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Documentos de registro e transferência de veículo serão digitais

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A medida passa a valer a partir desta segunda-feira (4) e visa a facilitar a vida do cidadão

Para simplificar e desburocratizar a vida do cidadão brasileiro, passa a valer a partir desta segunda-feira (4) a digitalização do Certificado de Registro de Veículo (CRV), do Certificado de Licenciamento Anual (CLA) e do comprovante de transferência de propriedade (antigo DUT). A mudança entra em vigor com a Resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) publicada também nesta segunda.

O CRV e o CLA agora serão integrados ao Certificado de Registro de Licenciamento do Veículo (CRLV-e) e o DUT se desvincula do CRV e se transforma na Autorização para Transferência de Propriedade do Veículo (ATPV-e). Segundo o Contran, a medida vale para veículos registrados a partir desta segunda. Documentos expedidos antes disso, impressos em papel-moeda verde, continuarão valendo.

Para o diretor-geral do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e presidente do Contran, Frederico Carneiro, a digitalização dos documentos de registro e transferência de veículo visa a facilitar o serviço à população. “O propósito é trazer mais simplificação, facilidade e redução de custo para o cidadão. Esse é o processo de transformação digital que o Denatran vem imprimindo nos serviços de trânsito”, afirmou.

Ainda de acordo com o diretor, em breve nenhum órgão de trânsito utilizará mais o papel-moeda, gerando economia para o país.

O CRLV-e estará disponível em formato digital após a quitação de todos os débitos, no aplicativo da Carteira Digital de Trânsito, pelo celular, no portal do Denatran ou pelos canais de atendimento dos Detrans. O proprietário de veículo também poderá imprimir o documento em papel A4 comum, branco, que terá o QR Code de segurança, válido para fiscalização.

Mudanças

Para quem ainda possui o documento de registro e a autorização para transferência de propriedade (popularmente conhecido como DUT) em papel-moeda, ou seja, para os veículos registrados antes de 2021, nada muda. Quando esse proprietário for vender o veículo, segue o mesmo procedimento atual: preenche o verso do documento com os dados do comprador, reconhece firma no cartório e, por fim, o comprador vai ao Detran para efetivar a transferência.

Já para os veículos registrados a partir do dia 4 de janeiro, o Detran expedirá somente o CRLV-e, em formato digital. A ATPV-e, que antes vinha em branco, no verso do documento, a partir de agora será expedida somente quando o proprietário for vender o veículo. Nessa ocasião, ele solicita junto ao Detran, presencialmente ou por meio de algum canal de atendimento digital, a expedição do documento de transferência, informando os dados do comprador. O Detran disponibiliza a ATPV-e preenchida e com o QR Code de segurança. A partir daí, o procedimento é o mesmo de antes: reconhecimento de firma no cartório e efetivação da transferência no Detran.

Serviços digitais

Desde março de 2019, o Governo Brasileiro já transformou 515 serviços em digitais. Com a impossibilidade de parte da população receber atendimento presencial em agências ou unidades do Governo, foram revistos cronogramas de entregas e priorizada a digitalização de serviços.

Hoje, dos 4 mil serviços do Governo Federal, 2,6 mil já estão digitalizados. Entre eles, 1.084 foram nos últimos 24 meses, como a Carteira de Trabalho Digital e a Carteira Digital de Trânsito. Os dois serviços são os aplicativos de governo mais solicitados pela população brasileira.

Infraestrutura, Trânsito e Transportes

Fies oferecerá 93 mil vagas para financiamento estudantil em 2021

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Fundo de Financiamento Estudantil,Fies

O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) vai oferecer 93 mil vagas em 2021. Com isso, o aporte financeiro do Ministério da Educação (MEC) será de R$ 500 milhões para viabilizar as vagas. Esses números estão no Plano Trienal do Fundo de Financiamento Estudantil, publicado no último dia de dezembro.

O plano traz a previsão para os próximos três anos. Nesse período, serão ofertadas, no total, 279 mil vagas. O Fies é o programa do governo federal que tem como meta facilitar o acesso ao crédito para financiamento de cursos de ensino superior oferecidos por instituições privadas. Criado em 1999, ele é ofertado em duas modalidades desde 2018, por meio do Fies e do Programa de Financiamento Estudantil (P-Fies).

O período de inscrições para o processo seletivo do Fies para o 1º semestre de 2021 é do dia 26 até as 23h59 de 29 de janeiro de 2021. O resultado será divulgado no dia 2 de fevereiro. Para os pré-selecionados em chamada única, o prazo para complementar a inscrição é de 3 a 5 de fevereiro.

Os candidatos não pré-selecionados na chamada única do Fies podem disputar uma das vagas ofertadas por meio da lista de espera. Todos os não pré-selecionados na chamada única serão, automaticamente, incluídos na lista de espera. A convocação por meio da lista de espera ocorrerá de 3 de fevereiro até o dia 18 de março de 2021.

Edição: Aline Leal

Caixa divulga calendário de pagamentos do Bolsa Família em 2021

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Fila para entrada em agência da Caixa, em Brasília.

Responsável por operar o Bolsa Família, a Caixa Econômica Federal divulgou hoje (4) o calendário de pagamentos do benefício social para 2021. Em janeiro, o pagamento será feito entre os dias 18 e 29.

Programa com 14 milhões de famílias inscritas, o Bolsa Família paga os beneficiários conforme o dígito final do Número de Identificação Social (NIS). Os depósitos ocorrem sempre nos dez últimos dias úteis de cada mês.

