Inscrições serão de 22 de janeiro a 9 de fevereiro e provas objetivas estão previstas para o dia 21 de março
Foi publicado, nesta sexta-feira (15), o edital do concurso para os cargos de Delegado, Agente, Escrivão e Papiloscopista da Polícia Federal. No documento, disponibilizado no Diário Oficial da União (DOU), estão detalhados os requisitos para concorrer a uma das 1.500 vagas, além dos conteúdos programáticos e os prazos.
As inscrições podem ser feitas entre os dias 22 de janeiro e 9 de fevereiro de 2021 e a prova objetiva está prevista para o dia 21 de março de 2021.
A previsão é que os candidatos aprovados participem do Curso de Formação Profissional na Academia Nacional de Polícia no segundo semestre.
A obra da ponte foi executada através de uma emenda parlamentar destinada por Rosangela Donadon no valor de R$650 mil.
Na manhã deste sábado (16), a deputada estadual Rosangela Donadon (PDT) participou da solenidade de inauguração de uma ponte de concreto sobre o Rio Araras no município de Primavera de Rondônia.
O evento contou com a participação de várias autoridades, entre elas do prefeito de Primavera de Rondônia, Eduardo Bertoletti, do ex-deputado federal Natan Donadon, e do empresário Eugênio Ribeiro, do Grupo Cairu.
A obra da ponte foi executada graças a uma emenda parlamentar destinada por Rosangela Donadon no valor de R$650 mil.
Na oportunidade o parlamentar destacou a importância da construção da ponte para acessibilidade com segurança da população rural do município de Primavera, que necessita trafegar pela ponte para escoar a produção agrícola e pecuária da região.
“Estou muito feliz em contribuir com o desenvolvimento do município de Primavera e agradeço ao prefeito Eduardo Bertoletti pela parceria, ao ex-deputado federal Natan Donadon que participou do evento e ao empresário Eugênio Ribeiro, do Grupo Cairu, que tem trabalhado pelo desenvolvimento da região e emprega cerca de 2 mil pessoas. Destaco o trabalho e a participação direta do nosso governador Coronel Marcos Rocha na liberação da minha emenda. Este é mais um compromisso que foi atendido. Meu objetivo é trabalhar em prol da população de Rondônia”, finalizou a parlamentar.
Decisão da 2ª Vara Federal Cível de Rondônia remete a questão à ação ainda em curso em SP
A Prefeitura de Vilhena acaba de revogar o decreto emitido na manhã desta sexta-feira, que cancelava a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no município. Dessa forma, fica autorizada a aplicação das provas, respeitadas as normas sanitárias. A Procuradoria Geral do Município (PGM), explica a situação.
De acordo com a PGM, em Rondônia, o Ministério Público Federal ingressou com pedido na noite de ontem tentando obter liminar para suspender a prova em Rondônia. O juiz, na tarde de hoje, às 17h42, publicou decisão se declarando incompetente para julgar, visto que já existe ação em curso na Justiça Federal de São Paulo (SP). Ou seja, o Juízo em SP decidiu pelo não adiamento em relação à ação da Defensoria Pública de São Paulo, é possível que a decisão se mantenha a mesma no caso de Rondônia.
Em reunião por videoconferência com todos os municípios do Estado nesta tarde, o prefeito Eduardo Japonês acertou com as demais Prefeitura e com o Governo do Estado que a decisão do governo estadual será o parâmetro para que em Rondônia haja liberação ou não das provas nos municípios, inclusive em Vilhena. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (Sesau) a decisão do Estado deve ser tomada ainda hoje.
Por isso, com a expectativa de novo decreto com restrições severas e, ao mesmo tempo, de decisão sobre a liberação ou não do Enem em Rondônia pelo Governo do Estado, a Prefeitura de Vilhena alerta que esta norma poderá sofrer alterações conforme as decisões ainda a serem tomadas pela Sesau.
