O preço da carne bovina vem puxando os índices de inflação no Brasil durante o último ano. Em 2020, a proteína animal subiu 29%, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), enquanto o consumo per capita brasileiro de carne caiu para o menor patamar em 25 anos.
Isso fez que a procura por ovos, frangos e suínos aumentasse, o que pode gerar espaço para o setor recuperar as margens perdidas pela valorização dos grãos que compõem a ração animal. O preço do milho dobrou e o da soja avançou 63% entre maio de 2021 e o mesmo mês do ano anterior, de acordo com o indicador Esalq/BM&FBovespa.
No mesmo período, o ovo subiu apenas 7% e o frango inteiro, 14%, segundo prévia da inflação calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Alguns cortes de porco subiram mais, como a linguiça, que disparou 30%.
Inflação da carne
Na comparação entre abril de 2021 e o mesmo mês do ano anterior, os custos de produção de frango aumentaram quase 40% e os dos suínos tiveram alta de 44,5%, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Em 2021, novas altas devem atingir as proteínas animais, segundo avaliação da ABPA. Isso porque as carne de aves e de suínos e os ovos que estão no mercado foram produzidos utilizando grãos adquiridos em 2020, quando os preços da soja e do milho eram menores.
Para reduzir a pressão sobre o preço das carnes, a associação pede maior facilidade para a importação de grãos, com medidas de suspensão de impostos e cobranças como:
- Imposto Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) sobre a importação de grãos de países não integrantes do Mercosul;
- suspensão temporária de cobrança de PIS e Cofins para comprar milho e soja de países de fora do Mercosul;
- suspensão temporária de cobrança de PIS e Cofins sobre os fretes realizados no mercado interno.
Fonte: Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Estadão, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).