Confira o calendário de pagamento para todos os meses do ano na tabela abaixo:

Calendário do Bolsa Família 2021

Em dezembro, a Caixa começou a migração dos beneficiários que ainda sacam o Bolsa Família exclusivamente com o Cartão Cidadão para a conta poupança social digital. Usada no pagamento do auxílio emergencial, a conta poupança permite o pagamento de boletos e de contas domésticas (como água, luz e gás).

A conta poupança digital também permite a realização de compras com cartão de débito virtual pela internet e com código QR (versão avançada do código de barras) em lojas físicas com maquininhas de estabelecimentos parceiros. A poupança digital permite até três transferências gratuitas por mês para qualquer conta bancária.

Segundo o cronograma divulgado no fim do ano passado, os beneficiários com NIS de finais 9 e 0 começaram a receber o Bolsa Família pela conta poupança social digital em dezembro. Em janeiro, o pagamento pela plataforma passará a ser feito para os inscritos com NIS de finais 6, 7 e 8.

Em fevereiro, a Caixa abrirá contas poupança digitais para os beneficiários de NIS com finais 3, 4 e 5. Em março, será a vez dos inscritos com NIS de finais 1 e 2 e os Grupos Populacionais Tradicionais Específicos (GPTE), categoria que inclui indígenas, quilombolas, ribeirinhos, extrativistas, pescadores artesanais, comunidades tradicionais, agricultores familiares, assentados, acampados e pessoas em situação de rua.

Edição: Aline Leal/

Agência Brasil

De onde vem o que eu como: pecuaristas focam em gestão e testam até ‘sutiã’ para aumentar a produção de leite no país

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Brasil captou 34 bilhões de litros do alimento no ano passado, mas não está nem perto de Nova Zelândia e Israel em média diária. Queda no consumo de lácteos também é desafio.

O leite é uma das riquezas do campo do Brasil, está presente em mais de 1 milhão de propriedades rurais e em cerca de 99% das cidades do país.

Com faturamento de mais de R$ 40 bilhões em 2019, medido pelo índice de Valor Bruto da Produção (VBP) do Ministério da Agricultura, o setor produziu mais de 34 bilhões de litros de leite em 2019.

A pecuária leiteira é uma atividade pulverizada, espalhada de pequenos a grandes criadores, e, por ter essa dimensão, um dos principais desafios é conseguir produzir mais litros de leite por animal para que a renda obtida consiga manter essas pessoas no campo.

Algumas iniciativas já existem, como um projeto que capacita técnicos agrícolas a melhorar a gestão em fazendas produtores de leite.

É gente que busca inovar, como uma criadora que está desenvolvendo uma espécie de ‘sutiã’ para as vacas com o objetivo de garantir mais conforto para os animais e, assim, conseguir produzir mais.

O leite no Brasil — Foto: Arte G1

O leite no Brasil — Foto: Arte G1

O uso da tecnologia, porém, ainda não é uma realidade para todos os criadores do país. Geraldo Borges, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de leite (Abraleite), explica que o país tem uma média de produção muito baixa ainda: 5 litros de leite por animal ao dia.

Enquanto isso, a Nova Zelândia, uma das referências mundiais na atividade, produz cerca de 15 litros diariamente, e Israel chega até 32 litros diários usando técnicas mais intensivas de criação.

“Há que se considerar que o leite produzido no Brasil vai desde o extrativismo até uma produção altamente tecnificada e, quanto menos tecnificação e gestão, menor a produtividade. Nós precisamos evoluir neste sentido”, diz.

 

O dirigente afirma que o apoio do governo que os produtores necessitam é em investimentos para que as Ater’s, empresas públicas focadas em assistência técnica rural, consigam atender mais e melhor os criadores.

“Precisamos de uma intervenção pública para que os pequenos produtores tenham mais assistência técnica, pois eles não têm condições de contratar uma. É papel cobrar dos governantes que não exista sucateamento dessas Ater’s”, explica Borges.

Existem também outros desafios para a atividade leiteira, como estimular o aumento ao consumo de lácteos e a concorrência com produtos vegetais (leia mais abaixo).

O balde meio cheio

 

Se o que não falta é desafio, pelo menos existem projetos que “correm” atrás de soluções. Um deles é o Balde Cheio, desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e que existe há mais de 20 anos.

A iniciativa surgiu em 1998, na unidade da Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos, no interior de São Paulo. Na época, o pesquisador Artur Chinelato dava palestras pelo país para incentivar os criadores a produzirem mais e com mais qualidade.

Após uma apresentação no município de Quatis (RJ), ele foi surpreendido por um pecuarista.

“Um produtor chegou e pediu ajuda. ‘Muito legal a ideia, mas como eu vou fazer? Vontade eu tenho, mas não sei como’. A Embrapa é empresa de pesquisa, não de assistência técnica, mas pensei que precisava fazer alguma coisa.”

 

Foi a partir disso que foi criado o Balde Cheio.

Chinelato, o idealizador, explica que o objetivo do projeto é treinar e capacitar técnicos agrícolas para as boas práticas na produção de leite, para que depois ele ajude o pecuarista na tomada de decisão e, claro, a ter mais produtividade.

“É um trabalho social, de recuperação de pequenas propriedades, é uma metodologia que serve para qualquer um”, afirma.

“Existe todo um processo de recuperação. A situação começa dramática, com pessoas e animais passando fome”, diz André Novo, coordenador do Balde Cheio.

Novo explica que, após a situação difícil, a transformação começa a ocorrer aos poucos, mas ele lembra de que os resultados também não são imediatos, afinal a mudança é profunda na forma como o pecuarista produz. “Não é uma receita de bolo”, acrescenta.

A metodologia passa por conceitos básicos da produção de leite, como manejo de pastagem, reprodução dos animais e genética. “É como se fosse um curso de aperfeiçoamento do técnico”, explica Chinelato.