Link para o Diário Oficial de Vilhena:
http://vilhena.xyz/diario-oficial/diarios_publicado/Abrir_Seguro/2021/01-janeiro/DOV%20N%203144%20-%2015.01.2021.pdf
Município tem atualmente o maior número de casos ativos de covid-19, com quase mil pessoas contaminadas
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não acontecerá em Vilhena neste mês de janeiro. A decisão será publicada ainda hoje em decreto pela Prefeitura de Vilhena, que segue recomendação do Ministério Público Estadual e decisão da Justiça Federal com abrangência em todo o território nacional. Para evitar a disseminação do novo coronavírus, a medida é tomada no momento em que Vilhena tem o maior número de casos ativos de covid-19 desde o início da pandemia, chegando a quase mil atualmente contaminados.
Já assinado pelo prefeito Eduardo Japonês, o decreto será publicado no Diário Oficial de Vilhena nesta tarde. Foi alterado o artigo 10° do decreto 49.048 de 18 de abril de 2020, que estabelece as medidas de enfrentamento contra o novo coronavírus na cidade. Veja o texto na íntegra abaixo:
“§ 13 – Fica suspensa, no âmbito do Município de Vilhena, toda e qualquer ação que resulte na organização e posterior aplicação da prova do ENEM, designada para os dias 17 e 24 de janeiro de 2021.
a – a suspensão da prova do ENEM prevista no caput deste artigo tem por fundamento as normas restritivas mais rígidas de convivência social, expressas no Decreto no 49.048, de 18 de abril de 2020, assim como o acatamento da Recomendação n° 00112021-2-PJV exarada pelo Ministério Público Estadual e a decisão judicial proferida nos autos do processo no 5006658-652020.4.03.610012, em trâmite na 12° Vara Cível Federal de São Paulo com abrangência em todo o território nacional”.
A decisão judicial prevê que o Governo Federal providencie nova data de realização da prova do Enem para as cidades que cancelarem as provas em janeiro. O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), do Ministério da Educação, porém, informou que vai recorrer da decisão judicial e não garantiu que fará nova aplicação da prova em 2021, a não ser a que já está programada para acontecer em novembro deste ano.
CASOS DE COVID-19 – Vilhena tem atualmente o maior número de casos ativos de covid-19 desde o início da pandemia. São 948 pessoas contaminadas, conforme o boletim desta quinta-feira, 14. Além disso, a taxa de ocupação de leitos para covid-19 é de 87,8% (sendo 100% na UTI e 80% nas Enfermarias). Vilhena registrou até ontem 5.908 casos confirmados de vilhenenses, nove positivados moradores de outras cidades, 88 óbitos de vilhenenses e 15 óbitos de moradores de fora. Há ainda 184 casos suspeitos, bem como 4.872 já recuperados e 16 transferidos.
Unidade vai desafogar atendimento no Hospital Regional e na Central de Atendimento à Covid-19
A Prefeitura de Vilhena está habilitando um Hospital de Campanha para atender os pacientes que necessitem de atendimento e tenham sintomas de covid-19. A unidade vai contar com 20 leitos de Enfermaria ao lado da Central de Atendimento à Covid-19 e atenderá pacientes com sintomas do novo coronavírus que apresentem casos leves ou moderados da doença. O total de leitos clínicos do município passará a ser 45, enquanto o número de leitos de UTI segue em 16, com um leito instalado nesta semana de maneira emergencial devido à lotação.
Afonso Emerick, secretário municipal de Saúde, revela a estrutura do novo prédio para atender as vítimas da doença. “Estamos preparando esses novos leitos clínicos para o Hospital de Campanha. Está quase tudo finalizado e seguiremos trabalhando para que consigamos inaugurar nos próximos dias. Diversos municípios do Estado entraram em colapso, mas aqui estamos fazendo de tudo para que todos que precisarem de leitos consigam ser atendidos”, relata Afonso.
NOVO AMBULATÓRIO – Também foi inaugurado nesta semana um novo local de consultas para pacientes suspeitos ou confirmados de covid-19. A diretora do Hospital Regional de Vilhena (HRV), Siclinda Raasch, relata como está sendo atendimento para estes pacientes, que agora acontece no ambulatório anexo ao CEV. “O atendimento para pacientes com suspeita de covid-19, que acontecia aqui (Hospital Regional) foi direcionado para o CEV. Lá eles passarão por uma avaliação dos médicos e se houver a necessidade da internação, será encaminhado para o Hospital de Campanha. Assim conseguimos desafogar o pronto atendimento, podendo atender melhor a todos. No ambulatório também são emitidas receitas para medicamentos, atestados médicos e encaminhamentos para teste”, destaca a diretora.
