Valéria Caldi.

Para assistir, clique aqui.

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TRANSPOSIÇÃO: CEEXT pede complementação de documentos de servidora rondoniense

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A Comissão Especial dos Ex-Territórios Federais de Rondônia, do Amapá e de Roraima (CEEXT) publicou a Ata nº 21 pedindo complementação de documentos de 4 servidores do Estado.

A CEEXT também ratificou processos de 19 servidores de Rondônia. Estes servidores devem estar atentos as suas notificações e, em seguida, devem enviar a Declaração de Concordância ou Recurso Administrativo, conforme for o caso.

VEJA O NOME DOS SERVIDORES ABAIXO:


Sintero

Senado deve votar MP que reduz contribuições de empresas ao Sistema S

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O Senado deve votar em breve a Medida Provisória 932/2020, que reduz, por conta da pandemia de covid-19, as contribuições devidas pelas empresas para financiar o Sistema S. A matéria foi aprovada pela Câmara dos Deputados na terça-feira (16).

O Sistema S reúne um conjunto de entidades privadas vinculadas ao sistema sindical patronal responsável por aplicar recursos na formação profissional e na prestação de serviços sociais aos trabalhadores. As entidades são mantidas pelas contribuições, pagas compulsoriamente pelos empregadores, que incidem sobre a folha de salários com alíquotas variadas.

A MP original determina um corte de 50% dessas contribuições nos meses de abril, maio e junho, mas o projeto de lei de conversão aprovado pela Câmara dos Deputados restringe o corte aos meses de abril e maio, mantendo as contribuições no valor cheio em junho.

A medida alcança as contribuições cobradas pelas seguintes entidades: Sescoop (setor de cooperativas), Sesi e Senai (indústria), Sesc e Senac (comércio), Sest e Senat (transporte) e Senar (rural).

Para o Sescoop as empresas pagarão 1,25% em abril e maio; para o Sesi, Sesc e Sest, o devido será de 0,75% nesses dois meses; e para Senac, Senai e Senat, a alíquota será de 0,5% nesse período.

Setor rural

No setor rural, a redução de 50% também vai recair sobre o devido em abril e maio. Nesse período, o índice sobre a folha vai ser de 1,25% e sobre a comercialização de 0,125% e 0,1%.

Setor marítimo

A Câmara aprovou reduções não previstas pela MP original para as contribuições devidas pelas empresas de navegação marítima, fluvial ou lacustre; de serviços portuários; de dragagem e de administração e exploração de portos.

Como o prazo do pagamento de maio já passou, a alíquota será zerada em junho. A redução média nos três meses será de 33%. A contribuição normal é de 2,5%.

Além disso, a partir de julho, empresas de administração portuária, de operações de terminais e de agenciamento marítimo passam a recolher essas contribuições em favor do Serviço Social do Transporte (Sest) e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat) para serem aplicadas em atividades ligadas ao ensino profissional de transporte marítimo, fluvial ou lacustre. Atualmente, essas contribuições são destinadas ao Fundo de Desenvolvimento do Ensino Profissional Marítimo.

Sebrae

Quanto ao Sebrae, a Câmara manteve a determinação de o serviço repassar ao Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe) metade do que recebe com a arrecadação do adicional de 0,3% cobrado sobre as alíquotas do Sistema S. Isso vai valer para os meses de abril, maio e junho. Atualmente, esse valor tem diversas destinações.

Fonte: Agência Senado

Reunião entre TSE, Câmara, Senado e especialistas em Saúde discute adiamento das eleições

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Encontro virtual revelou consenso pela prorrogação da data em algumas semanas devido ao enfrentamento da pandemia do coronavírus

Na manhã desta terça-feira (16), autoridades e especialistas em saúde participaram de uma reunião virtual para discutir a necessidade de adiamento das Eleições 2020 em razão da pandemia causada pelo coronavírus (Covid-19).

Entre os participantes, houve um consenso pelo adiamento do pleito por algumas semanas, garantindo que seja realizada ainda este ano, em data a ser definida pelo Congresso Nacional com base em uma janela que varia entre os dias 15 de novembro e 20 de dezembro.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, destacou que “esse foi um encontro interessante entre ciência, direito e política com a proposta de encontrarmos a melhor solução para o país”. Ele afirmou ainda que a palavra final é do Legislativo, que deve deliberar para conciliar as demandas da saúde pública com a democracia.

