Advogado que levou Polícia Federal a investigar diplomas falsos em Vilhena explica como funcionava o esquema

Pelo menos 50 pessoas teriam sido lesadas ao pagar por mestrado sem validade

A ação da Polícia Federal desencadeada nesta semana, para cumprir mandados contra acusados de vender diplomas falsos em Rondônia, Mato Grosso, e Distrito Federal, foi motivada pela denúncia de um advogado vilhenense (ENTENDA AQUI).

De acordo o profissional do Direito, que representa as vítimas do golpe e conversou com o FOLHA DO SUL ON LINE, cerca de 50 pessoas teriam sido lesadas ao se inscreverem num curso de mestrado em educação oferecido por uma entidade de Vilhena. 17 desses acadêmicos já denunciaram a situação na Polícia Federal.

Alegando ter parceria com duas universidades (uma do Paraguai, outra do Chile), a instituição vilhenense que inscreveu os alunos e recebeu deles as mensalidades, oferecia aulas à distância em sua sede na cidade. O curso durou dois anos e os diplomas chegaram às mãos dos novos “mestres” em 2020.

Quando uma das alunas recebeu o documento, supostamente emitido pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), começou a ter desconfianças em virtude da qualidade do material. Em consulta ao site da instituição mineira, a vilhenense descobriu que o diploma recebido por ela não tinha vaidade.

Após outros alunos do mestrado descobrirem que também haviam sido vítimas da fraude, eles constituíram o advogado para acompanhar o caso e alguns foram ouvidos na Polícia Federal, que começou a investigar a denúncia.

COMO FUNCIONAVA O ESQUEMA
Cobrando cerca de R$ 20 mil por aluno, a entidade acusada, que oferece cursos em outras cidades de Rondônia, anunciou para os alunos, em 2019, que havia rompido a parceria com as universidades paraguaia e chilena, mas que eles não precisavam se preocupar, pois outro acordo seria celebrado com a Universidade Estadual da Bahia, que emitiria os diplomas.

Em 2016, a empresa responsável pelo mestrado já enfrentava as primeiras denúncias. O MPF chegou a abrir uma investigação com base no panfleto que divulgava a graduação, e também moveu uma Ação Civil Pública contra a investigada em 2018, mas as acusações foram julgadas improcedentes por falta de provas.

E AGORA?
As pessoas que, durante dois anos perderam tempo e dinheiro, agora só conseguirão recuperar uma parte do prejuízo se ganharem a ação de reparação na justiça. Muitos, inclusive, já foram aprovados em concursos nos quais apresentaram os diplomas sem validade.

As pessoas que, eventualmente, foram beneficiadas pelo documento ilegal, e que não tinham conhecimento da fraude, não deverão sofrer punições por terem agido de boa fé.

Fonte: Folha do Sul
Autor: Da redação

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