No ambulatório há profissionais adequados e meios para a detecção da doença, além de ambulância de prontidão para transferir os pacientes, caso seja necessário.
A Fiocruz Amazônia, encontrou uma nova variante do coronavírus em uma paciente de Manaus (AM). A mesma variante foi encontrada também no Japão, após passageiros do país passarem pelo estado brasileiro.
O Governador do Pará anunciou na última quarta-feira (13), que irá fechar a divisa com o Amazonas, devido a variante encontrada.
Em Rondônia, diariamente pessoas do AM chegam ao Estado de barco, ônibus e avião. Mas as barreiras sanitárias que eram feitas pela Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa), não estão sendo realizadas na divisa que liga Porto Velho ao Amazonas.
Segundo a Agevisa, o encerramento das barreiras se deu após a capital progredir para a fase 3, no ano passado, quando os números de casos começaram a cair.
Ainda segundo a agência, o objetivo das barreiras era monitorar os passageiros que desembarcavam e orientar sobre sintomas da covid e ainda informar sobre a importância do isolamento após chegarem de viagem.
Nesta sexta-feira (15), a Sala de Situação de Covid-19 de Rondônia deve se reunir para definir se as barreiras voltarão e até mesmo se o Estado vai fechar a divisa que liga a capital ao estado do Amazonas.
De acordo com a Infraero, 13 voos semanais ligam Porto Velho a Manaus.
A certificação assegura que os produtos e os sistemas de produção atendem a todos os requisitos para exportação
OServiço de Inspeção Federal (SIF) registrou o aumento de 18% na emissão de certificados sanitários para produtos de origem animal em 2020 em relação ao ano de 2019, conforme dados do 10º Relatório de Atividades.
Ao todo, foram emitidos 429.306 certificados sanitários. A certificação sanitária assegura que os produtos e os sistemas de produção atendem a todos os requisitos acordados com os países para os quais o Brasil exporta.
Também foram aprovados 60 modelos de certificados sanitários internacionais para exportação de produtos brasileiros e 59 modelos de certificados sanitários internacionais para importação de produtos de origem animal e para alimentação animal.
Segundo o relatório, desde agosto de 2020, não foi registrada paralisação em abatedouros frigoríficos motivada pelo coronavírus (Covid-19). Além disso, a autoridade sanitária chinesa (GACC) fez auditorias para verificação das medidas adotadas para prevenção do vírus.
Abates
Estão registrados no SIF 3.339 estabelecimentos de produtos de origem animal nas áreas de carnes e produtos cárneos, leite e produtos lácteos, mel e produtos apícolas, ovos e pescado e derivados. Há também registro de 2.999 estabelecimentos destinados à produção de alimentação animal.
No mês de dezembro, foram feitos 157 turnos adicionais de abate, requisitados de forma emergencial pelos abatedouros frigoríficos de aves, bovinos e suínos cadastrados no SIF.
Registro de produtos e estabelecimentos
Outras atividades também tiveram destaques em 2020, como análise de 13.846 pedidos de registros de produtos de origem animal para consumo humano, inseridos no Sistema Plataforma de Gestão Agropecuária do Sistema de Informações Gerenciais do Serviço de Inspeção Federal (PGA-SIGSIF). Em relação ao registro de estabelecimentos, foram registrados no SIF, de janeiro a dezembro, 203 novos.
Publicação de atos normativos
Em 2020, o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal trabalhou na elaboração de atos normativos sobre diferentes assuntos e que resultaram na publicação de dois decretos, 24 instruções normativas, uma portaria, uma norma operacional e uma orientação normativa.