Já para o produtor de leite, para participar do programa, ele deve seguir algumas tarefas. Não existe contrato ou imposição, todos os passos são combinados entre o técnico e o criador.

A sugestão é que o pagamento do profissional seja o valor de um dia por mês da produção de leite, para que, assim, técnico e criador se motivem a buscar mais litros por animal.

“O que a gente pede é para que o pecuarista faça exames de brucelose e tuberculose nos animais, porque nenhuma empresa de pesquisa pode trabalhar com animais doentes”, afirma Chinelato.

Atualmente são mais de 400 técnicos em preparação pelo país e mais de 1.600 propriedades atendidas pelo Balde Cheio.

 

Uma delas é do criador Claudinei Saldanha Júnior, que tem uma fazenda de 26 hectares em Itirapina (SP). Formado em administração e filho de produtor rural, ele começou na atividade em 2005 e, após ter um primeiro ano ruim, logo decidiu procurar o projeto da Embrapa.

“De 2006 para 2007 já sentimos a necessidade de ajuda técnica, procurei o André (Novo) e a ajuda da Embrapa”, relembra. Saldanha Júnior considera que a entrada no projeto foi um “divisor de águas”.

Ele afirma que aprendeu a gerir melhor o fornecimento de alimentos para o animais, produzir um pasto de qualidade e trabalhar para melhorar a genética dos animais, cruzando vacas e touros mais produtivos.

“O produtor, por já ter o trabalho no dia-a-dia, ele por si só vai relaxando. Por isso que eu acho necessária a assistência técnica, porque ela te norteia e te coloca para a frente”, diz o pecuarista.

 

Após os primeiros anos contando com ajuda do Balde Cheio, Saldanha Júnior decidiu converter a produção para a de leite orgânico em 2013 (ele explica no vídeo abaixo). Incentivado por um comprador local em busca deste tipo de alimento, foi um dos pioneiros da região.

A produção de leite orgânico exige que os pecuaristas não utilizem nada químico na atividade. Ou seja, as pastagens devem ter apenas adubos naturais e pesticidas biológicos, sem uso de medicamentos veterinários, apenas tratamentos homeopáticos.

É uma atividade que exige mais tratos, mais custos e menos produtividade, mas o valor ofertado costuma valer a pena.

 

Como são poucos, os laticínios buscam ajudar os pecuaristas a ingressarem nesse nicho, que é enxergado com grande potencial. O mercado de alimentos orgânicos movimenta cerca de R$ 3,5 bilhões por ano.

Atualmente o criador é um dos quase 40 produtores do interior de São Paulo que fornecem leite orgânico para uma multinacional do setor.

Mesmo com o apoio da gigante, Saldanha Júnior não deixa de trabalhar em parceria com a Embrapa. Ele é um dos primeiros a testar novas iniciativas dos pesquisadores e pede a ajuda deles para algumas tomadas de decisão.

A última foi a decisão de construir um galpão para aplicar a técnica conhecida como “compost barn”, que seria uma espécie de grande celeiro para que as vacas possam descansar e se alimentar livremente. A iniciativa é focada no bem estar dos animais para que, mais relaxados, possam produzir mais.

“Foi um investimento que exigiu 2 vezes o faturamento mensal, fizemos sem nenhum financiamento, só gestão. E, após 6 meses para construir o galpão, estamos com ele funcionando há cerca de 30 dias já”, diz.

Após cerca de 15 anos no projeto, Saldanha Júnior saiu de uma produção diária de 300 litros de leite convencional ao dia para cerca de 900 litros por dia de leite orgânico, que exige mais cuidados e costuma ter uma produtividade menor. São 55 vacas em lactação atualmente de 66 e, somando com bezerros e novilhas, são 96 animais no total.

“São várias histórias de recuperação da autoestima. Existem propriedades com dificuldades muito grandes, é tirar o sujeito da lama”, diz Artur Chinelato.

 

“Se você não conseguir êxito, essa pessoa vai abandonar a propriedade, morar numa periferia de cidade e, pelo baixo grau de instrução, vira mão de obra barata e passa a viver infeliz na cidade”, acrescenta.

 

O projeto, que conta com o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) em diversos estados, conquistou outros países e técnicos de Equador e Colômbia também já foram treinados pela Embrapa.

‘Sutiã’ para vaca

 

Outro desafio da produção agropecuária no país é a busca por novas técnicas. Uma delas está sendo testada no Sul de Minas Gerais e é bem inusitada: um “sutiã” para vacas.

“No começo, achavam que era apenas uma coisa de menina, carinho demais, coisa de mulher, mas não é assim… tem um porquê”, explica a produtora de leite e doutora em ciência animal Eveline Zuniga.

 

O motivo é que o acessório ajuda no bem estar de vacas mais velhas ou das que tiveram bezerros recentemente e perderam a sustentação da linha do úbere, que é a região onde ficam os tetos da vaca.

Sem essa sustentação, fica desconfortável para as vacas andarem, os tetos ficam mais expostos a doenças e o animal perde produtividade.

A ideia, então, é que esse “sutiã” dê mais conforto e, assim, o animal consiga entregar mais leite. Em situações normais, o produtor mandaria essa vaca para o abate.

“Esse sustentador serve para ajudar os animais mais velhos. Isso permite ao produtor não ter que descartar a vaca. Tem situações que, em 3, 4 lactações, esse problema ocorre e o produtor precisa descartar o animal, e a gente não quer fazer isso”, explica.

 

Eveline conheceu a técnica em 2019, durante viagem à Islândia. Ao ver um animal com o acessório, ficou curiosa e pediu explicações para a proprietária. Decidiu levar um exemplar para testar na propriedade da família, localizada no município de Serrano.

