Neste domingo (17.07), o Brasil celebra o Dia do Pão de Queijo, uma das receitas mais emblemáticas da culinária nacional. O quitute nasceu em Minas Gerais, provavelmente no século XVIII, quando a farinha de trigo era escassa e o polvilho de mandioca passou a ser usado nas cozinhas coloniais em combinação com queijos curados, leite e ovos produzidos nas fazendas da região. Apesar de sua origem antiga, o pão de queijo só se popularizou em todo o país a partir da década de 1950, quando ganhou espaço em padarias, lanchonetes e, mais tarde, em franquias especializadas.
Hoje, a iguaria está consolidada como símbolo da gastronomia brasileira e movimenta uma cadeia industrial robusta. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria da Panificação e Confeitaria (Abip), o consumo nacional chega a 430 mil toneladas por ano, o que corresponde a cerca de 7% de todos os pães consumidos no país. Além do mercado interno, a produção também mira o exterior: empresas mineiras como a Forno de Minas exportam para mais de 15 países, incluindo Estados Unidos, Japão e Emirados Árabes, com uma produção mensal superior a 1,8 mil toneladas, o equivalente a mais de 50 milhões de unidades.
O pão de queijo também impulsiona economias locais. Municípios como Paracatu (MG) chegam a produzir 17 mil unidades por dia e transformaram o quitute em patrimônio cultural. Já Hortolândia (SP) se destacou como polo de produção, chegando a representar 5% da produção nacional. Essa expansão reflete o apelo do produto, que atravessa gerações e se adapta a novos formatos, do tradicional servido com café ao gourmet recheado com goiabada ou linguiça.
A fama internacional também é crescente. Em 2023, o pão de queijo figurou entre os melhores pães do mundo no ranking do guia gastronômico TasteAtlas, reforçando sua posição como embaixador da culinária brasileira. Enquanto vizinhos sul-americanos celebram versões semelhantes — como a chipa no Paraguai e o pandebono na Colômbia —, o pão de queijo mantém sua identidade própria, tornando-se um dos maiores exemplos de como tradição regional pode se transformar em produto de alcance global.
Fonte/Pensar Agro