Com informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Por meio do programa do Governo Federal, imigrantes foram interiorizados para 645 cidades brasileiras
Buscando melhores condições, oportunidades e liberdade para viver, o venezuelano Jonathan Perez escolheu o Brasil para recomeçar. Depois de perder o emprego e ver o país de origem entrar em estado de miséria, Jonathan foi atrás de uma vida digna para ele, a esposa e os quatro filhos. Após passar algum tempo nos abrigos instalados pelo Governo Brasileiro em Boa Vista (RR), em 2020 ele recebeu uma vaga de emprego em Curitiba (PR) por meio da Operação Acolhida do Governo Federal.
“É lamentável a situação da Venezuela. Aqui no Brasil, me sinto acolhido e estou agradecido por essa receptividade. Todos os que chegam aqui têm a vontade de conseguir uma oportunidade e consegui, por isso estou contente, principalmente porque poderei estar em um lugar livre com a minha família, onde podemos expressar o que sentimos, comer o que queremos”, conta Jonathan emocionado no voo rumo a Curitiba. “Na Venezuela, não se pode comer, não se pode fazer duas refeições ao dia. Temos medo de andar na rua ou falar qualquer coisa. Aqui posso trabalhar e oferecer uma vida digna à minha família”, completou.
O relato é de um dos 19,3 mil venezuelanos que chegaram ao Brasil e foram abrigados e interiorizados pela Operação Acolhida em 2020. A ação do Governo Federal foi desenvolvida para receber, abrigar e proteger os venezuelanos refugiados da crise provocada pelo regime ditatorial no país vizinho. Ao todo, desde 2018, 46,5 mil migrantes venezuelanos foram interiorizados para 645 cidades brasileiras de todas as regiões do país. Desses, 41,6 mil tiveram essa oportunidade na atual gestão do Governo Federal. Os municípios que mais receberam os novos moradores foram Manaus (4.931), Curitiba (3.073) e São Paulo (3.033).
Inclusão socioeconômica
O Subcomitê Federal de Interiorização, coordenado pelo Ministério da Cidadania, é responsável pelo processo de aprovação da transferência dos imigrantes das cidades de fronteira (Pacaraima e Roraima) para outros estados brasileiros. Essa é a principal estratégia do Governo Brasileiro para promover a inclusão socioeconômica daqueles que chegam.
“A interiorização é o principal diferencial dessa operação. Nós oferecemos aos nossos irmãos venezuelanos a possibilidade de recomeçar e seguir suas vidas por conta própria. O Brasil tem história de solidariedade. O Governo Bolsonaro estende a mão aqui na América Latina aos nossos irmãos”, afirmou o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni.
Interiorizado há dois anos, o venezuelano William Pirez recomeçou a vida em Florianópolis (SC), junto da esposa. Ele conta que saiu do país devido às péssimas condições de vida, de saúde e econômicas, e foi no Brasil que encontrou uma oportunidade de recomeçar. Formado em engenharia de alimentos, hoje ele trabalha em uma rede de supermercados, mas já começou a investir em produção própria.
“Eu tinha a minha rede de produtos na Venezuela, mas chegamos a um ponto em que era inviável permanecer. A miséria chegou para todos. Fui muito bem recebido no Brasil, adoro Florianópolis e não quero ser um peso aqui. Pelo contrário, penso que posso dar minha contribuição para este país com meu trabalho”, ressaltou William, que já abriu uma pequena empresa e hoje vende produtos como compotas, pimentas e temperos.
Sujeitos de direitos
Os migrantes e refugiados são reconhecidos como sujeitos de direitos e todos os atores da interiorização trabalham para que o deslocamento ocorra de maneira voluntária, informada, segura e digna. No Brasil, mais de 265 mil migrantes e refugiados venezuelanos solicitaram regularização migratória.
O Governo do Estado de Rondônia, por intermédio da Agência Estadual de Vigilância em Saúde de Rondônia (Agevisa), alerta sobre a disponibilidade de tratamento a infectados pelo vírus sincicial respiratório (VSR), uma das principais causas de infecções das vias respiratórias superiores em recém-nascidos ou bebês, que podem levar a óbito caso, não seja tratado rapidamente.