Após alguns testes, decidiu reproduzir o sutiã e depois criou um terceiro protótipo. A dificuldade, explica ela, está em encontrar os materiais certos, já que ele não pode enferrujar, não pode esquentar muito e ainda ser resistente à rotina da vaca.

A ideia é, após finalizar os testes, começar a vender o acessório para outros pecuaristas.

“É a nossa ‘Cow’s Secret’ (em referência à famosa marca de lingeries Victoria’s Secret).”

 

Eveline também quer levantar os números de produtividade para mostrar para os criadores que vale à pena investir no “sutiã”. Mas ressalta que ele não é a solução de todos os problemas, só atende a um problema específico da vaca.

“O sustentador não faz milagre, não adianta usar em animais que não são bons geneticamente, ele não corrige isso. Não é para todos os animais”, explica.

Ela destaca ainda que não existe comprovação científica de que o acessório cure a mastite, que é uma das principais doenças da vaca, mas relata que, ao não esfregar os tetos no chão, o animal consegue pelo menos diminuir o risco de infecções no local.

Vaca utilizando o 'sutiã' para ajudar na sustentação do úbere — Foto: Fazenda Zuniga/Divulgação

Vaca utilizando o ‘sutiã’ para ajudar na sustentação do úbere — Foto: Fazenda Zuniga/Divulgação

Para a ordenha, a criadora explica que o sustentador possui hastes ajustáveis e que fáceis de retirar, então não é algo que demanda muito tempo do funcionário.

Outra preocupação é com a adaptação dos animais. Eveline disse que, no começo, as vacas estranham, mas que isso não dura muito.

“Vaca gosta de rotina e, se você mudar a rotina, ela ‘esconde o leite’, mas a adaptação pode demorar cerca de 12 horas, depende muito do animal. Quanto mais tranquilo, mais rápido”, diz.

Desafio do consumo

A busca por produtividade e renda na atividade do leite é constante, mas de nada adianta ter mais alimento no mercado se não houver consumidor.

Desde de 2015, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da USP (Cepea) vem relatando queda no consumo de produtos lácteos.

O motivo foram as crises econômicas no período. Como iogurtes e queijos, por exemplo, são considerados “artigos de luxo” na alimentação, muitas famílias abriram mão desses produtos.

Incentivar o aumento do consumo é um dos objetivos dos produtores de leite — Foto: CNA/Divulgação

Incentivar o aumento do consumo é um dos objetivos dos produtores de leite — Foto: CNA/Divulgação

Um alento para o setor foi o aumento do consumo das famílias nos lares durante a pandemia de Covid-19.

De acordo com levantamento feito pela Embrapa junto com a Abraleite mostrou crescimento na procura por queijos, iogurtes, manteiga, leite condensado, leite longa vida e leite em pó durante o período de isolamento social.

“Nós temos uma perspectiva de crescimento no consumo, mas depende da economia ir bem, para que o consumo aumente e trabalhar mais o marketing do leite, que é um dos investimentos que estamos planejando para o ano que vem”, diz Geraldo Borges, da Abraleite.

 

Um terceiro passo é conseguir apoio do governo federal para baratear a entrada de equipamentos mais modernos para a produção. A ideia do setor é ter mais competitividade para conseguir se tornar exportador.

Por fim, outro desafio que preocupa a atividade é a concorrência com os chamados “leites veganos”, que são aqueles a partir de nozes e castanhas, por exemplo.

A Abraleite tenta na Câmara dos Deputados e com o governo federal criar uma lei que proíba que esses produtos utilizem nomes ligados a produtos lácteos, como leite, queijo, manteiga e afins.

“Isso gera confusão na cabeça do consumidor”, argumenta Borges.

Apesar de um cenário de desafios pela frente, quem é produtor de leite se considera um apaixonado pela atividade. Eveline Zuniga, que começou na atividade há 20 anos com o pai João Carlos, diz que só com amor para seguir em frente.

“Se você não tem paixão pelo leite, você não continua. Muitos amigos acabam desistindo, seja pelo custo, pelo tempo. É uma atividade que não tem descanso, de domingo a domingo a vaca está dando leite do mesmo jeito. É um trabalho apaixonante, mas requer investimentos”, lembra Eveline Zuniga.

 Por G1

Itamaraty negocia importação de vacinas da Índia, diz Fiocruz

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Mais cedo, Instituto disse que a Índia não iria permitir a exportação da vacina de Oxford produzidas no país asiático. Fiocruz anunciou compra de doses no domingo para início da vacinação no Brasil.

A Fiocruz disse na tarde desta segunda-feira (14) que o Ministério das Relações Exteriores está a frente das negociações relacionadas à importação das doses prontas das vacinas da Índia.

Depois da nota divulgada pela fundação, o Itamaraty também se manifestou. “As autoridades sanitárias de Brasil e Índia estão em contato para viabilizar a importação da vacina desenvolvida pela parceria AstraZeneca/Universidade de Oxford, fabricada pelo Serum Institute of India (SII). Como ocorreu em outras ocasiões, a Embaixada do Brasil em Nova Delhi está facilitando o diálogo entre as partes para a pronta conclusão das negociações”, diz o texto do Ministério das Relações Exteriores.

Neste domingo, o chefe do Instituto Serum, fabricante contratado para produzir 1 bilhão de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca para países em desenvolvimento, disse que o governo indiano não vai permitir a exportação do imunizante deste tipo produzido no país asiático.

Esse é o mesmo fabricante que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou, no domingo, ter fechado contrato para a aquisição de doses da vacina. Ainda não está claro como a decisão pode afetar as entregas.