A discussão contou também com a participação do vice-presidente da Corte, Edson Fachin, do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, do Senado Federal, Davi Alcolumbre, e de renomados médicos e cientistas como David Uip; Clovis Arns da Cunha; Esper Kallás; Ana Ribeiro; Roberto Kraenkel; Paulo Lotufo; Gonzalo Vecina; e Atila Iamarino. Também participaram diversos líderes partidários das duas Casas do Congresso Nacional.

Cada especialista fez intervenções curtas, de três a cinco minutos cada, para falar do quadro atual e da perspectiva para os próximos meses em relação à evolução e ao controle da doença. Em cada manifestação, os médicos reforçaram as características únicas desse vírus, que acomete principalmente os mais vulneráveis e com limitadas opções de tratamento. Eles destacaram que esta não é uma gripe como outras que já surgiram, principalmente porque atinge rapidamente os órgãos e tem alto índice de mortalidade.

O médico David Uip, por exemplo, pontuou que o Brasil é um país continental e, por essa razão, a doença se manifesta de forma heterogênea dependendo de cada região. Entre as sugestões apresentadas para além do adiamento do pleito, há a possibilidade de horários estendidos para a votação, definição de horários específicos para população vulnerável, treinamento e simulação sobre medidas de higiene para todos que vão trabalhar e aumento dos locais de votação para evitar aglomerações.

Parlamento

O presidente do Senado fez questão de ressaltar a importância do significado desse encontro para debater o adiamento das eleições e afirmou que “instituições que têm responsabilidade em momentos históricos como o que estamos vivendo têm a consciência de que essa decisão necessariamente precisa ser em conjunto”.

Segundo Alcolumbre, há um significado simbólico no fato de ouvir os representantes do povo, o que demonstra o respeito do TSE pelo Parlamento ao envolver todos nessa discussão desde o ponto de partida até a solução. Alcolumbre também registrou seu agradecimento à Justiça Eleitoral principalmente pelo comprometimento e pela valorização da ciência.

“Ouvir a medicina e profissionais de saúde é fundamental”, disse ele, ao exaltar que a união entre ciência, Poder Legislativo e Poder Judiciário na construção de alternativas para cuidar da vida dos brasileiros fortalece a democracia e garante que as eleições serão realizadas com segurança.

O presidente da Câmara, por sua vez, reforçou que, acima dos interesses políticos envolvidos nas eleições, deve estar o bem comum. “Nós temos que pensar no bem de todos e garantir a saúde da população”, afirmou.

Outros parlamentares das duas casas fizeram suas exposições com base nas informações das regiões que representam e apontaram sugestões a serem analisadas.

Considerações finais

Barroso afirmou que o objetivo maior dessa reunião é colher informações técnicas e científicas a respeito do adiamento. Segundo ele, o ideal é que essa definição seja feita até o dia 30 de junho, em virtude do calendário eleitoral. Ele falou da possibilidade de criação de uma cartilha de orientação para eleitores e mesários sobre como se comportar no dia da votação.

Ele também destacou as discussões que estão sendo analisadas no âmbito da Justiça Eleitoral, tais como a possibilidade de suspensão da identificação do eleitor por meio da biometria para diminuir o contato físico entre os envolvidos.

Além disso, o presidente do TSE lembrou que realizar a votação em dois dias implica em um gasto extra de cerca de R$ 180 milhões. Os custos são relativos à alimentação de mesários e à atuação de militares para garantir a segurança das urnas nos locais de votação de um dia para outro, por exemplo.

Já o ministro Edson Fachin afirmou que práticas democráticas são imprescindíveis, especialmente nas crises e emergências. Para ele, manter a condição de normalidade possível às eleições periódicas faz bem para a saúde da democracia. “A Justiça Eleitoral estará à disposição da sociedade brasileira para levar a efeito um processo eleitoral com a normalidade possível e com toda legitimidade”, disse.