O vírus aumenta a probabilidade de infecções no período chuvoso, pois é nesta época que há maior suscetibilidade de contaminação e agravamento. “As crianças que nascem prematuramente, com menos de 28 semanas de idade gestacional e as crianças que têm menos de dois anos e algum tipo de doença cardíaca ou pulmonar, podem ir a óbito por causa do vírus. Por esse motivo, é necessário que o tratamento seja feito com imunobiológicos”, explica o coordenador do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) da Agevisa, Kerry Alesson Souza de Almeida.
O coordenador ressalta que as demais pessoas podem ser infectadas com o vírus, como adolescentes ou adultos sem grandes consequências, o risco de morte é para os menores de dois anos.
A doença é tratável em ambiente ambulatorial com protocolos de medicamentos que requer rigor nos horários de administração. “O medicamento contra o VSR, é o palivizumabe, de custo elevado, adquirido pelo Ministério da Saúde que distribui para os Estados, que repassa para as regionais de saúde que aplicam a dosagem um vez por mês na criança até ela completar um ano de vida”, disse Kerry.
De acordo com o coordenador, os imunobiológicos foram iniciados neste mês de janeiro para aplicação nas Unidades de Saúde no Estado. Para isso, os pais precisam cadastrar a criança na unidade de saúde mais próxima da residência, deve levar os documentos da criança, receita médica e o termo indicando a necessidade do medicamento.
CUIDADOS
Para driblar a doença, a orientação é manter as crianças bem agasalhadas, evitar aglomerações, contato com outras crianças e manter a higienização regularmente. “São cuidados simples. Entretanto se a criança com menos de dois anos apresentar os sintomas da doença, com problemas pulmonares ou cardíacos, o profissional de saúde encaminhará encaminhar para receber a dosagem do medicamento”, finalizou Kerry Alesson.
Os sintomas do VSR é semelhante aos de um resfriado comum como, por exemplo, secreção nasal, espirros, tosse seca, febre baixa e dores de garganta e de cabeça.
Sem insumo, equipes tiveram que ventilar manualmente pacientes internados na UTI; secretário da saúde fala em colapso do sistema de fornecimento – Foto: Edmar Barros / Futura Press.
Com a nova explosão de casos de covid no Amazonas, o estoque de oxigênio acabou em vários hospitais de Manaus nesta quinta-feira, 14, levando pacientes internados à morte por asfixia, segundo relatos de médicos que trabalham na capital amazonense. O governo federal anunciou que vai transferir pacientes para outros Estados.
O Hospital Universitário Getúlio Vargas, ligado à Universidade Federal do Amazonas (UFAM), ficou cerca de quatro horas sem o insumo na manhã desta quinta, o que gerou desespero entre os profissionais, segundo relatou ao Estadão uma médica da unidade, que não quis de identificar.
“Colegas perderam pacientes na UTI por causa da falta de oxigênio. Eles ainda tentaram ambuzar (ventilar manualmente), mas foi só para tentar até o último recurso mesmo, porque é inviável manter isso por muito tempo. Cansa muito, tem que revezar os profissionais. Chamaram residentes para ajudar na ventilação manual. A vontade que dá é de chorar o tempo inteiro. Você vê o paciente morrendo na sua frente e não pode fazer nada. É como se ver numa guerra e não ter armas para lutar”, disse.
Veja vídeo:
Diversos relatos que circulam nas redes sociais dão conta de que a situação é crítica e centenas de pessoas internadas correm risco de morrer. “O Getúlio Vargas está sem oxigênio e todos os pacientes estão sendo ambuzados (ventilação manual). Se alguém puder ajudar para fazer o revezamento para ambuzar no CTI no quinto andar, por favor, estamos necessitando”, afirma um médico, em um alerta que circulou pelas redes sociais e confirmado ao Estadão por profissionais que trabalham no hospital.
Ambuzar é uma expressão usada para a oxigenação mecânica em que um profissional precisa ficar bombeando um balão de oxigênio com as mãos, o que é exaustivo e precisa de revezamento constante.
Segundo a médica ouvida pela reportagem, o Getúlio Vargas recebeu, por volta das 12 horas, alguns cilindros de oxigênio, mas a estimativa era a de que eles seriam suficientes para apenas duas horas.