A Fiocruz disse em nota que o Ministério das Relações Exteriores está a frente das negociações relacionadas à importação das doses prontas das vacinas da Índia. O G1 entrou em contato com o Itamaraty e, até a última atualização desta reportagem, não obteve resposta.

As exportações serão barradas até que a população mais vulnerável da Índia seja imunizada, disse o presidente do Instituto Serum, Adar Poonawalla, em entrevista à agência de notícias Associated Press. Ele disse também que a empresa foi impedida de vender suas doses para organizações privadas.

“Só podemos dar (as vacinas) para o governo da Índia no momento”, disse Poonawalla.

 

O presidente da fabricante disse em outra entrevista à agência Reuters que as exportações poderão ser feitas apenas depois de garantir 100 milhões de doses para o governo indiano – o que pode atrasar as entregas para outros países em até dois meses.

“O governo indiano só quer garantir que as pessoas mais vulneráveis ​​do país recebam primeiro – eu endosso e apoio totalmente essa decisão”, disse ele.

G1 entrou em contato com o Instituto Serum e com a Embaixada da Índia no Brasil e assim que tiver uma resposta sobre como as restrições podem afetar a importação brasileira atualizará nesta reportagem.

Por G1

Vice-prefeita Patrícia da Glória tem sintomas de covid-19 e está em observação na Central em Vilhena

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Vice-prefeita Patrícia da Glória tem sintomas de covid-19 e está em observação na Central em Vilhena

Com cerca de 40% do pulmão comprometido, Patrícia está na Enfermaria aguardando exames

A assistente social e vice-prefeita de Vilhena Patrícia da Glória está em observação na tarde desta segunda-feira na Central de Atendimento à Covid-19 com análise clínica de caso suspeito para o novo coronavírus com diversos sintomas característicos da doença. Ela aguarda exames em sala com isolamento na Enfermaria e respira com apoio de catéter nasal de oxigênio.

De acordo com a direção do Hospital Regional de Vilhena, Patrícia deu entrada com falta de ar e saturação de oxigênio em 76% no sangue (o ideal é acima de 95%). A vice apresenta ainda febre, dor no corpo e perda do olfato. Exame de imagem revelou características de inflamação por covid-19 com comprometimento de 30 a 40% do pulmão de Patrícia.

Mesmo assim, o teste rápido apresentou resultado negativo. No entanto, como a paciente tem todos os sintomas da doença, o resultado indica que ela pode estar com uma infecção recente, com menos de sete dias, visto que o teste rápido só é eficiente a partir de sete dias de sintomas.

Assessoria

 

 

PM recupera motocicleta furtada em Colorado do Oeste

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Nenhum Suspeito foi preso.

A recuperação foi registrada na manhã desta segunda-feira, 04 de Janeiro, na Rua Pará, esquina com a avenida Xingu, em Colorado do Oeste.

Equipes da Polícia Militar recebeu informações de que no local havia uma motocicleta escondida em uma residência abandonada, diante disto, radiopatrulhas foram ao endereço.

 

No local, os militares encontraram a motocicleta Honda Biz 125, ano 2015 de cor prata, placa NDJ-9H86, que havia sido furtada na cidade, o furto foi registrado na madrugada do dia 29 de dezembro 2020, no bairro São José, no Conjunto Habitacional “Casinhas”, em Colorado do Oeste. Relembre o caso aqui )

Mediante aos fatos, a motocicleta foi apreendida e apresentada na Unidade Integrada de Segurança Pública (UNISP) mediante registro de ocorrência policial. A moto será restituída ao proprietário de origem.

Nenhum Suspeito foi preso.

 

Da Redação do Conesul Acontece

Após reunião com o Comitê, Prefeitura segue recomendações e vai tomar medidas restritivas em Vilhena para conter avanço da covid-19

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Número de novos casos positivos em Vilhena aumentou nove vezes, saindo de 30 por semana no início de novembro para 277 na última semana de dezembro

Na manhã desta segunda-feira o Comitê Gestor Municipal de Enfrentamento ao Coronavírus se reuniu por meio de videoconferência e debateu o aumento vertiginoso de casos positivos de covid-19 em Vilhena. Ficaram decididas novas medidas restritivas, que foram anunciadas há pouco pelo prefeito Eduardo Japonês e pelo secretário municipal de Saúde, Afonso Emerick, em coletiva de imprensa no auditório da Prefeitura.

As restrições também poderão ser adotadas pelas cidades do Cone Sul, que agora enviam seus pacientes para Vilhena, após recomendação do Ministério Público a ser feita nesta terça-feira. Entre as medidas propostas na reunião do Comitê, mas que ainda dependem de revisão do Comitê e publicação no Diário Oficial de Vilhena para terem efeito, estão: restrição no horário de circulação entre 23h e 5h, limitação de aglomerações em áreas de lazer a 16 pessoas no mesmo ambiente, vedação no funcionamento de atividades que envolvam contato físico prolongado ou aglomerações sem máscara, interdição de praças de alimentação e brinquedotecas, entre outros.

De acordo com Afonso, o número de atendimentos no posto de saúde Afonso Mansur aumentou muito. “Esse é o único postinho que funcionou nos feriados de Natal e Ano Novo, bem como nos fins de semana. Lá foram feitos mais de 200 atendimentos por dia a pessoas com sintomas de covid-19. Estamos ficando sem leitos disponíveis e, assim como o resto do Estado e do mundo, poderemos ver nossa Saúde colapsar se não respeitarmos como coletividade as regras de prevenção, que incluem uso de máscara o tempo inteiro, higienização constante das mãos e distanciamento social. A situação é gravíssima”, explica o secretário.

