Nas cores azul e amarelo, bandeira destaca o símbolo das Três Caixas D’Água. Capital comemora 107 anos de instalação nesta segunda-feira (24).
O responsável pela criação da bandeira é Antônio Cândido, de 80 anos. Ele é escritor, poeta e mestre em História e Estudos Culturais pela Universidade Federal de Rondônia (Unir). Nascido no seringal de Humaitá (AM), Antônio chegou em Porto Velho ainda bebê. Ele diz que o amor que cultivou por Rondônia é tão grande que a cidade é como se fosse sua terra de nascença.
Decifrando a bandeira
Em 1983, Antônio foi desafiado por um amigo a participar de um concurso, lançado pela prefeitura da época, que iria escolher a bandeira de Porto Velho. Mais de 60 concorrentes tinham se inscrito para a competição.
O foco de Antônio era desenhar algo que representasse a resistência do povo portovelhense.
“Eu estava passando na Rogério Weber [avenida de Porto Velho] e vi elas: as Três Marias. Enormes, uma atrás da outra. Na hora eu pensei: ‘é isso aqui que eu quero”, revela.
As caixas d’água foram instaladas para melhorar o processo de abastecimento e distribuição de água em Porto Velho durante a construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM). As três nem sempre estiveram juntas, em 1910 a primeira foi instalada e apenas em 1912 a companhia responsável pela construção da ferrovia instalou as outras.

Três Caixas D’água — Foto: Reprodução/ Arquivo/ IBGE
A bandeira de Porto Velho também carrega as cores amarelo e azul. O amarelo simboliza os minerais, em especial o ouro. Já o azul faz referência à cor predominante no céu quase o ano inteiro.
O criador
A relação de amor entre a História de Porto Velho e a de Antônio é recíproca, uma contribuiu para que a outra se desenvolvesse. Depois da bandeira da capital, ele escreveu livros, poemas, contos e trilhou vida acadêmica para contar melhor a História de Rondônia.

Antônio Cândido, criador da bandeira de Porto Velho — Foto: Saul Ribeiro/Prefeitura de Porto Velho
Quando se formou, a filha não escondeu o orgulho que sente do pai: “Meu pai sempre nos deu motivos para admiração e respeito. Mas, isso foi incrível! Aos 79 anos tornou-se mestre em História e Estudos Culturais pela Unir. Que meus filhos e os de vocês apreciem o resultado de muita dedicação e esforço ao estudo e de um amor imenso a Rondônia”, escreveu Luciana Oliveira em uma publicação nas redes sociais.
Por G1-RO