De acordo com relatos de outros profissionais de saúde da cidade postados nas redes sociais, a maioria dos hospitais sofre o mesmo problema. Há registro de falta do insumo nos hospitais Fundação de Medicina Tropical e nos serviços de pronto-atendimento (SPAs) da capital amazonense.
O procurador de Justiça Públio Caio Dessa Cyrino, que tinha um filho internado no Hospital Fundação de Medicina Tropical, disse ao Estadão que pela manhã não havia oxigênio para nenhum dos pacientes. “Minha nora me ligou às 5h, quando ela foi lá visitá-lo, avisando que tinha acabado. Ele estava no terceiro dia de UTI e evoluindo bem. Por sorte eu tinha uma ‘bala’ de oxigênio em casa e corri para o hospital para levar para ele. Quando cheguei com a bala na mão, vi o olhar de desespero dos médicos, servidores. Eles estavam em choque, sem poder fazer nada.”
Cyrino conta que o filho, de 36 anos, começou a se sentir mal há quase duas semanas, mas logo no início não achou vaga em hospital e ficou em home care, por isso ele tinha oxigênio. “Isso aqui é uma praça de guerra. E esse governo irresponsável não se planejou para a guerra, apesar de saber que ela iria ocorrer”, disse.
Ele conseguiu contratar uma UTI aérea e ia transferir o filho para São Paulo agora à tarde. “Eu consegui, mas quantas centenas não têm como fazer isso e podem morrer hoje?”
Mesmo as unidades que ainda não chegaram ao fim do estoque têm insumo escasso, como é o caso do Hospital e Pronto-Socorro 28 de Agosto. Médico de urgência e emergência na unidade, Diemerson Silva diz que a demanda por oxigênio se intensificou com o aumento de internações pela covid-19 nos últimos sete dias.
“O hospital é abastecido de forma diária, de acordo com a necessidade, mas na última semana houve uma maior necessidade e, com essa dimensão, tivemos que fazer o uso racional do oxigênio”, explica. “O que tem acontecido é que há aumento da demanda de consumo e, infelizmente, uma diminuição da oferta.”
Silva conta que o hospital tem, nesta quinta-feira, ao menos cem pacientes, entre enfermaria e unidade de tratamento intensivo, com necessidade de oxigenação. “No momento, não temos pacientes sem oxigênio, mas temos uma oferta que não vai dar para suprir todos. Chegam muitos pacientes a cada hora e não sabemos até quando vamos conseguir ofertar para essa quantidade de pessoas.”
De acordo com ele, houve uma reunião nesta manhã entre os membros do gabinete de crise e agora o hospital aguarda o suprimento vindo de outros Estados.
Segundo Marcellus Campêllo, secretário Estadual da Saúde do Amazonas, as empresas fornecedoras de oxigênio entraram em colapso por não conseguir atender a demanda pelo insumo, que dobrou em relação ao primeiro pico da pandemia, em abril e maio.
“No 1º pico, o consumo máximo foi de 30 mil metros cúbicos de oxigênio e, nesse momento, nós estamos com consumo acima de 70 mil cúbicos de oxigênio. O número mais que dobrou em relação ao pico do ano passado. Ontem à noite fomos informados do colapso do plano logístico em relação a algumas entregas que estariam abastecendo a cidade de Manaus, o que causará uma interrupção da programação por algumas horas”, declarou.
Com o colapso da rede de atendimento, o Amazonas deve transferir os seus pacientes a outros Estados. A ideia é que ao menos 750 pessoas recebam tratamento em diversas outras cidades.
Mais cedo, em entrevista à imprensa, o governador Wilson Lima (PSC) afirmou que o Amazonas vive “o momento mais crítico da pandemia, algo sem precedente”. No ano passado, as redes de saúde e funerária do Estado já colapsaram.
O governo federal irá apoiar a transferência dos pacientes, em aviões militares. O secretário nacional de Atenção Especializada em Saúde, Franco Duarte, disse que serão transferidos pacientes com quadros “moderados”, que exigem uso de oxigênio, mas têm ainda condições de serem transportados.
O vice-presidente Hamilton Mourão informou na tarde desta quinta que aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) transportarão a Manaus mais de oito toneladas de material hospitalar, entre camas, cilindros de oxigênio, macas e barracas.