DADOS – Compilados pela Secretaria Municipal de Comunicação, os dados da pandemia em Vilhena mostram a evolução dos casos desde novembro, quando o município atingiu sua menor média diária de casos. Já no dia 15 de dezembro a curva da média móvel começou sua escalada que agora é considerada a “segunda onda” vilhenense.

Fica claro o aumento também ao se comparar o total de casos novos de novembro na cidade, que registrou 174 confirmados, contra os números de dezembro, quando foram diagnosticadas 635 pessoas com covid-19, um número quase quatro vezes maior. Na última semana de dezembro a média móvel de casos diários chegou a 39,6 contra apenas quatro ou cinco por dia em todo o mês de novembro.

Se considerados os números de novos casos por semana, a quantidade de novos confirmados em Vilhena aumentou nove vezes, saindo de 30 por semana no início de novembro para 277 no fim de dezembro.

Copa do Brasil-2021: Poderemos ter Porto Velho x Fortaleza no velho Aluizão

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A Copa do brasil 2020 ainda não terminou, mas a CBF já está fazendo os potes para sorteio da primeira fase 2021. O representante de Rondônia será a Locomotiva da Capital, Porto Velho F.C, e segundo o blogueiro Luiz Carlos Pereira do Blog “Umas e Outras, a equipe rondoniense poderá se confrontar com uma equipe de séria A, podendo ser o Fortaleza-CE.

Veja a postagem do blogueiro:

Isso é apenas uma suposição e, o pensamento positivo deste velho Blogueiro. Os potes para sorteio da Copa do Brasil de 2021 já tem 63 das 92 equipes. Segundo o Blog do Chico Pontes, publicado dia 31/12.

. 92 clubes

. 7 fases

. Início 13 de março

. Encerramento dia 27 de outubro

. Nas 1ª e 2ª fases – jogos únicos

. O Campeão da Copa Verde entra na 3ª fase

. Os potes: A, B, C, D, E, F, G e H.

. Se continuar

A x E

B x F

C x G

D x H

Os dois potes mais interessantes aqui para o estado de Rondônia, são: B e F

Pois o nosso Campeão PVH EC está no F e no B está o FEC…, podemos começar a torcer.

E que não troquem os potes, por favor.

 

Os potes do sorteio da Copa do Brasil 2021 (Foto: Divulgação)

Os potes do sorteio da Copa do Brasil 2021 (Foto: blogdochicopontes.com.br)

 

A equipe de Rondônia estará no pote

A equipe de Rondônia estará no pote “F” (Foto: blogdochicopontes.com.br)

Senado ajudou a frear tombo na economia sem ignorar cuidado com saúde

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“Não há uma escolha entre economia ou saúde. Só há um caminho: manter as pessoas com vida, e o Estado dar as condições para garantir a economia”. A fala do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, em abril do ano passado, após se recuperar da covid-19, resume e antecipa como seria a atuação que a Casa teria ao longo do ano passado para enfrentar a pandemia do novo coronavírus. Em 2020, o Senado não escolheu entre saúde e economia; em vez disso, aprovou uma série de medidas para frear os danos econômicos causados pela paralisação de empresas, sem ignorar o cuidado com os brasileiros.

Além do auxílio emergencial, que injetou cerca de R$ 300 bilhões na economia até o final de dezembro, conforme estimativa da Instituição Fiscal Independente (IFI), os senadores aprovaram uma série de medidas para mitigar os impactos da redução das atividades produtivas e estimular a economia — a maioria dessas medidas foi aprovada em sessões deliberativas remotas, para diminuir o risco de contágio com o novo coronavírus.

Pronampe

Um das medidas mais certeiras, na avaliação dos próprios senadores, foi a criação do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), em maio, por meio da Lei 13.999, de 2020, a partir de um projeto de lei (PL 1.282/2020) do senador Jorginho Mello (PL-SC).

O primeiro aporte (de R$ 15,9 bilhões, utilizados como garantia para R$ 18,7 bilhões em créditos) teve muita procura e acabou em menos de 30 dias por conta das condições atrativas do programa, com juros baixos, pagamento em 36 meses e carência de oito meses. Em setembro, o governo editou uma medida provisória (a MP 977/2020) que prevê um segundo aporte, de R$ 12 bilhões, para servir de garantia em operações de crédito no âmbito do Pronampe.

Nessas duas primeiras etapas, estimativa do Sebrae feita no início de dezembro apontava que mais de 470 mil contratos foram assinados e R$ 30 bilhões liberados para pequenos negócios afetados pela pandemia.

— Conseguimos construir um projeto, o Pronampe, uma grande linha de crédito inédita no país, com juros decentes, prazo longo e participação efetiva do governo. O Senado foi importante na aprovação dessa proposição, que virou a lei que já emprestou cerca de 30 bilhões no Brasil para milhares de empresas. Se não fosse o Pronampe, o desemprego seria muito maior e a quebradeira também — avaliou em dezembro Jorginho Mello, que também é presidente da Frente Parlamentar Mista da Micro e Pequena Empresa.

Em novembro, o Senado aprovou um terceiro aporte ao programa, na forma do substitutivo da senadora Kátia Abreu (PP-TO) a mais um projeto de lei de Jorginho Mello: o PL 5.029/2020. O texto autorizava a União a liberar R$ 10 bilhões como garantia de empréstimos. No mês seguinte, esse projeto foi aprovado na Câmara dos Deputados e, em 29 de dezembro, foi sancionado pelo presidente da República — transformando-se na Lei 14.115/2020. Bolsonaro vetou o trecho que se referia aos R$ 10 bilhões, mas em seguida editou uma medida provisória (a MP 1.020/2020) que libera esse mesmo valor.

Programa permanente

Diante do sucesso do Pronampe, o Senado aprovou em dezembro uma proposta que o transforma em programa permanente, com fontes de financiamento definidas. Essa medida foi incluída pela senadora Kátia Abreu no PL 4.139/2020 (ela foi a relatora desse projeto de lei, que aguarda votação na Câmara).

O texto prevê que, após o encerramento do estado de calamidade, o Pronampe seguirá regras a serem definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e será financiado por dotações orçamentárias, emendas parlamentares e doações privadas.

— Será um programa perene; nós o teremos para o resto da vida. São 7,5 milhões de micro e pequenas empresas no país que não vão ter que ficar chorando fórmulas, apenas recursos. Aí eu, Izalci Lucas, Jorginho Mello, Esperidião Amin, Confúcio Moura e todos os colegas vamos correr atrás, todos os anos, no Orçamento, para que coloquemos recursos no Pronampe, no Fundo Garantidor de Operações — disse Kátia Abreu durante a votação da proposta.

Além da nova configuração (após as mudanças introduzidas por Kátia Abreu), o PL 4.139/2020 transfere para o Pronampe recursos que foram destinados a outros programas emergenciais de crédito durante o estado de calamidade, mas que acabaram não sendo utilizados até o final de 2020. Esse, aliás, era o teor da versão original do projeto, apresentado pelo senador Confúcio Moura (MDB-RO).

Profissionais liberais

Parte dos recursos do Pronampe será utilizada na linha de crédito criada pela Lei 14.045, de 2020, que se destina aos profissionais liberais afetados pela pandemia. De acordo com essa norma, são considerados profissionais liberais “as pessoas físicas que exercem, por conta própria, atividade econômica com fins lucrativos, tanto de nível técnico quanto de nível superior”.

Advogados, corretores, arquitetos, contadores, psicólogos, músicos, fotógrafos e outros profissionais autônomos com formação técnica ou superior estão entre os beneficiados.

Essa lei teve origem no PL 2.424/2020, projeto de lei do senador Eduardo Girão (Podemos-CE).

Revisão de projeções

Na avaliação de Felipe Salto, diretor da Instituição Fiscal Independente, o Pronampe, o auxílio emergencial e outras ações do Senado ajudaram a aliviar a crise que se desenhava no início da pandemia. A IFI foi revisando as projeções de encolhimento do Produto Interno Bruto (PIB) conforme medidas emergenciais eram aprovadas pelo Congresso e os seus impactos sobre a economia eram constatados.

— A IFI havia apresentado, em novembro de 2019, um cenário que indicava crescimento da economia para 2020 da ordem de 2,2%. Quando a crise da covid-19 se abateu sobre o Brasil, em março, nós revisamos essas projeções nos meses subsequentes. Atualmente estimamos uma recessão de 5% para 2020. Ela é menor do que se chegou a projetar ao longo do ano. As expectativas foram se adequando à medida que ações foram sendo tomadas por parte do Legislativo e do Executivo no sentido de amenizar a crise sobre a renda e o emprego — explicou Felipe Salto em dezembro, durante entrevista à Agência Senado .

Peac Maquininhas

O Senado também aprovou outras ações específicas de apoio a empresas de micro, pequeno e médio porte. É o caso do Programa Emergencial de Acesso a Crédito (Peac), criado em junho por meio da Medida Provisória (MP) 975/2020. Após ser aprovada pelo Congresso com modificações, essa proposta foi convertida na Lei 14.042, de 2020.

O Peac Maquininhas, como ficou conhecido, é uma modalidade de crédito garantida por vendas com máquinas de pagamento digital. Destina-se a microempreendedores individuais (MEIs) e micros e pequenas empresas. A possibilidade de que essas empresas tomem até R$ 50 mil emprestados por meio do programa foi incluída na medida provisória durante sua tramitação na Câmara — e foi mantida pelo Senado.

Desoneração da folha

Para apoiar o setor produtivo durante a crise, o Senado analisou propostas como a MP 936/2020. Essa medida provisória, que permitiu a redução da jornada de trabalho e de salários durante a pandemia, foi aprovada pela Casa em junho e acabou sendo convertida na Lei 14.020, de 2020.

Durante a tramitação no Congresso, os parlamentares incluíram nessa MP a prorrogação da desoneração da folha de pagamento para empresas de 17 setores da economia até 2021. Ao discordar dessa iniciativa, o presidente Jair Bolsonaro chegou a vetar esse trecho, mas senadores e deputados derrubaram seu veto (VET 26/2020).

Outro exemplo de ação emergencial aprovada pelo Congresso é o Programa Emergencial de Suporte a Empregos (Pese), criado para ajudar as pequenas e médias empresas a pagarem a folha de salários durante a pandemia (Lei 14.043, de 2020, que teve origem na MP 944/2020).

Fiscalização

Para que esses recursos não ficassem apenas no papel, o senador Esperidião Amin (PP-SC) alertou por diversas vezes — durante as reuniões da comissão mista que acompanhou as medidas do governo federal de combate à pandemia — que a “caixa d’água estava cheia e a torneira pingando”. Ele avalia que a cobrança e a fiscalização do Senado foram importantes para fazer os recursos chegarem até quem mais precisava deles.

— A caixa d’água funcionou com precariedade, mas sob grande vigilância do Senado e da comissão mista, que agiram muito no sentido de cobrar e forçar a chegada do dinheiro, por exemplo, ao pequeno empresário — declarou o senador.

Para Esperidião Amin, “de um modo geral, o Congresso — e o Senado em particular — agiu de maneira competente para reduzir o tombo que o país sofreu e está sofrendo ao longo destes meses”. Ele destacou a importância de medidas como a aprovação da Emenda Constitucional 106 (o chamado “Orçamento de Guerra”) e a criação de várias linhas de crédito em parceria com o governo para dar liquidez à economia brasileira.

O senador Confúcio Moura (MDB-RO) foi o presidente da comissão que acompanhou as medidas do governo federal de combate à pandemia. Ele concorda com a avaliação de Esperidião Amin. Além disso, Confúcio afirmou que o governo federal vem tentando, mesmo que tardiamente, solucionar a crise provocada pela pandemia. E acrescentou que a cooperação foi fundamental para efetivar as ações emergenciais.

— Aprovamos nesta Casa propostas de suma importância para o país, como o auxílio emergencial, o Pronampe e mudanças na Lei de Falências. Para obtermos êxito, é preciso uma boa dose de cooperação mútua e menos burocracia, sem deixar de lado a fiscalização, que foi um papel importantíssimo desempenhado pela comissão mista — disse Confúcio Moura.

As mudanças na Lei de Falências a que o senador se refere tramitaram no Congresso sob a forma de um projeto de lei: o PL 4.458/2020. Após passar na Câmara em agosto, esse projeto foi aprovado pelo Senado em novembro. O presidente da República sancionou o texto, com vetos, na véspera de Natal, o que deu origem à Lei 14.112, de 2020.

As mudanças na Lei de Falências tratam do financiamento a empresas em recuperação judicial, de parcelamento e desconto para pagamento de dívidas tributárias, além de possibilitar aos credores apresentar plano de recuperação da empresa, entre outras medidas.

Turismo e eventos

O Senado aprovou ajudas específicas para alguns setores fortemente impactados pela crise do novo coronavírus. “Primeiro a fechar” e talvez “último a voltar a funcionar plenamente”, o turismo foi beneficiado com a MP 963/2020, medida provisória que autorizou a liberação de R$ 5 bilhões para o auxílio a empreendimentos turísticos. Aprovada sem mudanças pelos senadores, a MP foi promulgada em setembro, sendo transformada na Lei 14.051, de 2020.

Também passaram pelo Congresso outras iniciativas do governo federal para estancar as perdas do segmento turístico e regulamentar os direitos dos consumidores neste período atípico. É o caso MP 948/2020, medida provisória editada para detalhar regras de adiamento ou cancelamento de eventos, serviços ou reservas nos setores de cultura e turismo devido à pandemia. Aprovada pelos parlamentares, a proposta foi sancionada pelo presidente da República e transformada na Lei 14.046, de 2020.

Aviação

Um amparo às companhias aéreas e às concessionárias de aeroportos chegou ao Congresso por meio da Medida Provisória (MP) 925/2020, que regulamentou o reembolso e a remarcação de passagens de voos cancelados durante a calamidade, além do pagamento de tarifas e do fim do adicional de embarque internacional. O texto foi aprovado em julho pelos senadores e deu origem à Lei 14.034, de 2020.

Cultura

Entre as propostas para mitigar os efeitos do fechamento temporário de bares, teatros, cinemas e palcos, destaca-se a que deu origem à Lei 14.017, de 2020, que autorizou a liberação R$ 3 bilhões em auxílio financeiro a artistas e estabelecimentos culturais durante a pandemia de covid-19.

Essa lei teve origem no PL 1.075/2020, projeto de lei relatado pelo senador Jaques Wagner (PT-BA), que foi aprovado no início de junho. A lei também é chamada de “Lei Aldir Blanc”, em homenagem ao compositor carioca que faleceu no início de maio, vítima da covid-19.

Escolas privadas

Também fortemente impactadas pela pandemia de covid-19, as escolas privadas receberam a atenção dos senadores, que aprovaram em setembro um projeto de lei complementar (o PLP 195/2020) para criar o Programa Nacional de Auxílio às Instituições de Ensino da Educação Básica (Pronaieeb). Esse programa prevê auxílio financeiro às escolas privadas afetadas pela pandemia. O projeto é de autoria do senador Jorginho Mello (PL-SC) e teve como relatora a senadora Daniella Ribeiro (PP-PB). O texto aguarda votação na Câmara dos Deputados.

Agricultura

O Senado aprovou em maio o PL 1.543/2020, projeto de lei do senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR) que prorroga por 12 meses o pagamento das dívidas de agricultores familiares. O relator da matéria foi o senador Zequinha Marinho (PSC-PA). Esse projeto também aguarda votação na Câmara.

Orçamento de Guerra

Para fazer frente a auxílios, empréstimos e outras ações do governo contra os efeitos da pandemia, o Congresso Nacional flexibilizou regras fiscais, administrativas e financeiras e promulgou a emenda constitucional que instituiu o chamado Orçamento de Guerra (Emenda Constitucional 106, que teve origem na PEC 10/2020).

Essa emenda constitucional criou um regime extraordinário fiscal válido durante o período de calamidade pública. Também autorizou o Banco Central a comprar títulos de empresas privadas no mercado secundário (o objetivo seria garantir liquidez ao mercado de capitais). Além disso, a emenda permite processos mais rápidos para compras, obras e contratações de pessoal temporário e serviços.

Falso dilema

Assim como afirmou Davi Alcolumbre em abril, Esperidião Amin avalia que o Senado não se deixou levar pelo falso dilema “saúde versus economia” e fez o que era possível dentro dos seus limites.

—  Reduzir o tombo do ponto de vista da saúde dependeu menos de nós. O Congresso Nacional foi mais eficaz na economia do que na saúde, área em que nossa ingerência é menor — concluiu.

A lista completa de proposições que tramitaram no Senado em resposta à pandemia está disponível aqui.

Fonte: Agência Senado